Preparo psicológico para o tratamento odontológico em crianças: Estudo clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16414Palavras-chave:
Ansiedade ao tratamento odontológico; Odontopediatria; Psicologia da saúde.Resumo
Objetivo: avaliar o preparo psicológico em crianças submetidas ao tratamento odontológico e correlacionar a ansiedade e medo entre as crianças e seus pais. Método: Estudo clínico randomizado com 26 crianças divididas em grupo controle (GC) e intervenção (GI). Os sujeitos randomizados no GI passaram por uma preparação psicológica, inicialmente com a apresentação do consultório, materiais e instrumentos, estimulando sua manipulação e esclarecendo dúvidas e curiosidades sobre os procedimentos. Posteriormente, foi utilizada a técnica do brinquedo terapêutico instrucional (BTI), primeiro com a contação de história “Tigrão vai ao dentista” e, posteriormente, os sujeitos dramatizaram o papel do dentista. GC recebeu o tratamento usual na clínica, baseado na técnica de falar-mostrar-fazer. Os dados foram coletados com os questionários Children’s Fear Survery Schedule Dental Subscale, aplicados às crianças, e a escala CORAH aplicada aos pais, ambos anterior e posterior ao procedimento. Resultados: O GI apresentou inicialmente uma média no escore de ansiedade e medo de 29,1% e após a intervenção de 21,5%, demonstrando significância estatística, o GC antes do procedimento obteve 27,3% e posteriormente 23,2%. A classificação do nível de ansiedade diminuiu significativamente em ambos os grupos, comparando os momentos antes e depois, resultando em 88,5% com baixo nível de ansiedade e 11,5% com nível médio. Não houve correlação significativa entre a ansiedade das crianças com seus pais. Conclusões: evidencia-se que há na interdisciplinaridade, estratégias que revelam caminhos mais humanos na produção de saúde e educação e a intervenção do preparo psicológico e o BTI podem ser aplicados em outros ambientes de saúde.
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