Análise espaço-temporal da temperatura da superfície terrestre na Cidade de Marabá, Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16718Palavras-chave:
Climatologia; Ilhas de Calor; Sensoriamento Remoto.Resumo
O desenvolvimento acelerado e desorganizado dos centros urbanos tem causado inúmeros impactos a esses ambientes, principalmente no que diz respeito aos aspectos climáticos das cidades. Aliado a diminuição de áreas vegetadas em detrimento do crescimento de locais construídos, o aumento das temperaturas urbanas tem como consequência a formação dos fenômenos de Ilhas de Calor. Neste sentido, o presente artigo objetiva analisar espaço-temporalmente a temperatura superficial terrestre da cidade de Marabá em um corte temporal dos anos de 1988 a 2018. A metodologia utilizada consistiu na coleta, análise e tratamento de imagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 8, junto a dados matriciais de uso do solo da plataforma MapBiomas, realizando a elaboração de mapas, cálculos e índices que possibilitaram a identificação e definição das ilhas de calor urbana e a caracterização da dinâmica de utilização terrestre. Observou-se uma variação média das temperaturas máximas de 35,26 %, onde as ilhas de calor tiveram um aumento de formação principalmente nos núcleos São Félix e Zona de Expansão Nova Marabá, ao passo que as áreas vegetadas tiveram uma diminuição de 43,86 %, onde esses mesmos núcleos urbanos apresentavam maior troca de áreas de Formações Florestais por Infraestrutura Urbana. Confirmando assim o papel da vegetação na regulação da temperatura da superfície e a premissa de que as áreas impermeabilizadas ou com solo exposto são mais propensas à formação de ilhas de calor urbano.
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