Intersetorialidade e os caminhos da desospitalização numa unidade do SUS
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15876Palavras-chave:
Colaboração intersetorial; Direito à saúde; Direito ao cuidado de saúde.Resumo
O artigo discute como se constitui o trabalho em rede no processo de desospitalização. Este geralmente envolve usuários com alguma dependência em razão de condições crônicas que se evidenciam quando associadas a determinação social da saúde. A metodologia do estudo foi de natureza qualitativa, na qual utilizamos a observação participante e a entrevista semiestruturada com o setor de desospitalização de um hospital público localizado no município do Rio de Janeiro. Os resultados apontam que o trabalho em rede abarca articulações internas e externas, tendo como principais dificuldades a precarização das políticas públicas, a pessoalidade e as dificuldades de comunicação entre as equipes. Concluímos que há necessidade de se pensar a desospitalização a partir da ótica de políticas públicas que assegurem o cuidado como um direito.
Referências
Akerman, M., Franco de Sá, R., Moyses, S., Rezende, R., & Rocha, D. (2014). Intersetorialidade? IntersetorialidadeS! Ciência & Saúde Coletiva, 19(11), 4291–4300. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.10692014
Avelar, M.R. & Malfitano, A.P.S. Entre o suporte e o controle: a articulação intersetorial de redes de serviços. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2018, vol. 23, no. 10.
Behring, E. R., & Boschetti, I. (2011). Política social: Fundamentos e história. Cortez.
Bravo, Maria Ines Souza. (2006). Políticas de Saúde no Brasil. In MOTA, Ana Elizabete. [El al], (orgs). Serviço Social e Saúde – Formação e Trabalho Profissional (p. 88–100).
Bravo, Maria Inês Souza. (2013). Prefácio. In SILVA, L. B.; RAMOS, A (Org). Serviço Social, Saúde e Questões Contemporâneas: Reflexões Críticas Sobre a Prática Profissional.
Bravo, Maria Ines Souza, Pelaez, E. J., & Pinheiro, W. N. (2018). As contrarreformas na política de saúde do governo Temer. Argumentum, 10(1), 6–23. https://doi.org/10.18315/argumentum.v10i1.19139
Carmo, M. E. do, & Guizardi, F. L. (2017). Desafios da intersetorialidade nas políticas públicas de saúde e assistência social: Uma revisão do estado da arte. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(4), 1265–1286. https://doi.org/10.1590/s0103-73312017000400021
Carvalho, M. S. N. de. (2019). Desospitalização de crianças com condições crônicas complexas: Perspectivas e desafios (L. A. de M. Menezes, A. D. da C. Filho, & C. M. de P. Maciel, Orgs.; 1o ed). Editora Valentina.
Castro, M. M. C., Oliveira, A. S. O., & Resende, L. T. ([s.d.]). Humanização em saúde e Serviço Social: Estado da arte, reflexões e desafios. In FORTI, V.; GUERRA, Y. (orgs.). Serviço Social e Política de Saúde – Ensaios sobre trabalho e formação profissionais. Lumen Juris.
Cecílio, L. C. de O. (2001). As necessidades de saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e equidade na atenção em saúde. In Pinheiro R, Mattos R. A. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. UERJ.
Cecílio, L. C. de O., & Merhy, E. E. (2007). A Integralidade do Cuidado como Eixo da Gestão Hospitalar. In Pinheiro, R; Mattos, R. A. (orgs) Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. UERJ, IMS: ABRASCO.
Cislaghi, J. F. (2018). Privatização da gestão na saúde e precarização do trabalho no Brasil. In Ramos, A.; Silva, L.B.; Paula, L.G.P. (orgs). Serviço Social e Política de Saúde – ensaios sobre trabalho e formação profissionais. Lumen Juris.
Costa, M. D. H. da. (2010). Serviço social e intersetorialidade: A contribuição dos assistentes sociais para a construção da intersetorialidade no cotidiano do Sistema Único de Saúde [Dotourado]. UFPE.
Cunha, M. A. O., & Morais, H. M. M. de. (2007). A assistência domiciliar privada em saúde e suas estratégias (aparentes e ocultas). Ciência & Saúde Coletiva, 12(6), 1651–1660. https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000600026
Dighiero, K. B. (2015). Las políticas y el cuidado en América Latina Una mirada a las experiencias regionales. CEPAL.
Ervatti, L., Borges, G. M., Jardim, A. de P., & Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Orgs.). (2015). Mudança demográfica no Brasil no início do século XXI: Subsídios para as projeções da população. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
ESCOREL, S. Equidade em saúde. In: PEREIRA, I. B.; LIMA, J. C. F. Dicionário da educação profissional em saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio, 2009. Disponível em: < http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/equsau.html>.
Franco, C. M., Santos, S. A., & Salgado, M. F. (2011). Manual do Gerente: Desafios da média gerência na saúde (L. R. Pessôa, E. H. de A. Santos, & K. R. B. de O. Torres, Orgs.). ENSP.
Guará, I. M. F. R. G., & Gonçalves, A. S. (2010). Redes de proteção social na comunidade. In Guará I. M. F. R. (org). Redes de proteção social. Associação Fazendo História.
Junqueira, L. A. P. (2000). Intersetorialidade, transetorialidade e redes sociais na saúde. Revista de Administração Pública, 34(6): 35-45.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI: subsídios para as projeções da população. 2015.
Leite, R.F.B., & Veloso, T.M.G. Psicologia Ciência e Profissão, 2008, 28 (2), 374-389
Malta, D.C; Goshi, C. S; Buss, P; Rocha D.G.; Rezende, R; Freitas, P. C;Akerman, M. Doenças Crônicas Não Transmissíveis e o suporte das ações intersetoriais no seu enfrentamento. Ciência & Saúde Coletiva,19(11):4341-4350, 2014.
Marcondes, M. M. (2013). A corresponsabilização do estado pelo cuidado: Uma análise sobre a Política de Creches do PAC-2 na perspectiva da divisão sexual do trabalho [Dissertação de mestrado].
Martinho, C. (2003). Redes: Uma introdução às dinâmicas da conectividade e da auto-organização. WWF-Brasil.
Matos, M.C. Serviço Social Ética e Saúde – reflexões para o exercício profissional. 2ed São Paulo: Cortez, 2017.
Mendes, E. V. (2012). O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: O imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. OPAS.
PORTARIA No 3.390, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2013, (2016). Institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo- se as diretrizes para a organização do componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde (RAS). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013.html
Mioto, R. C. (2010). Família, trabalho com famílias e Serviço Social. Serviço Social em Revista, 12(2), 163. https://doi.org/10.5433/1679-4842.2010v12n2p163
Minayo, M.C.S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. DESLANDES, SF et. al (orgs). 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
Monnerat, G. L., & Souza, R. G. (2014). Intersetorialidade e Políticas Sociais: Um diálogo com a literatura atual. In MONNERAT, G.L. (orgs) A intersetorialidade na agenda das políticas sociais. Papel Social.
Moreira, M. E. L., & Goldani, M. Z. (2010). A criança é o pai do homem: Novos desafios para a área de saúde da criança. Ciência & Saúde Coletiva, 15(2), 321–327. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000200002
Netto, J. P. (1992). Capitalismo Monopolista e Serviço Social. Cortez Editora e Livraria Ltda. http://public.eblib.com/choice/PublicFullRecord.aspx?p=6432564
Nogueira, A.C & Monteiro, M.V. A família e a atenção em saúde: proteção, participação ou responsabilização? In: SILVA, Letícia Batista; RAMOS, Adriana (Org.). Serviço social, Saúde e questões contemporâneas: reflexões críticas sobre a prática profissional. Campinas, SP: Papel Social, 2014.
Nunes, N. R. de A., Rocha, D. G., & Fernandes, F. L. (2019). O Direito a Saúde em Tempos de Austeridade: Limites, desafios e possibilidades. O Social em Questão, 44, 09–20.
Otávio Cruz Neto. (2002). O trabalho de campo como descoberta e criação. In In: DESLANDES, SF et. Al (orgs). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. Vozes.
Organização Mundial da Saúde. (1946). Constituição da Organização Mundial da Saúde.
OXFAM Brasil. (2018). País estagnado: Um retrato das desigualdades brasileiras.
Passos, R. G. (2018). Teorias e Filosofias do Cuidado – subsídios para o Serviço Social. Papel Social.
Passos, R. G. (2018). “Entre o assistir e o cuidar”: Tendências teóricas no Serviço Social brasileiro. Revista Em Pauta, 15(40), 247–260. https://doi.org/10.12957/rep.2017.32725
Rocha, P. R. da, & David, H. M. S. L. (2015). Determinação ou Determinantes? Uma discussão com base na Teoria da Produção Social da Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(1), 129–135. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100017
Rocha, L. T. (2016). Hospital não, pelo amor: Etnografando processos de desospitalização. Instituto de Medicina Social –UERJ.
Silva, K. L., Sena, R. R. de, & Castro, W. S. (2018). A desospitalização em um hospital público geral de Minas Gerais: Desafios e possibilidades. Revista Gaúcha de Enfermagem, 38(4). https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.04.67762
Desospitalização: sistema de saúde está refém dos hospitais de alta complexidade, indicados apenas para o tratamento de doenças agudas. (2018). Visão Saúde, 7.
Soares, L. T. (2000). As atuais políticas de saúde: Os riscos do desmonte neoliberal. Revista Brasileira de Enfermagem, 53(spe), 17–24. https://doi.org/10.1590/S0034-71672000000700003
Vasconcelos, A. M. de. (2017). A/O Assistente Social na luta de classes: Projeto profissional e mediações teórico-práticas. Cortez. http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&scope=site&db=nlebk&db=nlabk&AN=2244614
Vecina Neto, G., & Malik, A. M. (2007). Tendências na assistência hospitalar. Ciência & Saúde Coletiva, 12(4), 825–839. https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000400002
Vieira, F. S., & Benevides, R. P. de S. (2016). Os Impactos do novo regime fiscal para o financiamento do Sistema Único de Saúde e para a efetivação do direito à saúde no Brasil (Nota Técnica No 28). IPEA.
Wiese, M. L., Dal Prá, K. R., & Mioto, R. C. T. (2017). O cuidado como direito social e como questão de política pública. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress.
World Health Organization (Org.). (2002). Innovative care for chronic conditions: Building blocks for action: global report. World Health Organization.
Yazbek, M. C. (2014). Sistemas de proteção social, Intersetorialidade e Integração de Políticas Sociais. In In: MONNERAT, G. L. (orgs). A intersetorialidade na agenda das políticas sociais. Papel Social.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Isabelle Guedes dos Santos Bianco; Nilza Rogéria de Andrade Nunes; Mariana Setúbal Nassar de Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.