Sintomas depressivos e pré-frontais em idosos institucionalizados e não institucionalizados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18705Palavras-chave:
Depressão; Sintomas comportamentais; Instituição de longa permanência para idosos.Resumo
O envelhecimento é um processo de desenvolvimento que provoca mudanças físicas, cognitivas, comportamentais e socioemocionais. O objetivo do presente trabalho consistiu em verificar as associações entre os sintomas pré-frontais e os sintomas depressivos em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Participaram 206 pessoas, de ambos os sexos, com idade acima de 60 anos, sendo 109 indivíduos não institucionalizados e ativos da comunidade e 97 longevos residentes em instituições de longa permanência. Os participantes responderam ao Miniexame do Estado Mental (MEEM), a Escala de Depressão Geriatra (EDG-15), ao Inventário de Sintomas Pré-frontais (ISP-16) e um questionário sociodemográfico. Os resultados revelaram que os idosos institucionalizados exibiu maior média de idade (77 anos; DP=8,3); a maioria possuía pouca escolaridade, eram, predominantemente, solteiros e sedentários. Apresentaram, também, mais déficits cognitivos (MEEM), sintomas subclínicos de depressão e pontuação maior no ISP-16, quando comparado aos não institucionalizados. Nos grupos, houve correlações positivas moderadas, estatisticamente significantes entre o ISP-16 e a EDG-15 (p<0,001) e negativa entre a escolaridade e o ISP-16 (p<0,01). A análise de regressão múltipla corroborou o papel dos sintomas depressivos como um preditor significativo da variância dos sintomas pré-frontais e o papel da escolaridade como variável de confusão. Apesar das diferenças entre os contextos de moradia, aspectos sociodemográficos e estilo de vida, os sintomas depressivos estão associados aos pré-frontais, nos grupos, de forma semelhante, visto que regulações emocionais, comportamentais e cognitivas estão interligadas.
Referências
Alvarenga, M. R. M., Oliveira, M. A. de C., & Faccenda, O. (2012). Sintomas depressivos em idosos: Análise dos itens da Escala de Depressão Geriátrica. Acta Paulista de Enfermagem, 25(4), 497–503.
Alves, M. B., Menezes, M. do R. de, Felzemburg, R. D. M., Silva, V. A. da, & Amaral, J. B. do. (2017). Instituições de longa permanência para idosos: Aspectos físico-estruturais e organizacionais. Escola Anna Nery, 21. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0337.
Azevedo, L. M. de, Lima, H. H. G., Oliveira, K. S. A. de, Medeiros, K. F. de, Gonçalves, R. G., Nunes, V. M., & Piuvesam, G. (2017). Perfil sociodemográfico e condições de saúde de idosos institucionalizados. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research, 19(3), 16–23
Costa, T. N. M., Nieto, J. P. de S., Morikawa, L. S., Araújo, A. V. S. de, Cardoso, A. A. M., Mafra, B. G., Eiró, M. ..., & Costa, V. O. da. (2021). Análise do Mini Exame do estado mental de Folstein em idosos institucionalizados e não institucionalizados/ Analysis of Folstein’s Mini State examination in institutionalized and non institutionalized elderly people. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 8319–8336. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-357.
Brucki, S. M. D., Nitrini, R., Caramelli, P., Bertolucci, P. H. F., & Okamoto, I. H. (2003). Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 61(3B), 777–781. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2003000500014
Ferreira, O.D.L., Barbosa, L.N.F., & Alchieri, J.C. (2020). Validity Evidences of the Prefrontal Symptoms Inventory for the Elderly Brazilian Population. Clinics [online], 75 (e1863), 1-7. https://doi.org/10.6061/clinics/2020/e1863
Fonseca, L. M., Yokomizo, J. E., Bottino, C. M., & Fuentes, D. (2016). Frontal Lobe Degeneration in Adults with Down Syndrome and Alzheimer’s Disease: A Review. Dement Geriatr Cogn Disord. 2016;41(3–4):123–36. https://doi.org/10.1159/000442941
Formánek, T., Csajbók, Z., Wolfová, K., Kučera, M., Tom, S., Aarsland, D., & Cermakova, P. (2020) Trajectories of depressive symptoms and associated patterns of cognitive decline. Sci Rep, 30;10(1):20888. doi: 10.1038/s41598-020-77866-6.
Gerstenecker, A., Triebel, K., Eakin, A., Martin, R., & Marson, D. (2018). Exploring the Factor Structure of Financial Capacity in Cognitively Normal and Impaired Older Adults. Clinical Gerontologist, 41(1), 33–41. https://doi.org/10.1080/07317115.2017.1387211
Jerez-Roig, J., de Medeiros, J. F., do Nascimento Moreira Fidélis, K., de Lima Filho, B. F., de Oliveira, N. P. D., Paes de Andrade, F. L. J., de Brito Macedo Ferreira, L. M., Leandro Bezerra Souza, D., & Costa Lima, K. (2017). Activity Limitations in Brazilian Institutionalized Older Adults. Journal of Geriatric Physical Therapy, 40(4), 214–222. https://doi.org/10.1519/JPT.0000000000000101
Kaster T, Daskalakis Z, Noda Y, Knyahnytska Y, Downar J, Rajji T,... Blumberger, D. M. (2018) Efficacy, tolerability, and cognitive effects of deep transcranial magnetic stimulation for late-life depression: a prospective randomized controlled trial. Neuropsychopharmacology : Official Publication of the American College of Neuropsychopharmacology, 43(11). https://doi.org/10.1038/s41386-018-0121-x
Kiyoshige, E., Kabayama, M., Gondo, Y., Masui, Y., Inagaki, H., Ogawa, M., Nakagawa, T., Yasumoto, S., Akasaka, H., Sugimoto, K., Ikebe, K., Arai, Y., Ishizaki, T., Rakugi, H., & Kamide, K. (2019). Age group differences in association between IADL decline and depressive symptoms in community-dwelling elderly. BMC Geriatrics, 19(1), 309. https://doi.org/10.1186/s12877-019-1333-6
Klojčnik, M., Kavcic, V., & Bakracevic Vukman, K. (2017). Relationship of Depression With Executive Functions and Visuospatial Memory in Elderly. International journal of aging & human development, 85(4), 490–503. https://doi.org/10.1177/0091415017712186
Imaginario, C., Machado, P., Rocha, M., Antunes, C., & Martins, T. (2017). Atividades de vida diária como preditores do estado cognitivo em idosos institucionalizados. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental,18, 37-43. https://doi.org/10.19131/rpesm.0190
Mohebbi, M., Agustini, B., Woods, R. L., McNeil, J. J., Nelson, M. R., Shah, R. C., Nguyen, V., Storey, E., Murray, A. M., Reid, C. M., Kirpach, B., Wolfe, R., Lockery, J. E., & Berk, M. (2019). Prevalence of depressive symptoms and its associated factors among healthy community-dwelling older adults living in Australia and the United States. International Journal of Geriatric Psychiatry, 34(8), 1208–1216. https://doi.org/10.1002/gps.5119
Murayama, N., Ota, K., Matsunaga, Y., Ichikura, K., Fukase, Y., Tagaya, H., Iseki, E., & Sato, K. (2019). Evaluating depression in cognitively healthy elderly people by using Mini-Mental State Examination. Psychogeriatrics, 20 (1), 96-103. https://doi.org/10.1111/psyg.12462
Organização Mundial da Saúde. Relatório sobre envelhecimento e saúde :Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. (2015). Recuperado 26 de novembro de 2019, de https://sbgg.org.br/oms-divulga-relatorio-sobre-envelhecimento-e-saude/
Otte, C., Wingenfeld, K., Kuehl, L. K., Richter, S., Regen, F., Piber, D., & Hinkelmann, K. (2015). Cognitive function in older adults with major depression: Effects of mineralocorticoid receptor stimulation. Journal of Psychiatric Research, 69, 120–125. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.08.001
Pagotto, V., Silva, V. A. P., Pereira, L. V., & Santos, D. P. M. A. (2016) Functionality comparison of elderly residing in two institutional modalities. Rev Eletr Enferm, 8, 1143. https://revistas.ufg.br/fen/article/view/34712/21177
Philippot, P., & Agrigoroaei, S. (2017) Repetitive thinking, executive functioning, and depressive mood in the elderly. Aging Ment Health, 21(11):1192-1196. doi: 10.1080/13607863.2016.1211619.
Ruiz-Sánchez de León, J. M., Pedrero-Pérez, E. J., Lozoya-Delgado, P., Llanero-Luque, M., Rojo-Mota, G., & Puerta-García, C. (2012). Inventario de síntomas prefrontales para la evaluación clínica de las adicciones en la vida diaria: proceso de creación y propiedades psicométricas. Revista de Neurología, 54(11), 649–663. https://doi.org/10.33588/rn.5411.2012019
Santorelli, G., & Ready, R. (2015). Alexithymia and Executive Function in Younger and Older Adults. The Clinical neuropsychologist, 29, 1–18. https://doi.org/10.1080/13854046.2015.1123296
Santos, A. A., Silva, A. L. S. B. da, Santos, F. A. B., Barbosa, J. E. S., Almeida, L. P. D. S., Mota, R. de S., & Santos, A. C. N. dos. (2019). Functional and cognitive profile of elderly residents in a long term care institution in the northeast’. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal, 17, 681.
Scherrer, G., Okuno, M. F. P., Oliveira, L. M. de, Barbosa, D. A., Alonso, A. C., Fram, D. S., & Belasco, A. G. S. (2019). Qualidade de vida de idosos institucionalizados com e sem sinais de depressão. Revista Brasileira de Enfermagem, 72, 127–133. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0316
Steffens, D. C., Wang, L., Manning, K. J., & Pearlson, G. D. (2017). Negative Affectivity, Aging, and Depression: Results From the Neurobiology of Late-Life Depression (NBOLD) Study. The American Journal of Geriatric Psychiatry: Official Journal of the American Association for Geriatric Psychiatry, 25(10), 1135–1149. https://doi.org/10.1016/j.jagp.2017.03.017
Uehara, E., Charchat-Fichman, H., & Landeira-Fernandez, J. (2013). Funções executivas: Um retrato integrativo dos principais modelos e teorias desse conceito. Neuropsicologia Latinoamericana, 5(3), 25–37. https://doi.org/10.5579/rnl.2013.145
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Olívia Dayse Leite Ferreira; Denise Pereira Reinaldo ; Maria Denise Leite Ferreira; João Carlos Alchieri
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
