Comportamento ingestivo de vacas de corte submetidas a diferentes níveis nutricionais no terço final da gestação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16555Palavras-chave:
Estação de pastejo; Pastagem Nativa; Ruminação; Suplementação; Tempo de pastejo.Resumo
O objetivo deste trabalho foi a valiar o comportamento ingestivo de vacas de corte submetidas à diferentes níveis nutricionais no terço final de gestação. Foram utilizadas 18 vacas prenhas das raças Charolês e Nelore, divididas nos tratamentos: Baixo (exclusivamente em pastagem natural); Médio (suplementação para atender as exigências de mantença); Alto (suplementação para atender 150% das exigências de mantença). O delineamento experimental inteiramento casualizado com seis repetições por tratamento e três períodos de avaliação foi utilizado. O tempo destinado a outras atividades aumentou com o avançar da gestação e a medida que o nível nutricional neste período também aumentou, com valores de 0,96; 1,86 e 3,24 horas dia-1 para os tratamentos Baixo, Médio e Alto respectivamente. Vacas do tratamento Alto demonstraram serem mais seletivas, uma vez que apresentaram menor tempo por estação (6,96 vs 9,18 e 10,19 segundos) e percorreram maior número de estações por minuto (9,51 vs 7,06 e 7,31) em relação às vacas Baixo e Médio, respectivamente. Menor tempo por bocado (1,45 segundos) e consequentemente maior taxa de bocados (41,86 bocados/min) foi obtido nas vacas Baixo em relação às vacas Médio e Alto. Maior seletividade e eficiência de pastejo ocorreram ao final da gestação, com menor deslocamento entre estações (1,03 passos) e menor tempo em cada estação (6,42 segundos) resultando em maior número de estações/minuto (10,01 estações). Vacas do nível Baixo apresentam maior eficiência na apreensão do pasto, enquanto que vacas suplementadas apresentam maior seletividade. Com o avançar da gestação, vacas aumentam a seletividade do material ingerido para atender maiores demandas metabólicas associadas a menor capacidade de consumo.
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