Potenciais interações medicamentosas no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas em uma capital do Nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17714Palavras-chave:
Usuários de drogas; Saúde mental; Serviços de Saúde mental.Resumo
Introdução: Os transtornos mentais representam hoje um dos principais desafios na agenda de saúde, tanto de países desenvolvidos como países em desenvolvimento, constituindo um ônus importante para os serviços públicos. Objetivo: Avaliar as potenciais interações medicamentosas em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, em São Luís. Método: Trata-se um estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio da análise de prontuários de usuários do Centro de Atenção Psicossocial no período entre maio de 2015 a março de 2016. As potenciais interações medicamentosas foram identificadas e classificadas de acordo com a base de dados drugs.com e Micromedex® em leves, moderadas, graves. Resultados: O estudo foi realizado com 60 prontuários de pacientes sob tratamento no CAPS-ad, sendo 83% do sexo masculino e 17% do sexo feminino, com média de idade de 39,62 anos para os homens e 37,7 anos para as mulheres e 63% dos prontuários apontaram para o grupo de transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas. Dentre os prontuários analisados, 42 apresentaram a possibilidade de ocorrência de interação medicamentosa, sendo 1% leve, 80% moderada e 19% grave; 40% com risco de depressão respiratória e no sistema nervoso central e 12% com risco de diminuição da ação farmacológica pela indução enzimática da carbamazepina. Conclusão: O estudo revelou elevado número de potenciais interações medicamentosas que podem comprometer as condições clínicas do paciente e/ou seu tratamento, revelando assim, a importância, da equipe de saúde, da atuação clínica do farmacêutico.
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