Avaliação da profilaxia antibiótica perioperatória para cirurgias ginecológicas em um hospital universitário no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17299Palavras-chave:
Antibioticoprofilaxia; Procedimentos cirúrgicos em ginecologia; Padrões de prática médica.Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação da prática clínica quanto ao uso de profilaxia antimicrobiana em cirurgias ginecológicas em um hospital universitário especializado em ginecologia localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Este é um estudo retrospectivo que avaliou todas as cirurgias ginecológicas realizadas ao longo de um ano. A adequação da profilaxia antimicrobiana foi determinada de acordo com critérios adaptados de diretrizes clínicas nacionais e internacionais. As condutas médicas quanto ao uso de profilaxia antimicrobiana foram consideradas adequadas em 58,4% de 416 cirurgias. O uso não indicado de profilaxia antimicrobiana foi o principal fator determinante do baixo percentual de adequação geral. Três variáveis foram independentemente associadas à administração perioperatória inadequada de antimicrobianos: idade da paciente, cirurgias mamárias e procedimentos de maior duração. Conclui-se que a profilaxia antimicrobiana praticada no hospital diverge das recomendações disponíveis. Mulheres submetidas às cirurgias ginecológicas estão expostas a riscos desnecessários associados ao uso não indicado da profilaxia antimicrobiana. Estratégias de promoção da adesão dos profissionais a diretrizes baseadas em evidências são necessárias.
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