Ecologia alimentar do robalo Centropomus undecimalis Bloch 1792 (Teleostei, Centropomidae) na região costeira do Maranhão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18194

Palavras-chave:

Alimentação; Conteúdo estomacal; Preferência alimentar.

Resumo

A ecologia alimentar de uma determinada espécie faz parte e interfere diretamente na dinâmica de sua população, se tornando relevante para a conservação do ecossistema. Desta forma, este estudo permitiu estudar os principais aspectos da ecologia trófica, além da estratégia alimentar e possíveis variações ontogenéticas na alimentação do robalo Centropomus undecimalis no município de Tutóia - MA. A metodologia realizada constou na identificação e retirada dos dados biométricos e dissecação de 147 estômagos para análise do conteúdo estomacal, com auxílio de microscópio estereoscópico. Além disso, foi realizada a classificação dos estágios de digestão, com base no índice de repleção e grau de digestão, bem como a identificação dos itens alimentares até o menor nível taxonômico possível. Como principais resultados, foi possível caracterizar através das análises de Frequência de Ocorrência (Fo), Frequência Volumétrica (Fv) e índice de Importância alimentar (IAi) que o item peixe com 79% prevaleceu na dieta alimentar da espécie, seguido por crustáceos, camarão 21%. Ao grau de repleção, todas as categorias foram representativas, sendo estômagos vazios e com pouco alimento (1/2) os mais frequentes. Já ao grau de digestão, a categoria digerida teve maior predominância dentre os outros. Deste modo, conforme as análises estomacais, pode-se inferir que a espécie é um predador oportunista generalista já que não se alimenta somente de peixe e possui comportamento carnívoro com estratégia alimentar dominante para piscívora.

Referências

Almeida, V. L. L., Hahn, N. S., & Vazzoler, A. E. A. M. (1997). Feeding patterns in five predatory fishes of righ Paraná river floodplain (PR, Brasil). Ecology of Freshwater Fish. 6(3),123-133.

Anni, I. S. A., & Pinheiro, P. C. (2009). Hábito alimentar das espécies de robalo Centropomus parallelus (Poey, 1986) e Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) no litoral norte de Santa Catarina e sul do Paraná, Brasil. In: Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia.

Barros, M. F. S, Almeida, Z. S., Figueiredo, M. B., Nunes, J. L. S. & Carvalho- Neta, R. N. F. (2021) Food ecology of Hassar affinis (Actinopterygii: Doradidae) in two lakes of a wet zone of international importance in Northeast Brazil. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, e10110816973, ISSN 2525-3409. doi:10.33448/rsd-v10i8.16973

Benetti, C. J., Fiorentin, G. L., Cueto, J. A. R., & Neiss, U. G. (2006). Chaves de identificação para famílias de coleópteros aquáticos ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical Biology and Conservation, 1(1), 24-28.

Caballero, C. V. (1996). Biologia reproductiva del robalo blanco Centropomus undecimalis en la zona suroeste del estado de Campeche. CRIP Cd. del Carmen. Informe Tecnico del Instituto Nacional de la Pesca. 20p.

Cerqueira, V. R. (2005). Cultivo do robalo peva, Centropomus parallelus. In: Baldisserotto, B. e Gomes, L.C (org). Espécies nativas para psicultura no Brasil. Ed. UFSM. 403-431.

Chávez, H. (1963). Contribución ao conocimiento de la biologia de los robalos chucumite y constantino (Centropomus spp) del estado de Veracruz (Pisc. Centrop.) Ciência. 22(5),141-161.

Chinery, M. (1977). Guía de Campo de los Insectos de España y de Europa. Ediciones Omega, S.A Barcelona.

Cousseau, M. B. & Perrotta, R. G. (2000). Peces marinos de argentina: biología, distribución, pesca. (2 ed). Mar del Plata.

Chu, H.F. (1949). The Immature Insects.

Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas.

Figueiredo-Filho, J. M., Marceniuk, A. P., Feijó, A., Siccha-Ramirez, R., Ribeiro, G. S., Oliveira, C., & Rosa, R. S. (2021). Taxonomy of Centropomus Lacépède, 1802 (Perciformes: Centropomidae), with focus on the Atlantic species of the genus. Zootaxa. (3)4942 https://doi.org/10.11646/zootaxa.4942.3.1.

Fore, P. L. & Schmidt, T. W. (1973). Biology of juvenile and adult snook, Centropomus undecimalis, in the Ten Thousands Islands, in Proceedings U.S. Environmental Protection Agency, Surveillance and Analysis Division.1-18

Gilmore, R. G., Donahoe, J., & Cooke, D. W. (1983). Observations on the distribution and biology of the common snook, Centropomus undecimalis (Bloch). Florida Science, 46(3/4), 313-336.

Greenwood, P. H. (1976). A review of the family Centropomidae (Pices, Perciformes). Bulletin of the British Museum, 29(1), 81.

Héran, R. A. (1987). Análises de contenidos estomacales em peces: Inf. Tec. Inst. Esp. Oceanografia. 74.

Hyslop, E. J. (1976). Stomach contents analysis-a review of methods and their application. Bulletin of the British Museum, (29),81.

IBGE. Instituito Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017). Panorama de Tutóia. From: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/tutoia/panorama.

Leite, G. L. D., & De Sá, V. G. M. (2010). Apostila: Taxonomia, Nomenclatura e Identificação de Espécies. Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, 50.

Léopold, M. (2004). Poissons de Mer de Guyane: Guide Illustré. Ifremer.

Lessa, R., & Nóbrega. M. F. (2000). Programa REVIZEE/SCORE-NE - Guia de identificação de peixes marinhos da região Nordeste. UFRPE-DIMAR, 128.

Liebl, F., Amaral-Junior, H., Garcia, S., Souto, L. I. M., Carvalho, C. V. A., & Cerqueira, V. R. (2015). Desempenho de juvenis de Robalo-flecha e Robalo-peva submetidos a diferentes densidades de estocagem em água doce. Bol. Inst. Pesca, 1(42), 129-135.

Lima, F. P., Nobile, A. B., Souza-Freitas, D., Carvalho, E. D., & Vidotto-Magnoni, A. P. (2016). Feeding ecology of Rhinodoras dorbignyi (Kner, 1855) (Siluriformes: Doradidae) in the Paranapanema River, SP, Brazil. Revista Biotemas, 1(29), 67-73.

Lowerre-Barbieri, S. K., Ganias, K., Saborido-Rey, F., Murua, H., & Hunter, J. R. (2011). Reproductive timing in marine fishes: variability, temporal scales, and methods. Mar. Coast. Fish.v. 3(1),71–97.

Lowe-Mcconnell, R. H. (1964). The fishes of the rupunumi savana district of British Guiana, South America. Part I, Ecological groupings of fish species and effects of the seazonal cycle on the fish. J. Linm. Soc. Zool. 45(304),103-144.

Ludke, M. & Andre, M. E. D. A. (2013). Pesquisas em educação: uma abordagem qualitativa. São Paulo: E.P.U.

Machado-Allison, A. (1990). Ecologia de los peces de las areas inundables de los llanos de Venezuela. Interciência, 15(6),411-423.

Marshall, A. R. A. (1958). Survey of the snook, with estuies of the biology of the principal species, Centropomus undecimalis (Bloch). Florida Board of Conservation Marine, Research Laboratory Technical Series, (22).

Mendonça, M. C. F. B. de (2004). Autoecologia do camorim, Centropomus undecimalis (Bloch, 1792), (Perciformes, Centropomidae) em ambiente hipersalino em Galinhos, RN, Brasil. Tese (Doutorado em ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo.

Menezes, N. A., Buckup, P. A., Figueiredo, J. L., & Moura, R. L. (2003). Catálogo de Espécies de Peixes Marinhos do Brasil. Museu de Zoologia USP.

Nascimento, W. S. do., Gurgel, L. de L., Pansard. K. C. A., Nascimento, R. S. S. do N., Gurgel, H. de C. B., & Chellappa, S. (2010). Biologia Populacional Do Robalo, Centropomus undecimalis (Osteichthyes: Centropomidae) do Estuário de Rio Potengi, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. CARPE DIEM: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX, (8)8.

Nora, V., Begossi, A., Mesquita, F., Clauzet, M., & Rotundo, M. (2012). Aspectos Ecológicos e Etnoecológicos Sobre a Composição Alimentar de Centropomus undecimalis, BLOCH, 1792 (Centropomidae) (robalo) em Paraty, RJ. Unisanta BioScience. 1(1), 22-27.

Nunes, J. L. S., & Piorski, N. M. (2011). Peixes marinhos e estuarinos do Maranhão. São Luís - MA, Café e Lápis, 225.

Passini, Gabriel. (2017). Aspectos reprodutivos do robalo-flecha, Centropomus undecimalis, durante a primeira maturação sexual. Tese (Doutorado em Aquicultura). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

Pereira, M. J. (2001). Alimentacão de Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) e Centropomus parallelus Poey, 1986 no estuário da Baía da Babitonga (Monografia). Universidade da Região de Joinville. Departamento de Ciências Biológicas.

Pereira, M. E. G. S., Silva, B. B. da., Rocha, R. M. da., Asp-Neto, N. E., Silva, C. S. da., & Nunes, Z. M. P. (2015). Bioecologia do robalo-flexa, Centropomus undecimalis, em lagoa Costeira tropical no Norte do Brasil. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 3(41),457-469.

Popova, O. A. (1978). The role of predaceous fish in ecosystems. In: Gerkingg, S. D. ed. Ecology of Freshwater fish production. Oxford, Blackwell Scientific Publications. 215 – 249.

Rabelo, L. B., Muto, E. Y., Satiko, L. & Soares, H. (2009). Observações preliminares sobre o hábito alimentar do robalo-flecha Centropomus undecimalis (BLOCH, 1792) e robalo-peba Centropomus parallelus POEY, 1860, no Estuário de Caravelas (Bahia, Brasil). Boletim Técnico Científico Cepene, (1)17, 89–96.

Rios, E.C., Haimovici, M., Alvares Peres, J. A., & Santos, R. A. dos. (1994). Seashells of Brazil. FURG. (368), 113.

Rivas, L. R. (1986) Systematic review of the perciform fishes of the genus Centropomus. Copeia, (3) 579-611.

Rivas, L. R. (1962). The Florida Fishes of Genus Centropomus commonly know as snook. Quarterly J. of the Florida Acad. Sciences, 25(1), 53-64.

Santo, R. V. E., & ISAAC, V. J. (Coordenadores). (2005). Peixes e Camarões do Litoral Bragantino. (1 ed.).

Seaman, W., & Collins, M. (1983). Species pro les: life histories and environmental requirements of coastal shes and invertebrates (South Florida). Florida: Snook U.S. Fish Wild Service. FWS/ OBS-82/11.16. U.S. Army Corps of Engineers, TREL-82-4. 16.

Taylor, R. G., Whittington, J. A., Grier, H. J., & Crabtree, R. E. (2000). Age, growth, maturation, and protandric sex reversal in common snook, Centropomus undecimalis, from the east and west coasts of South Florida. Fishery Bulletin, 98(3), 612.

Tonini, W. C. T., Braga, L. G. T., & Vila Nova, D. L. D. (2007). Dieta de juvenis do robalo Centropomus parallelus Poey, 1860 no Sul da Bahia, Brasil. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 1(33),85-91.

Tutóia. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017). https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/tutoia/panaroma. Acesso em 26 de janeiro de 2019.

Vasconcelos Filho, A. L., & Galiza, E. M. B. (1980). Hábitos alimentares de peixes Centropomideos cultivados em viveiros da região de Itamaracá, Pernambuco. Rev. Nordestina. Biol., (3) (especial), 111-122.

Vieira, M. C. (2017). Etnoecologia de robalos na reserva de desenvolvimento sustentável da Barra do Uma, Peruíbe/SP. Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos). Universidade Santa Cecília, Santos, São Paulo.

Virtule, J. R. S., & Aranha, J. R. M. (2002). Ecologia alimentar do Lambari, Deutweodon langei Travassos, 1957 (Characidae, Tetragonopterinae), de diferentes tamanhos em um riacho da floresta Atlântica, Paraná (Brasil). Acta Biológica, Curitiba, (31), 137-150.

Ximenes-Carvalho, M. O., Fonteles-Filho, A. A., & Paiva, M. P. (2009). Parâmetros de crescimento e mortalidade do olho-de-cão, Priacanthus arenatus (Teleostei: Priacanthidae), no sudeste do Brasil. Arquivo de Ciências do Mar. 42(1), 5-11.

Zavala-Camin, L. A. (1996). Introdução aos estudos sobre alimentação natural em peixes. Maringá: EUDEM, 129.

Downloads

Publicado

01/08/2021

Como Citar

SOUZA, J. P.; NASCIMENTO, I. R. M. A.; BARROS, M. F. de S.; CARVALHO, A. da S. .; BRITO, P. da S.; SILVA, Ádila P. C.; ALMEIDA, Z. da S. de. Ecologia alimentar do robalo Centropomus undecimalis Bloch 1792 (Teleostei, Centropomidae) na região costeira do Maranhão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 9, p. e52010918194, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i9.18194. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18194. Acesso em: 20 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas