Para quem quer ver além: deficiência visual e empoderamento feminino

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1832

Palavras-chave:

Gênero; Deficiência visual; Empoderamento.

Resumo

Neste trabalho, apresento os olhares de uma mulher cega que, interpelada a rever sua história de vida, faz uma releitura de acontecimentos marcantes, desde a infância aos tempos presentes, envolvendo-nos numa prazerosa mistura entre poesia e realidade. Trata-se de um recorte da tese intitulada: Trajetórias Educacionais de Mulheres: Uma Leitura Interseccional da Deficiência (Farias, 2017), cujo objetivo é analisar os efeitos das estruturas capacitistas e de gênero na experiência de desigualdades e múltiplas vulnerabilidades de mulheres com deficiência. Fundamentadas nas percepções feministas acerca do modelo social, os estudos mais recentes em torno desta questão estabelecem a ruptura com o modelo médico da deficiência, agora concebida como uma condição resultante de experiências de desigualdades, como também de barreiras que impedem a participação social de homens e mulheres nesta condição. Assim, ao reconstituir a história de vida de uma mulher cega, aprofundo a literatura que associa a deficiência a outros marcadores de desigualdade social, a exemplo do gênero. Os resultados da investigação revelam que o maior desafio a ser enfrentado atualmente, consiste em tornar as estruturas educacionais e sociais, mais acessíveis, o que oferecerá a mulheres, cegas e videntes, mecanismos que lhes permitam descobrir as próprias capacidades e assim olhar para a realidade, conscientes da força de sua ação transformadora. Espero, dessa forma, contribuir para uma maior visibilidade da mulher com deficiência.

Biografia do Autor

Adenize Queiroz de Farias, Universidade Federal da Paraíba

Professora de Educação Especial do Departamento de Habilitações Pedagógicas da Universidade Federal da Paraíba

Referências

Alberti, V. (2004). Ouvir, contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Diniz, D. (2003). Modelo social da deficiência: a crítica feminista. SérieAnis, 28, 1-10. Recuperado em 18 de fevereiro de 2017 de https://www.anis.org.br/serie/artigos/sa28(diniz)deficienciafeminismo.pdf.

Ferreira, W. B. (2009). Direitos da pessoa com deficiência e inclusão nas escolas. Recuperado em 7 de fevereiro de 2018 de http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/edh/redh/03/03_ferreira_direitos_deficiencia.pdf.

França, D. N. O. (2013). Sexualidade da pessoa cega: uma revisão sistemática da literatura. Rev. Ciênc. Méd. Biol., 12(1), 101-105.

Gavério, M. A. & Oliveira, E. L. de. (2015). A crítica deficiente - alguns posicionamentos cripfeministas. Artigo apresentado no 4º Seminário Enlaçando Sexualidades, Salvador, Bahia. Recuperado em 12 de maio de 2017 de http://www.uneb.br/enlacandosexualidades/files/2015/07/comunicacaooralmarcoantoniogaverioevertonluisoliveira.pdf.

Glat, R. (1989). Somos iguais a vocês: depoimentos de mulheres com deficiência mental. Rio de Janeiro: Agir.

Lima, T. (2012). A importância do letramento escolar para a criança cega. Caminhos em Linguística Aplicada, 3(2), 108-120.

Mello, A. G. de, & Nuernberg, A. H. (2012). Gênero e deficiência: interseções e perspectivas. Rev. Estud. Fem. 20(3), 635- 655. Recuperado em 24 de setembro de 2016 de http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2012000300003.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (1990). Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Unesco: Jomtien.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (2006). Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Assembléia Geral da ONU em dezembro de 2006. Unesco.

Paulilo, M. A S. (1999). A pesquisa qualitativa e a história de vida. Serviço Social em Revista, 2(2), 135-148.

Queiroz, A. (2007). Deficiência, saúde pública e justiça social. Rev. Estud. Fem., 15(3), 827-829, Recuperado em 12 de maio de 2017 de http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2007000300020.

Ribas, J. (2011). Preconceito contra as pessoas com deficiência: as relações que travamos com o mundo. São Paulo: Cortez.

Santiago, S. A. da S. (2009). Exclusão da pessoa com deficiência, educação para quê? (Tese de doutorado). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Sousa, J. B. de. (2004). A Cegueira, o Braille e o Jornalismo: furos de uma Reportagem. Recuperado em 22 de maio de 2016 de http://www.ibc.gov.br/images/conteudo/revistas/benjamin_constant/2004/edicao-27-abril/Nossos_Meios_RBC_RevAbr2004_Relato.pdf.

Sousa, J. B. de. (2009). O que percebemos quando não vemos? Fractal, Rev. Psicol., 21(1), 179-184. Recuperado em 14 de setembro de 2016 de http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000100014.

Telles, R. dos S. (2014). A importância do brincar no cotidiano das ações educativas: um olhar pedagógico inovador para crianças cegas e com baixa acuidade visual atendidas na UEES. Revista dos Alunos de Pedagogia, 1(3). Recuperado em 22 de julho de 2015 de http://www.nwk.edu.br/intro/wp-content/uploads/2014/05/Pedagogia-2014Atualizada-em-26.08.2015.pdf.

Downloads

Publicado

01/01/2020

Como Citar

FARIAS, A. Q. de. Para quem quer ver além: deficiência visual e empoderamento feminino. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 1, p. e193911832, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i1.1832. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1832. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais