Etiologia e resistência de isolados bacterianos de hemoculturas da Sala de Cuidados Intermediários de um Hospital Universitário em Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16605Palavras-chave:
Bacteremia; Infecção Hospitalar; Resistência Bacteriana a Antibióticos; Microbiologia; Hospitais universitários.Resumo
Descrever a etiologia e a resistência dos isolados bacterianos das hemoculturas de pacientes internados na Sala de Cuidados Intermediários do Hospital Universitário do Vale do São Francisco, Petrolina/PE. Foram analisadas, retrospectivamente, todas as hemoculturas, realizadas pelo Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário, entre janeiro a dezembro de 2020 de pacientes internados na Sala de Cuidados Intermediários através da análise descritiva e quantitativa. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel® e foi realizada análise dos valores absolutos e percentuais. As identificações das bactérias e os antibiogramas foram realizadas através do sistema automatizado BD Phoenix ™, de acordo com a metodologia do Clinical and Laboratory Standards Institute de 2020. Foram coletadas 113 hemoculturas, sendo 29 positivas (26%) para crescimento bacteriano. As bactérias mais prevalentes foram Staphylococcus coagulase negativa (45%), Escherichia coli (17%) e Staphylococcus aureus (10%). As bactérias Staphylococcus spp apresentaram resistência à ampicilina e penicilina, enquanto as Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii demonstraram importante resistência aos carbapenêmicos e às cefalosporinas. Houve o predomínio das bactérias gram-positivas e 55% das bactérias foram Staphylococcus spp, sendo que todas essas apresentaram resistência a ampicilina e penicilina. Além disso, observou-se resistência por parte do K. pneumoniae e A. baumannii aos carbapenêmicos e às cefalosporinas. Através do estudo do perfil microbiológico das bactérias relacionadas às infecções hospitalares é possível construir protocolos de antibioticoterapia empírica adequados, assim como a elaboração e implementação de medidas preventivas e de controle dessas infecções.
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2017). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.
Araujo, M. Q., Poletto, K. Q., & Bessa, N. G. (2017). Perfil de resistência bacteriana em fômites de UTI em hospital público do Estado do Tocantins. Revista Cereus, 9(2), 126–141.
Bastos, I. D. M., Bastos, B. D. M., Silva, C. F., Silva, K. S. B., & Naue, C. R. (2020). Perfil bacteriano de amostras microbiológicas de pacientes internados na Clínica Cirúrgica de um Hospital Universitário de Pernambuco. VITTALLE-Revista de Ciências da Saúde, 32(1), 108-121.
Brown, S., & Amyes, S. (2006). OXA β-lactamases in Acinetobacter: The story so far. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 57(1), 1–3.
Center for Disease Control and Prevention. (2019). Healthcare-associated infections. https://www.cdc.gov/hai/index.html
Critchley, I. A., Cotroneo, N., Pucci, M. J., & Mendes, R. (2019). The burden of antimicrobial resistance among urinary tract isolates of Escherichia coli in the United States in 2017. PLOS ONE, 14(12), e0220265.
dos Santos, R. P., Mariano, L. R., da Silva Takahashi, L., & de Fatima Erdmann, M. (2014). Prevalência de infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva
- um estudo retrospectivo. Revista de Enfermagem da UFSM, 4(2), 410-418.
Foletto, V. S., Bottega, A., Serafin, M. B., Rosa, T. F. da, Mainardi, A., Franco, L. N., & Hörner, R. (2019). Prevalência e perfil de resistência aos antimicrobianos de hemoculturas em hospital universitário. Saúde (Santa Maria), 45(3), Article 3
Freitas, R. B., Santiago, M. T., Bahia, C. P., Pereira, L. P., Mello, C. M. V. de, Nogueira, A. C. R., Dias, A. de P., Capaverde, M. R. C., Ferrari, C. V., & Antoniol, T. (2017). Aspectos relevantes da sepse. Revista Científica UNIFAGOC - Saúde, 1(2), 25–32.
García, J. L. A., Flores, A. M. E., Barbosa, P. A., & Cortina, J. H. M. (2018). Susceptibilidad antimicrobiana de Enterococcus faecalis y faecium en un hospital
de tercer nivel. Revista Latinoamericana de Infectología Pediátrica, 31(2), 56–61.
Gohel, K., Jojera, A., Soni, S., Gang, S., Sabnis, R., & Desai, M. (2014). Bacteriological Profile and Drug Resistance Patterns of Blood Culture Isolates in a Tertiary Care Nephrourology Teaching Institute. BioMed Research International, 2014, 153-747.
Gomes, A. A. G., Silva, M. R. da, Garcês, T. C. de C. S., Pinto, A. S. B., Andrade, S. M. O. de, Saraiva, E. R., Brito, S. M. S., Gadelha, D. dos S. G., & Andrade, A. R. O. de. (2020). Infecções relacionadas à assistência em saúde em unidades de terapia intensiva no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 12(11), e4665–e4665.
Gusatti, C. de S., Ferreira, A. E., Fuentefria, D. B., & Corção, G. (2009). Resistência a β-lactâmicos em Acinetobacter spp isolados de efluente hospitalar no sul do Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(2), 183–187
Machado, F. R., Cavalcanti, A. B., Bozza, F. A., Ferreira, E. M., Carrara, F. S. A., Sousa, J. L., ... & Melo, R. S. (2017). The epidemiology of sepsis in Brazilian intensive care units (the Sepsis PREvalence Assessment Database, SPREAD): an observational study. The Lancet Infectious Diseases, 17(11), 1180-1189.
Marchaim, D., Navon-Venezia, S., Schwaber, M. J., & Carmeli, Y. (2008). Isolation of imipenem-resistant Enterobacter species: emergence of KPC-2 carbapenemase, molecular characterization, epidemiology, and outcomes. Antimicrobial agents and chemotherapy, 52(4), 1413-1418.
Miller, J. M., Binnicker, M. J., Campbell, S., Carroll, K. C., Chapin, K. C., Gilligan, P. H., ... & Yao, J. D. (2018). A guide to utilization of the microbiology laboratory for diagnosis of infectious diseases: 2018 update by the Infectious Diseases Society of America and the American Society for Microbiology. Clinical Infectious Diseases, 67(6), e1-e94.
Mimica, M. J., & Berezin, E. N. (2018). Staphylococcus aureus resistente à vancomicina: um problema emergente. Arquivos médicos dos hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, 51(2), 52-56.
Monteiro, M. M., Souza, T. M. D., & Mendes, T. D. P. L. (2019). Perfil microbiológico de hemoculturas em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal. Comunicação em Ciências da Saúde.
Muniz, J. J., Silva, A. G., Rosa, A. D. F. N., de Melo, F. A., & Mattozo, J. M. A. (2019). Resistência aos antibióticos utilizados para tratamento de infecções por Klebsiella pneumoniae em um hospital. Revista de Ciências da Saúde Básica e Aplicada, 2, 3-10.
Oplustil, C. (2010). Procedimentos Básicos Em Microbiologia Clinica (3a edição). SARVIER EDITORA DE LIVROS MEDICOS LTDA.
Otto, M. (2017). Staphylococcus epidermidis: a major player in bacterial sepsis?. Future Medicine. 1031-1033.
Pereira, A.S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Rampelotto, R. F., Hörner, R., Martini, R., Nunes, M. S., Garzon, L. R., Dos Santos, S. O., & Bottega, A. (2015). Análisis de la susceptibilidad de los antimicrobianos frente a bacterias aisladas de bacteriemias en un hospital universitario. Revista Cubana de Farmacia, 49(1), 61-69.
Ribeiro, T. D. S., Ribeiro, R. A. A. D. S., Batista, K. S., Aquino, S. R. D., & Naue, C. R. (2019). Ocorrência e perfil bacteriano de culturas coletadas em pacientes internados na unidade de terapia intensiva em um hospital terciário. HU rev, 122-133.
Ricas, R. V., Marques, T. C., & Yamamoto, A. C. A. (2013). Perfil de resistência de Acinetobacter baumannii a antimicrobianos em um hospital universitário
de Cuiabá-MT. Infarma Ciências Farmacêuticas, 25(4), 178-181.
Rivera-Jacinto, M., Rodríguez-Ulloa, C., Flores Clavo, R., Serquén López, L., & Arce Gil, Z. (2015). Betalactamasas de espectro extendido tipo TEM y CTX-M en Klebsiella spp y Escherichia coli aisladas de superficies de ambientes hospitalarios. Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Pública, 32, 752-755.
Rodrigues, T. S., dos Santos, A. M. R., Lima, P. C., Moura, M. E. B., Goiano, P. D. D. O. L., & da Silva Fontinele, D. R. (2018). Resistência bacteriana a antibióticos na Unidade de Terapia Intensiva: revisão integrativa. Revista Prevenção de Infecção e Saúde, 4.
Salzani, M. G. B., Maior, F. N. S., de Menezes, C. C., Santos, P., Lima, I. O., da Silva, S. O. P., & de Sousa Mendes, R. (2019). Infecções urinárias: buscando evidenciar as drogas mais usadas no tratamento dessas patologias. Temas em Saúde. 19(3).
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. (2020). http://portal.saude.pe.gov.br/unidades-de-saude-e-servicos/secretaria-executiva-de-coordenacao-geral/viii-geres
Tufariello, J. M., Lowy, F. D., & Kaplan, S. L. (2020). Infection due to coagulase-negative staphylococci: Epidemiology, microbiology, and pathogenesis. UpToDate. Waltham, MA.
Walsh, T. R., Toleman, M. A., Poirel, L., & Nordmann, P. (2005). Metallo-β-lactamases: the quiet before the storm?. Clinical microbiology reviews, 18(2), 306-325.
Weigel, L. M., Clewell, D. B., Gill, S. R., Clark, N. C., McDougal, L. K., Flannagan, S. E., ... & Tenover, F. C. (2003). Genetic analysis of a high-level vancomycin-resistant isolate of Staphylococcus aureus. Science, 302(5650), 1569-1571.
World Health Organization. (2019) No Time to Wait: Securing the future from drug-resistant infections. http://www.who.int/antimicrobial-resistance/interagency-coordination-group/final-report/en/
Zhu, H., Swierstra, J., Wu, C., Girard, G., Choi, Y. H., van Wamel, W., ... & van Wezel, G. P. (2014). Eliciting antibiotics active against the ESKAPE pathogens in a collection of actinomycetes isolated from mountain soils. Microbiology, 160(8), 1714-1725.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cleusa Wanderley de Queiroz Andrade; Kátia Suely Batista Silva ; Mirthes Maria Rodrigues Santana; Aline Vitória de Oliveira; Marcos Duarte Guimarães; Carine Rosa Naue
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.