Perfil clínico e histopatológico da esquistossomose genital feminina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16652Palavras-chave:
Esquistossomose Genital Feminina; Granuloma; Histopatologia; Esquistossomose.Resumo
Objetivos: A presente pesquisa realizou uma análise clínica e histopatológica de casos de esquistossomose genital feminina (FGS). Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com abordagem quantitativa a partir de bases de dados secundárias do Memorial Nestor Piva da Universidade Tiradentes. Metodologia: Prontuários e biópsias de pacientes acometidos por esquistossomose genital (1984-1994) Foram encontrados 75 laudos de patologia, biópsias de órgãos genitais femininos, com os respectivos blocos de parafina e lâminas. Nestes três blocos de busca, para conter quantidade suficiente de material biológico foi submetido a novo histológico. Para a análise patológica, foram utilizadas as colorações por hematoxilina-eosina, picrosirius Red e tricrômico de Masson. Foi realizada a distribuição dos casos por ano para obter uma distribuição média e percentual dos órgãos mais acometidos. Além disso, o teste do qui-quadrado foi utilizado para estabelecer a associação da esquistossomose com sua localização anatômica e com outras patologias. Resultados: Obteve-se em média quatro casos por ano e a infecção foi encontrada em todos os órgãos do sistema genital, com maior concentração nos ovários, seguida do útero. Além disso, houve associação entre a parasitose e metaplasia cervical, tumores uterinos e salpingite. Na análise histopatológica, foram observados vários granulomas contendo ovos de Schistosoma mansoni, nas fases produtiva e de cura. Conclusão: Concluiu-se que os ovários foram os sítios anatômicos mais acometidos e que a presença da esquistossomose genital pode favorecer a ocorrência de patologias associadas, causando, assim, um alto índice de morbidade à saúde da mulher.
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