Ensino agrícola na formação da infância e adolescência desvalida dos anos de 1930 na Paraíba: O caso de Pindobal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17335Palavras-chave:
Ensino Agrícola; Escola Profissional Presidente João Pessoa; Pindobal.Resumo
O presente artigo trata de uma investigação em andamento, sobre a Escola Profissional Presidente João Pessoa (Pindobal) localizada no município de Mamanguape no Estado da Paraíba, fundada em 1930. Esta investigação tratará de abordar o Ensino Agrícola (Mendonça, 2007) como principal ferramenta pedagógica controladora da infância e adolescência masculina desvalida. A abordagem metodológica é qualitativa (Bogdan & Bikclen, 1999) e a postura analítica utilizada é o Paradigma Indiciário (Ginzburg, 1989) e a Micro-História (Vainfãs, 2002). Os resultados preliminares que encontramos validam Pindobal como uma instituição correcional, destinada a recolher os menores vadios e delinquentes para ministrar um ensino útil para o Estado brasileiro e paraibano. O Estado brasileiro tratou de fundar instituições para dois tipos de Brasil: o Brasil da classe trabalhadora e dos pobres, fundando instituições a exemplo de Pindobal no século XX para imputar o trabalho agrícola como única maneira de salvação dessa população e o Brasil da classe dirigente, que fundou instituição como o Colégio do Caraça destinado aos homens do futuro. Ambas instituições são austeras e trata a questão moralizante em sua centralidade, embora uma destina-se aos pobres e a outra destina-se aos filhos da classe dirigente.
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