Perfil reprodutivo de Aedes aegypti e Aedes albopictus de uma área urbana endêmica para arboviroses da região Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17631Palavras-chave:
Arboviroses; Aedes aegypti.; Aedes albopictus; Perfil reprodutivo; Nordeste.Resumo
Aedes aegypti e Aedes albopictus são mosquitos de grande impacto na saúde pública por serem vetores de importantes arbovírus. Objetivou-se investigar o perfil reprodutivo desses dois vetores em residências e terrenos baldios nos períodos chuvoso e seco. Em 2017, foram realizadas quatro inspeções em 100 imóveis de cinco bairros de Caxias, Maranhão (400 vistorias), com repetições em 2018, totalizando 800 vistorias. Um total de 3.837 formas imaturas foram coletados em 11,6% (N = 93) das inspeções, sendo 3.394 Ae. aegypti (88,4%) e 443 Ae. albopictus (11,6%). O maior número de criadouros era do grupo armazenamento de água com 78 recipientes (70,9%) e 2.768 imaturos (72,1%), sendo 2.663 Ae. aegypti (96,2%) e 105 Ae. albopictus (3,8 %) encontrados apenas nas residências. Nos terrenos baldios, foi encontrado maior número de Ae. albopictus (N = 228; 67,7%), em relação ao Ae. aegypti (N = 109; 32,3%), sendo os frascos, os recipientes mais frequentes (N = 12,1%), contribuindo com 48,9% (N = 165) das formas imaturas coletadas nos terrenos. A maior densidade larvária foi encontrada durante o período chuvoso dos dois anos (N = 3.076; 80,1%), sendo que em 2017, houve uma correlação moderada e positiva, entre precipitação pluviométrica e número de imaturos de Ae. aegypti (rs = 0,46; p = 0,05). Evidenciou-se que os recipientes de armazenamento de água ainda são a preferência dos vetores, e que a proximidade com os terrenos baldios não exerce tanta influência na reprodução desses mosquitos que preferem as residências.
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