Soroprevalência de leptospirose em cavalos de corrida: um estudo observacional descritivo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17287Palavras-chave:
L. interrogans; Equino; Fatores de risco; Zoonose.Resumo
Este estudo teve como objetivo determinar a soroprevalência de leptospirose em cavalos de corrida hospedados no Jockey Club de Pelotas (JCP) e avaliar os fatores de risco relacionados a essa doença. Foram incluídos 84 equinos da Raça Puro Sangue Inglês. Os animais foram submetidos à avaliação clínica geral e a colheita de sangue para obtenção de amostras de soro. Para detecção de anticorpos anti-leptospiras foi realizado o teste de soroaglutinação microscópica (MAT) para os seguintes sorovares de L. interrogans: Australis, Autumnalis, Batavie, Bratislava, Copenhageni, Grippothyphosa, Hardjoprajitno, Icterohaemorrhagiae, Pomona, Pyrogenes e Patoc, sendo considerado reagente quando a aglutinação foi ≥ 1:100. Posteriormente, um único entrevistador aplicou um questionário epidemiológico aos responsáveis pelos equinos para determinar a presença de fatores de risco para leptospirose no local. Dentre os 84 equinos, apenas nove (10,7%) apresentaram titulação para L. interrogans. As titulações variaram entre 1:100 e 1:400, sendo que três equinos apresentaram titulação para mais de um sorovar. Os sorovares identificados neste estudo foram Canicola (33,3%), Grippotyphose (33,3%), Icterohaemorrhagiae (22,2%), Australis (22,2%), Pyrogenes (11,1%), Bratislava (11,1%), Copenhageni (11,1%), Autumnalis (11,1%) e Hardjoprajitno (11,1%). Não houve associação entre os resultados do teste sorológico e os dados obtidos através do questionário epidemiológico (p > 0,05). Através deste estudo verificou-se que a soroprevalência para L. interrogans em equinos do JCP é baixa. Estudos epidemiológicos em outros hipódromos são necessários para determinar fatores de risco que estejam associados à infecção por L. interrogans em cavalos de corrida.
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