Avaliação da capacidade para o trabalho dos profissionais da atenção primária à saúde: Estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18215Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Saúde do Trabalhador; Trabalhadores; Política Pública; Aposentadoria.Resumo
Objetivou-se avaliar a capacidade funcional dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família por meio do Índice de Capacidade para o Trabalho. Trata-se de estudo transversal, exploratório, descritivo, utilizado como instrumento de análise, a escala Índice de Capacidade para o Trabalho. A pesquisa foi realizada em nove unidades de Atenção Básica de Saúde do Rio de Janeiro, Brasil, de julho a novembro de 2018, com 88 profissionais de equipes multiprofissionais. Utilizou-se estatística descritiva a todas as variáveis e cálculo de coeficiente de variação para as variáveis quantitativas. A maioria dos participantes é do gênero feminino (80,7%), com média de idade de 43 anos (40,6%), trabalhando atualmente em apenas um emprego (85,2%) e com uma carga horária semanal de trabalho de 40 horas (87,5%) e estando trabalhando no atual local de trabalho há apenas um ano (30,7%). Sentiam-se exigidos no trabalho física e mentalmente (95,5%) profissionais. As comorbidades mais prevalentes foram: hipertensão arterial e lesões nas costas, ambas com (26,1%) participantes. A pesquisa também mostrou que doenças relacionadas com lesões nas costas (p-valor=0,013) e depressão leve (p-valor=0,002) influenciaram diretamente na capacidade para o trabalho, e repercutiram em escores mais baixos, que foram confirmados pelo teste estatístico de Mann Whitney. Concluiu-se que dores musculoesqueléticas e depressão leve diminuíram a capacidade para o trabalho dos profissionais de saúde da atenção básica. Este estudo busca contribuir para pesquisas na temática da saúde do trabalhador, no acompanhamento da capacidade funcional dos profissionais de saúde, visando a prevenção de doenças ocupacionais e o processo de envelhecimento saudável.
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