Invasão biológica em sítios de Restinga no Nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15942

Palavras-chave:

Espécies alóctones; Exóticas invasoras; Litoral arenoso; Litoral nordestino.

Resumo

A Restinga é um importante ecossistema brasileiro que vem sendo acometido por problemas ambientais, a exemplo das invasões biológicas. Assim, objetivou-se com o presente trabalho realizar um levantamento das espécies naturalizadas e exóticas invasoras ocorrentes em sítios de Restinga no Nordeste brasileiro. Foram realizadas expedições em nove cidades de seis estados nordestinos. O levantamento ocorreu através de caminhadas (busca ativa) onde as espécies foram registradas por fotografias. Cada espécie foi classificada como naturalizada ou exótica invasora através de observações in situ e literatura específica. A composição de espécies das áreas foi comparada através da Similaridade de Jaccard (Sj) em três situações: lista completa, apenas as exóticas invasoras e apenas as naturalizadas. O teste de Mantel foi realizado para verificar se o tamanho e a distância entre áreas influenciaram nos resultados da similaridade. Foram amostradas 42 espécies, sendo 33 exóticas invasoras e nove naturalizadas. As espécies Leucena leucocephala (Lam.) de Wit, Terminalia catappa L. e Cenchrus echinatus L. foram as únicas com ocorrência em todas as áreas. A similaridade florística variou bastante entre as situações testadas. O teste de Mantel não apresentou valores significativos. Nossos achados são preocupantes, em razão do elevado número de espécies e da alta quantidade de exóticas invasoras.

Referências

Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Gonçalvez, J. D., & Sparovek, G. (2013). Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6), 711-728.

Alves, J. S. & Fabricante, J. R. (2019). Exotic Invasive Flora Evaluation on Different Environments and Preservation Conditions from an Area Belonging to Caatinga, Petrolina, PE. Gaia Scientia, 13(1), 140-152.

Araújo, K. C. T., Cruz, A. B. S. & Fabricante, J. R. (2021). Invasão Biológica na Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, Aracaju, Sergipe, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, 21, 72-82, 2021.

Assis A. M, Thomaz, L. D. & Pereira, O. J. (2004). Florística de um trecho de restinga no município de Guarapari, Espírito Santo, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 18(1), 191-201.

Assumpção, J. & Nascimento, M. T. (2000). Estrutura e composição florística de quatro formações vegetais de restinga no complexo lagunar Grussaí/Iquipari, São João da Barra, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 14(3), 158-164.

Azevedo, A. (1994). Vilas e cidades do Brasil Colonial. Ensaio de Geografia Urbana Retrospectiva. Terra Livre. São Paulo, Associação dos Geógrafos Brasileiros, (10), 23-78.

Barcelos, M. E., Riguete, J. R., Silva, L. T. & Ferreira Jr, P. F. (2012). Uma visão panorâmica sobre os solos das restingas e seu papel na definição de comunidades vegetais nas planícies costeiras do sudeste do Brasil. Natureza online, 10(2), 71-76.

Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. http://bd.institutohorus.org.br.

CABI. (2021). https://www.cabi.org/.

CENSO, IBGE. (2021). http://www.censo2010.ibge.gov.br/.

D’antonio, C. & Vitousek, P. M. (1992). Biological invasions by exotic grasses, the grass fire cycle, and global change. Annual Review of Ecology and Systematics, 23(1), 63 -87.

Fabricante, J. R., Araújo, K. C. T., Andrade, L. A. & Ferreira, J. V. A. (2012). Invasão Biológica de Artocarpus heterophyllus Lam. (Moraceae) em um Fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil: Impactos sobre a Fitodiversidade e os Solos dos Sítios Invadidos. Acta Botanica Brasílica, 26(2), 399-407.

Fabricante, J. R., Ziller, S. R., Araújo, K. C. T., Furtado, M. D. D. G. & Arantes, B. F. (2015). Non-native and invasive alien plants on fluvial islands in the São Francisco River, northeastern Brazil. Check List, 11(1), 1535.

Guerra, C., Baquero, R. A., Guttiérrez-Arellano, D. & Nicola, G. G. (2018). Is the Natura 2000 network effective to prevent the biological invasions?. Global Ecology and Conservation, 18(1), 2351-9894.

Hellmann, J. J, Byers, J., Britta G. Bierwagen, B. G. & Dukes, J. S. (2008). Five Potential Consequences of Climate Change for Invasive Species. Conservation Biology. 22(3), 534-543.

Hulme, P. E. (2009). Trade, transport and trouble: managing invasive species pathways in an era of globalization. Journal of applied ecology, 46(1), 10-18.

ISSG. (2021). Invasive Species Specialist Group. http://www.issg.org/.

Lowe, S., Browne, M., Boudjelas, S. & Poorter, M. (2000). 100 of the world’s worst invasive alien species: a selection from the global invasive species database. The Invasive Species Specialist Group/Species Survival Commission/ World Conservation Union IUCN, 1(1), 11.

Moro, M. F., Souza, V. C., Oliveira-filho, A. T. D., Queiroz, L. P. D., Fraga, C. N. D., Rodal, M. J. N., Araujo, F. S. & Martins, F. R. (2012). Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica, 26(4), 991-999.

Oksanem, F. J., Blanchet, G., Friendly, M., Kindt, R., Legendre, P., MC Glinn, D., Minchin, P. R., O'hara, R. B., Simpson, G. L., Solymos, P., Stevens, M. H. H., Szoecs, E. & Wagner, H. (2020). Community Ecology Package. R package version, 2(1), 5-7.

Pacheco, R. P. B. & Marntis, G. (1984). Ciclo de vida, estruturas reprodutivas e dispersão de populações experimentais de capim-carrapicho (Cenchrus echinatus L.). Planta Daninha,7(1),13-21.

Parker, I. M., Simberloff, D., Lonsdale, W. M., Goodell, K., Wonham, M., Kareiva, P. M., Williamson, M. H., Von Holle, B., Moyle, P. B., Byers, J. E. & Goldwasser, L. (1999). Impact: toward a framework for understanding the ecological effects of invaders. Biological invasions, 1(1), 3-19.

Pegado, C. M. A., Andrade, L. A. D., Félix, L. P. & Pereira, I. M. (2006). Efeitos da invasão biológica de algaroba: Prosopis juliflora (Sw.) DC. sobre a composição e a estrutura do estrato arbustivo-arbóreo da caatinga no Município de Monteiro, PB, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 20(4), 887-898.

Perez, J. E. (2006). The biology of invasions: the genetic adaptation paradox. Biological Invasions, 8(5), 1115-1121.

Plucênio, R. M., Dechoum, M. S. & Castellani, T. T. (2013). Invasão Biológica em Restinga: O Estudo de caso de Terminalia catappa L. (Combretaceae). Biodiversidade Brasileira, 3(2), 118-136.

Quartarola, H. L., Defensor, B. R., Barbosa, B. B. & Morais, T. P. S. (2015). Levantamento fitossociológico de plantas invasoras na recuperação de áreas degradadas no Parque Estadual do Pau Furado, no Triângulo Mineiro. Semana de Estudos de Engenharia Ambiental, 3(1), 44-52.

R Core Team (2020) R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna. Version 4.0.0. https://www.R-project.org/.

Reinhart, K. & Callaway, R. (2006). Soil biota and invasive plants. The New phytologist, 170(3), 445-457.

Richardson, D. M., Pysek, P., Rejmánek, M., Barbour, M. G., Panetta, F. D. & West, C. J. (2000). Naturalization and invasion of alien plants: concepts and definitions. Diversity and distributions, 6(2), 93-107.

Santos, J. P. B. & Fabricante, J. R. (2018). Population structure and effects by the invasive exotic indian-almond over autochthonous vegetation from a sandbank. Neotropical Biology and Conservation, 13(4), 295-302.

Silva, F. O. & Fabricante, J. R. (2019). Invasão Biológica no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. Revista de Ciências Ambientais, 13(2), 17-26.

Taylor, B. W. & Irwvin, R. E. (2004). Linking economic activities to the distribution of exotic plants. Proceedings of the National Academy of Sciences, 101(51), 17725–17730.

Thomazi, R. D., Rocha, R. T., Oliveira, M. V., Bruno, A. S. & Silva, A. G. (2013). Um panorama da vegetação das restingas do Espírito Santo no contexto do litoral brasileiro, Natureza on line, 11(1), 1-6.

Wolfe, B. E. & Klironomos, J. N. (2005) Breaking new ground: soil communities and exotic plant invasion. Bioscience, 55(6), 477-487.

Zenni, R. D. & Ziller, S. R. (2011). An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, 34(3), 431-446.

Ziller, S. R. & Zalba, S. (2007). Propostas de ação para prevenção e controle de espécies exóticas invasoras. Natureza & Conservação, 5(2), 8-15.

Downloads

Publicado

07/06/2021

Como Citar

FABRICANTE, J. R.; CRUZ, A. B. S.; REIS, F. M. dos; ALMEIDA, T. S. Invasão biológica em sítios de Restinga no Nordeste brasileiro. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e48410615942, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.15942. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15942. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas