Acesso geográfico e utilização de serviços de saúde na detecção da tuberculose pulmonar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17001Palavras-chave:
Tuberculose; Acesso aos serviços de saúde; Qualidade, acesso e avaliação da assistência à saúde; Pesquisa sobre serviços de saúde; Atenção primária à saúde.Resumo
A tuberculose pulmonar é um grave problema de saúde pública e o acesso à detecção precoce da doença é fundamental para o controle. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o acesso geográfico e a utilização de serviços de saúde para a detecção da tuberculose pulmonar. Para isso, foram analisadas as distâncias entre o domicílio das pessoas com tuberculose e os serviços de saúde utilizados, a partir do georreferenciamento dos endereços dos domicílios e dos serviços de saúde. Considerou-se como acesso facilitado aqueles localizados em uma área até 800 metros da residência e de difícil acesso aos que estão mais distantes. Utilizou-se estatística descritiva e teste do qui-quadrado com análise de resíduos. Verificou-se que a maioria das pessoas com tuberculose tinha fácil acesso geográfico (91%), utilizava os serviços de difícil acesso para o primeiro atendimento (74,6%) e para a obtenção do diagnóstico (86,5%). Além disso, as pessoas com tuberculose residiam nas proximidades das unidades básicas de saúde, permitindo a residência ser no território de abrangência das unidades com estratégia saúde da família. A atenção primária à saúde teve a maior contribuição com fácil acesso ao primeiro atendimento e diagnóstico. Assim, conclui-se que o acesso à detecção da tuberculose foi facilitado pelos serviços de saúde localizados a até 800 metros de casa, porém a maioria dos entrevistados utiliza serviços de difícil acesso tanto no primeiro atendimento quanto no diagnóstico.
Referências
Albuquerque, M. D., Lyra, T. M., Farias, S. F., Mendes, M. F., & Martelli, P. J. (2014). Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a partir da Atenção Básica em Pernambuco. Saúde Debate, 38(esp). 10.5935/0103-1104.2014S014.
Andrade, M. V., Noronha, K., Barbosa, A. C., Rocha, T. A., Silva, N. C., Calazans, J. A., & Souza, A. (2015). A equidade na cobertura da Estratégia Saúde da Família em Minas Gerais, Brasil. Caderno Saúde Pública, 31(6). http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00130414.
Bogale, S., Diro, E., Shiferaw, A. M., & Yenit, M. K. (2017). Factors associated with the length of delay with tuberculosis diagnosis and treatment among adult tuberculosis patients attending at public health facilities in Gondar town, Northwest, Ethiopia. BMC infectious diseases, 17(1). 10.1186/s12879-017-2240-0.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (2017). Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde.
Ministério da Saúde. (2018). E-gestor. Informação e Gestão da Atenção Básica. https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml
Brasil. (2012). Resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União.
Brunelo, M. E. F., Orfão, N. H., Andrade, R. L. P., Magnabosco, G. T., Arakawa, T., Monroe, A. A., & Villa, T. C. S. (2016). Tuberculose: análise do percurso do doente durante o tratamento em Ribeirão Preto/SP. Revista Eletrônica de Enfermagem, 18(e1176). 10.5216/ree.v18.39051.
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. (2014). Consulta de estabelecimentos. http://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.jsp.
[retirado para não identificação dos autores]
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Cidades. Rio de Janeiro (BR): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. https://cidades.ibge.gov.br/.
Lima-Spagnolo, L. M., Tomberg, J. O., Vieira, D. A., & Cardozo-Gonzales, R. I. (2018). Detecção da tuberculose: fluxo dos sintomáticos respiratórios e resultados alcançados. Revista Brasileira de Enfermagem, 71(5). 10.1590/0034-7167-2017-0457.
Loureiro R. B., Villa T. C., Ruffino-Netto A., Peres R. L., Braga J. U., Zandonade E., & Maciel, E. L. N. (2014). Acesso ao diagnóstico da tuberculose em serviços de saúde do município de Vitória, ES, Brasil. Ciências e Saúde Coletiva. 19(4). 10.1590/1413-81232014194.01002013.
Peri, A. M., Bernasconi, D. P., Galizzi, N., Matteelli A., Codecasa, L., Giorgio, V, & Lapadula, G. (2018). Determinants of patient and health care services delays for tuberculosis diagnosis in Italy: a cross-sectional observational study. BMC infectious diseases, 18(1). 10.1186/s12879-018-3609-4
Programa Estadual de Controle da Tuberculose. Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Divisão de Vigilância Epidemiológica. (2018). Informe Epidemiológico: Tuberculose.
Quintero, M. C. F., Vendramini, S. H. F., Santos, M. L. S. G., Santos, M. R., Gazetta, C. E., Lourenção, L. G., & Villa, T. C. S. (2018). Acesso ao diagnóstico da tuberculose em município brasileiro de médio porte. Revista Salud Publica, 20(1). 10.15446/rsap.V20n1.64177
Reis, S. P., Harter, J., Lima, L. M., Vieira, D. A., Palha, P. F., & Gonzales, R. I. (2017). Aspectos geográficos e organizacionais dos serviços de atenção primária à saúde na detecção de casos de tuberculose em Pelotas, Rio Grande do Sul, 2012. Epidemiologia e Serviços da Saúde, 26(1). 10.5123/s1679-49742017000100015.
Ribeiro, M. S., Andrade, R. L. P., Monroe, A. P., Netto, A. R., Scatena, L. M., & Villa, T. C. S. (2016). Exames realizados para o diagnóstico de tuberculose pulmonar no município de Ribeirão Preto. Ciência, Cuidado e Saúde, 15(2). 10.4025/cienccuidsaude.v15i2.28298.
Sá, L. D., Scatena, L. M., Rodrigues, R. A., Nogueira, J. A., Silva, A. O., & Villa, T. C. (2015). Porta de entrada para diagnóstico da tuberculose em idosos em municípios brasileiros. Revista Brasileira de Enfermagem, 68(3). 10.1590/0034-7167.2015680313i.
Silveira, I. H., Oliveira, B. F. A., & Junger, W. L. (2017). Utilização do Google Maps para o georreferenciamento de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade no município do Rio de Janeiro, 2010-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 26(4). 10.5123/s1679-49742017000400018.
Souza M. S., Pereira R. A., Pereira S. M., Costa M. D., Barreto M. L., Natividade M. S., & Braga, J. U. (2015). Fatores associados ao acesso geográfico aos serviços de saúde por pessoas com tuberculose em três capitais do Nordeste brasileiro. Caderno de Saúde Pública. 30(1). 10.1590/0102-311X00000414.
Stošić, M., Lazarević, N., Kuruc, V., & Ristić, L. (2015). Assessment of the role of primary health care in tuberculosis control in serbia. Med Pregl. 9(10). 10.2298/MPNS1510331S
Thiede M., Akwengo P., Mclntyre D. (2014). Explorando as dimensões do acesso. In: Mclntyre D., Mooney G. Aspectos econômicos da equidade em saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 137-163.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Jéssica Oliveira Tomberg; Lílian Moura de Lima Spagnolo; Martina Dias da Rosa Martins; Johans Alexanders Arica Gutierrez; Roxana Isabel Cardozon Gonzales
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
