Para quem quer ver além: deficiência visual e empoderamento feminino
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1832Palavras-chave:
Gênero; Deficiência visual; Empoderamento.Resumo
Neste trabalho, apresento os olhares de uma mulher cega que, interpelada a rever sua história de vida, faz uma releitura de acontecimentos marcantes, desde a infância aos tempos presentes, envolvendo-nos numa prazerosa mistura entre poesia e realidade. Trata-se de um recorte da tese intitulada: Trajetórias Educacionais de Mulheres: Uma Leitura Interseccional da Deficiência (Farias, 2017), cujo objetivo é analisar os efeitos das estruturas capacitistas e de gênero na experiência de desigualdades e múltiplas vulnerabilidades de mulheres com deficiência. Fundamentadas nas percepções feministas acerca do modelo social, os estudos mais recentes em torno desta questão estabelecem a ruptura com o modelo médico da deficiência, agora concebida como uma condição resultante de experiências de desigualdades, como também de barreiras que impedem a participação social de homens e mulheres nesta condição. Assim, ao reconstituir a história de vida de uma mulher cega, aprofundo a literatura que associa a deficiência a outros marcadores de desigualdade social, a exemplo do gênero. Os resultados da investigação revelam que o maior desafio a ser enfrentado atualmente, consiste em tornar as estruturas educacionais e sociais, mais acessíveis, o que oferecerá a mulheres, cegas e videntes, mecanismos que lhes permitam descobrir as próprias capacidades e assim olhar para a realidade, conscientes da força de sua ação transformadora. Espero, dessa forma, contribuir para uma maior visibilidade da mulher com deficiência.
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