Representações sociais acerca do HIV/aids e a gestão de riscos em tempos de cronificação da doença

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18357

Palavras-chave:

HIV; Síndrome de imunodeficiência adquirida; Prevenção de doenças.

Resumo

Objetivos: Conhecer as representações sociais acerca do HIV/aids, bem como o manejo da gestão de risco no contexto da cronificação da doença. Métodos: Estudo qualitativo fundamentado na Teoria das Representações Sociais. Foram realizadas sete entrevistas com pessoas que se auto-referiram Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, residentes no Distrito Federal, no período de setembro de 2018 a setembro de 2019, as quais foram analisadas no software Iramuteq: Classificação Hierárquica Descendente e Analise de Similitude. Resultados: Obtiveram-se três eixos temáticos: o primeiro eixo composto pela classe cinco mostrou que todos estão expostos a diversos tipos de riscos. O segundo eixo demonstrou o enfrentamento do estigma e dificuldades para gerir os riscos no contexto da cronificação da doença, constituído pelas classes três que abordou a exclusão social e a violência, e a classe dois mostrou as dificuldades e os limites da gestão do risco. O terceiro eixo compostos pelas classes quatro e classe um retrataram a dolorosa experiência de submissão as violências e a possiblidade da morte pelo HIV/aids. A negociação das medidas de prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis constitui-se a principal barreira, aliadas ao estigma e exclusão. Conclusões: Há que se continuar investindo em estratégias inovadoras, que reforcem a importância do autocuidado da sexualidade responsável, integradas e inter-relacionadas às diferentes etapas do curso da vida.

Referências

Abreu, P. D., Araújo, C. E., Vasconcelos, C. M. R., Ramos, V. P., Moura, J. W. S. & Santos, Z. C, et al.(2020). Social representations of transsexual women living with HIV/AIDS. Rev. Bras. Enferm, 73, (3), e20180390.

Agostini, R, Maksud, I & Franco, T. (2017). Essa doença para mim é a mesma coisa que nada: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo. Saude soc., 26, (2), 496-509.

Barbará, A, Sachetti, V.A. R & Crepaldi M. A.(2005). Contribuições das Representações Sociais ao estudo da AIDS. Interação em Psicologia, 2005, 9(2), p. 331-339.

Calazans, G. J. (2018). Vulnerabilidade programática e cuidado público: Panorama das políticas de prevenção do HIV e da Aids voltadas para gays e outros HSH no Brasil. Sexualidad, Salud y Sociedad, 29, 263-293.

Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: Um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21 (2), 513-518.

Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2015). Tutorial para uso do software IRAMUTEQ. http://www.laccos.com.br/index.php?option=com_content&view=article &id=208%3Atutorial-do-software-iramuteq-em-portugues&catid=40%3Aoutros&Itemid=9&lang=br.

Cardoso, G. P. & Arruda, A. (2004). As representações sociais da soropositividade e sua relação com a observância terapêutica. Ciênc. saúde coletiva, 10, (1), 151-162.

Cecilio, H. P. M., Oliveira, D. S., Apostolidis, T., Dany, L., & Oliveira, D. C. de. (2020). Time perspective, socioeconomical status and quality of life of people living with HIV. Research, Society and Development, 9(8), e148985451.

Couto, P. L. S., Porcino, C., Pereira, S. S. da C., Neri, F. G., Azevedo, C. N., Vilela, A. B. A., Gomes, A. M. T., & Flores, T. da S. (2020). “Money as a synonym for pleasure?” procedural analysis of the representational meanings of sex workers on sexual satisfaction. Research, Society and Development, 9(8), e854986233.

Cunha, C.C. (2018). Configurações e reconfigurações do movimento de jovens vivendo com Hiv/Aids no Brasil: Identidades e prevenções em jogo. Sex, Salud y Soc, 29, 294-312.

Ferraz, D. & Paiva, V. (2015). Sexo, direitos humanos e AIDS: uma análise das novas tecnologias de prevenção do HIV no contexto brasileiro. Rev. bras. epidemiol. 18 (Suppl 1), 89-103.

Flores, Y., Yolanda R. (2016). Sexual violence as a limiting factor on the perception and management of the risk of HIV in women married to migrants. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2016, 24.

França, L. C. M., Gomes, A. M. T., Nogueira, V. P. F., Mercês, M. C. das, & Couto, P. L. S. (2020). Spirituality for people living with HIV/AIDS: an analysis of the procedural approach of social representations. Research, Society and Development, 9(8), e443985903.

Hipólito, R. L., Oliveira, D. C. de, Cecilio, H. P. M., Marques, S. C., Flores, P. V. P., Costa, T. L. da, & Lima, F. O. de. (2020). Quality of life of people living with HIV and their multifactorial relationships. Research, Society and Development, 9(7), e82973749.

Hoyos-Hernández, P.A., Mazo, J.P.S, Pineda, L.T.O., Gallego, A. L.V., Ceballos, M.G. Muñoz T.O. et al. (2019). Representaciones sociales asociadas al VIH/Sida en universitarios colombianos. Saude soc., 28 (2), 227-238.

Jodelet, D. (2001). Representações sociais: um domínio em ex-pansão. Em D. Jodelet (Org.), As representações Sociais (pp. 17-29). Eduerj.

Jodelet D. (2014). A propos des jeux et enjeux de savoir dans l'Education Thérapeutique des Patients. https://www.academia.edu/37785446/A_ propos_des_jeux_et_enjeux_de_savoir_dans_lEducation_Th%C3%A9rapeutique_des_Patients

Kerr, L. R., Mota, R. S., Kendall C., Pinho A. A, Mello M. B., Guimarães M. D., Dourado, I. et al. (2013). HIV among MSM in a large middle-income country. AIDS, 27(3), 427-35.

Kerr L, Kendall C, Guimarães M. D. C., Mota, R. S, Veras, M. A, Dourado, I., Brito, A. M. et al. (2018). HIV prevalence among men who have sex with men in Brazil: results of the 2nd national survey using respondent-driven sampling. Medicine, 97(1S Suppl 1), S9-S15.

Leal, N. S. B., Coêlho, A. E. L. (2016). Representações sociais da AIDS para estudantes de Psicologia. Fractal: Revista de Psicologia, 28(1), 9-16.

Massignam, F, M. Bastos, J. L. D. & Nedel, F. B. (2015). Discriminação e saúde: um problema de acesso. Epidemiol. Serv. Saúde 24 (3), 541-44.

Ministério da Saúde (BR). (2020). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. HIV/AIDS. Bol Epidemiológico. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hivaids-2020.

Parker, R. & Aggleton, P. (2003). HIV and Aids-related stigma and discrimination: a conceptual framework and implications for action. Social Science & Medicine, 57(1), 13-24.

Pereira, G. F.M, Shimizu, H. E., Bermudez, X. P. & Merchan-Hamann, E. (2018). Epidemiologia do HIV e aids no estado do Rio Grande do Sul, 1980-2015. Epidemiol. Serv. Saúde, 27 (4), 1-11.

Rios, L. F., Albuquerque, A. P., Santana, W., Pereira, A. F., Oliveira Junior, C. J. (2019). O drama do sexo desprotegido: estilizações corporais e emoções na gestão de risco para HIV entre homens que fazem sexo com homens. Sex., Salud y Soc.,32, 65-89.

Silva, A. M. B. da & Enumo, S. R. F. (2017). Descrição e Análise de uma Intervenção Psicológica com Bailarinos pelo Software IRAMUTEQ. Temas em Psicologia, 25 (2), 577-593.

Silva, L. A. V & Iriart, J. A. B. (2010). Práticas e sentidos do barebacking entre homens que vivem com HIV e fazem sexo com homens. Interface, 14, (35), 739-52.

Simões, J.A. (2018). Gerações, mudanças e continuidades na experiência social da homossexualidade masculina e da epidemia de Hiv-Aids. Sex, Salud y Soc, 29,313-339.

United Nations. (2016) Global report: UNAIDS report on the global AIDS epidemic: Geneve: United Nations.

World Health Organization. (2000). United Nations Programme on HIV/AIDS. Guidelines for second-generation HIV surveillance. UNAIDS/World Health Organization. 40 p. http://www.who.int/hiv/pub/surveillance/en/cds_edc_2000_5.pdf.

Teixeira, F. B., Paulino, D. B., Raimond, G. A., Crovato, C. A. S., Prado, M. A. M. (2018). Entre o segredo e as possibilidades do cuidado: (re) pensando os silêncios em torno das narrativas das travestis sobre HIV/AIDS. Sex., Salud Soc. 2018, 29: 373-388.

Grangeiro, A., Ferraz, D, Pinheiro, T. F., Alencar, T. Ferguson, L, Estevam, D. L., Munhoz, R. (2018). Da evidência à ação: desafios do Sistema Único de Saúde para ofertar a profilaxia pré-exposição sexual (PrEP) ao HIV às pessoas em maior vulnerabilidade. Cadernos de Saúde Pública, 34(7), e00206617.

Downloads

Publicado

09/08/2021

Como Citar

SHIMIZU, H. E. . Representações sociais acerca do HIV/aids e a gestão de riscos em tempos de cronificação da doença. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e257101018357, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.18357. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18357. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde