Terapias utilizadas em gestantes que apresentam Transtorno Depressivo Maior e suas implicações no pós-parto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18071Palavras-chave:
Transtorno Depressivo Maior; Depressão Pós-parto; Responsividade Materna; Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina; Enfermagem.Resumo
Objetivo: Debater sobre as terapias mais utilizadas em gestantes que apresentam TDM e analisar as implicações pós-parto, além dos riscos e benefícios das drogas de escolha. Metodologia: Revisão integrativa da literatura, utilizando artigos das plataformas acadêmicas SciELO, PuBMED, MEDLINE e Science Direct, considerando um intervalo entre 2016-2021, que abordassem o assunto da terapia farmacológica com Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) e/ou Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSN) no período gestacional ou ainda a não adesão ao tratamento, tendo um achado de 12 artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Os estudos, em sua maioria, corroboram com a eficácia do tratamento com ISRS e /ou ISRSN em gestantes, porém existe dificuldade em elaborar um plano com o menor risco possível, isso porque os medicamentos com melhor resultado também apresentam certo grau de risco. Esses mesmos estudos, assim como outros, destacam os efeitos teratogênicos e alguns outros achados durante tratamentos com ISRS e/ou ISRSN e, em caso do não tratamento, os efeitos da depressão ao longo da gestação. Alguns dos achados indicam a adesão ao cotratamento utilizando-se de terapias não farmacológicas, como a psicoterapia (recomendada por guidelines como o tratamento inicial ideal em casos leves a moderados), associadas com a terapia farmacológica. Conclusões: Pode-se concluir que existem estudos sobre os benefícios e malefícios do uso de antidepressivos durante a gestação, de tal forma que dificulta definir a melhor estratégia, cabendo aos profissionais definir custo-benefício de acordo com cada paciente e situação.
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