“Me perguntam: por que consultar com o farmacêutico?” - Experiência de pacientes com um serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16147Palavras-chave:
Assistência Farmacêutica; Pesquisa Qualitativa; Medicamentos do componente especializado da assistência Farmacêutica; Experiência do paciente.Resumo
O objetivo deste estudo foi revelar a experiência de pacientes com o serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) ofertado em uma farmácia do Componente Especializado no Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo realizado em setembro de 2015 a fevereiro de 2016. Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas em profundidade com 10 pacientes acompanhados em um serviço de GTM ofertado em uma farmácia do Componente Especializado do estado de Minas Gerais. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas com o auxílio do programa NVivo11®. De acordo com os participantes, eles não sabiam o que esperar do serviço de GTM a princípio. Eles mostraram dificuldades em estabelecer um conceito sólido para o GTM, contudo, eles identificaram pontos-chave da filosofia da atenção farmacêutica a partir de suas experiências com o serviço. Os entrevistados identificaram o farmacêutico provedor do GTM, visto como profissional do cuidado, como um profissional diferente comparado ao farmacêutico tradicional, identificado por eles como vendedor, ligado ao comércio. A habilidade de escuta e o tempo que o profissional de GTM dispõe para atendimento foram destacadas como primordiais na construção de uma relação terapêutica com o paciente. As dificuldades apresentadas pelos pacientes em estabelecer um conceito sólido para o GTM podem ser devido à escassez de farmacêuticos exercendo essa função, uma vez que o GTM ainda é um serviço novo no Brasil. Os resultados deste trabalho poderão guiar os esforços necessários para que se possa construir uma melhor interação entre farmacêuticos e pacientes no GTM, em uma busca constante de aprimorar o oferecimento do cuidado.
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