Caracterização físico-química da polpa de Oenocarpus distichus Mart. de diferentes localidades do Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.17023Palavras-chave:
Amazônia; Bacaba; Composição centesimal; Processamento.Resumo
Oenocarpus distichus Mart. é uma palmeira nativa da amazônica com grande potencial socioeconômico para a polpa. No entanto, a produção de frutos ainda é dependente do extrativismo e as informações disponíveis quanto à composição nutricional da polpa ainda são escassas, constituindo fatores limitantes ao seu conhecimento. Neste trabalho, foram analisadas 41 amostras de polpa de três localidades do Pará quanto ao pH, acidez total titulável, sólidos solúveis totais, umidade, cinzas, fibras, proteínas e lipídeos. Os dados foram tratados por análises uni e multivariadas. As polpas apresentaram diferenças significativas entre si para as nove características, formando pelo teste de comparação de médias de oito (SST) a dezesseis (lipídeos, carboidratos e outros) grupos distintos. Pela análise de agrupamentos as polpas foram separadas em sete grupos diferentes. O grupo 1 apresentou os maiores teores de fibras (18,14%) e carboidratos (46,98%), grupo 2 teve os maiores valores para ATT (1,05%), SST (2,53 °Brix) e cinzas (3,11%) e o grupo 4 o maior teor de lipídeos (71,99%). A variação significativa entre as polpas dessa espécie da mesma localidade pode ser atribuída a fatores ambientais (estádio de maturação dos frutos, manuseio pós-colheita entre outros) e aos genéticos. Podendo-se considerar que polpas de O. distichus provenientes de diferentes localidades do Pará apresentam diferenças na sua composição centesimal, formando vários grupos distintos. A divergência nessas polpas é maior dentro que entre as localidades. No geral, a polpa dessa espécie de bacaba possui alto valor nutricional por ser rica em lipídeos, carboidratos e proteínas, sendo excelente fonte de fibras.
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