Conhecimento, uso e falha de métodos contraceptivos dentre as mulheres marabaenses que já tiveram aborto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18549Palavras-chave:
Métodos contraceptivos; Abortamento; Saúde reprodutiva.Resumo
A anticoncepção feminina abrange desde aspectos socioeconômicos até aspectos políticos. As Nações Unidas consideram que o acesso ao planejamento familiar seguro e voluntário é um direito humano, pois é essencial para a promoção da igualdade de gênero, avanço da autonomia das mulheres e redução da pobreza. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento, uso e falha dos métodos contraceptivos dentre as mulheres residentes em Marabá (PA), assim como a utilização dos serviços de saúde pública. Trata-se de um estudo observacional e transversal, na qual um questionário elaborado pelas pesquisadoras foi aplicado em entrevistas presenciais e por formulário eletrônico. Foram incluídas 394 mulheres residentes na área urbana de Marabá, alfabetizadas e com idade de maior ou igual a 18 anos. Os resultados mostraram que 21% (83) das entrevistadas já tiveram algum aborto e, destas, 8.43% nunca foram ao ginecologista/obstetra, sendo que a maioria afirma conhecer e saber usar principalmente a pílula anticoncepcional, camisinha masculina e injeção intramuscular, 29% não usavam método contraceptivo no momento da entrevista e 46% alegaram já ter engravidado usando pelo menos um método. A pílula anticoncepcional, a camisinha masculina e o coito interrompido foram os que mais se associaram à falha em ambos os grupos. Assim, o conhecimento sobre as variadas opções de métodos contraceptivos possibilitam a escolha mais adequada ao comportamento sexual e fatores socioeconômicos das mulheres. A divulgação de conteúdos teórico-práticos acerca do uso desses recursos oferecem melhor apoio ao uso racional e correto dos mesmos, assim como à atenuação das falhas.
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