O entrelaçamento do movimento corporal expressivo da pessoa com deficiência no ambiente escolar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17588Palavras-chave:
Pessoas com Deficiência; Neurociências; Dança; Ajustamento Social; Instituições acadêmicas.Resumo
As conceituações sobre a pessoa com deficiência (PCD) são discutidas no cenário político para refletir acerca das contribuições da educação de práticas corporais que envolvem a noção de corpo e as relações sociais intricadas, trazendo a dança como disparador essencial de possibilidades para a percepção, conscientização e uso do corpo, e consequentemente as inter-relações e inter-influenciações do indivíduo, com o propósito de dialogar a respeito dos direitos da PCD nos espaços educacionais. Destacam-se, na sistematização discursiva, os eixos da legislação vigente no país, da corporeidade, neurociência e da prática da dança, trazendo à luz a importância do ator coletivo mediante experiências vislumbradas num programa de dança específico para esta população, o qual utiliza princípios norteadores que encaminharam o processo baseando-se nas concepções propostas por Dalcroze, Feldenkrais, Laban e Pilates e leva em consideração três componentes fundamentais para a educação corporal através da dança: o eu, o ambiente, e o outro. O intuito é fomentar meios substanciais para a integração emocional, cognitiva, física e social no ambiente escolar.
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