Fatores prognósticos e seu papel na classificação histológica dos carcinoma de células escamosas cutâneos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15837Palavras-chave:
Morfologia; Neoplasia; CCE; Diferenciação.Resumo
O carcinoma de células escamosas (CCEs) é um tumor epitelial maligno de queratinócitos, composto por células heterogêneas com variados fenótipos, que ocorre principalmente em regiões glabras, com pouca ou nenhuma pigmentação. Ele é uma neoplasia comum em cães, gatos, equinos e bovinos, relativamente incomum em ovinos e rara em caprinos e suínos. Este estudo teve por objetivo realizar uma revisão crítica quanto aos diferentes sistemas de classificações histopatológicas de CCEs cutâneos e seu impacto na definição do prognóstico. A medicina humana conta com diversos sistemas de classificação para CCEs orais e cutâneos, como o sistema de Broders (1925) que propõe uma gradação baseada na diferenciação celular, e de Bryne (1992), que se baseia na graduação multifatorial de malignidade, avaliando quatro características morfológicas, para as quais são atribuídos escores e que após a soma dos escores, resultam em um grau. Em medicina veterinária, o sistema de classificação mais utilizado é ainda o de Weiss e Frese (1974), baseado no grau de diferenciação. Todavia, Nagamine et al. (2017) elaboraram um sistema de classificação multifatorial de graduação de malignidade para CCEs orais e cutâneos em cães, avaliando cinco características morfológicas para as quais são atribuídos escores (de 1 a 4) e somados, resultam num grau. Cada um dos sistemas se baseia e um ou vários fatores considerados como prognósticos. Esses sistemas de classificação podem apresentar vantagens e desvantagens, sendo necessário conhecer de forma aprofundada os diferentes aspectos de cada um para que se possa optar pelo que contemple a finalidade diagnóstica.
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