Atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no ciclo neodesenvolvimentista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18602Palavras-chave:
Movimentos sociais; Movimento dos atingidos por barragens; Sustentabilidade; Neodesenvolvimentismo.Resumo
O presente artigo pretende refletir sobre o protagonismo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) nas dinâmicas do desenvolvimento, a partir da categoria da sustentabilidade. Adotou-se como metodologia a revisão de literatura, análise de documentos públicos e o estudo de caso das experiências realizadas pelo MAB, no conjunto de ações de enfrentamento e resistência frente à conjuntura neoliberal adotada a partir da década de 1990. Concluiu-se que embora os conflitos sociais envolvendo a implantação de represas ganhem cada vez mais espaços na mídia e haja uma evolução na atuação MAB, o modelo de “avaliação de risco” das décadas de 80 e 90 persiste quando se trata dos reassentamentos involuntários. Isto porque o instrumental teórico-conceitual naturaliza as populações, representando-as como obstáculos ao progresso e não as tratam como atores sociais capazes de discutir direitos e interesses.
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