Farmacoterapia da obesidade: fármacos disponíveis no Brasil e perfis de eficácia e segurança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.18829

Palavras-chave:

Tratamento farmacológico; Obesidade; Fármacos antiobesidade.

Resumo

A farmacoterapia da obesidade está em constante atualização e desenvolvimento de novos produtos e propostas, sendo por vezes visto como uma opção controversa, necessitando criteriosa avaliação para sua utilização, observando critérios como condição clínica do paciente e características do fármaco a ser utilizado, fazendo-se necessário o conhecimento sobre seus perfis de ação e segurança relacionados ao seu uso. O objetivo foi identificar e sistematizar os dados mais recentes presentes da literatura sobre os principais fármacos utilizados no tratamento da obesidade no Brasil e suas reações adversas. Foi realizada revisão integrativa de artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra nas bases LILACS, BIREME (BVS) e MedLine. Utilizou-se os descritores “terapia medicamentosa” AND “obesidade” para a base LILACS, “terapia farmacológica” AND “obesidade” para a base Medline/Pubmed e “fármacos” AND “antiobesidade” para a base BIREME/BVS para artigos publicados no período de 2015 a 2020, sendo selecionados e analisados 15 estudos. Na base LILACs, MEDLINE/PUBMED e BIREME/BVS foram obtidos respectivamente 16, 49 e 305 artigos como resultados. Ao final de todas as análises e critérios de seleção, foram inclusos 15 artigos no presente estudo. A maioria dos medicamentos aprovados para o tratamento da obesidade no Brasil, demonstrou eficácia e segurança em ensaios clínicos. Foram observadas taxas semelhantes de eventos adversos entre orlistate, liraglutida e lorcaserina, com liraglutida possuindo maiores eventos gastrointestinais do grupo. Dentre as possibilidades de novos fármacos para a obesidade que apresentaram melhores resultados de perda de peso, foram exenatida e melatonina, com eficácia demonstrada em ensaios clínicos.

Biografia do Autor

Kevellyn Bezerra Utta, Universidade Federal do Maranhão

Médica, graduada pela Universidade Federal do Maranhão, CCHNST. 

Débora Luana Ribeiro Pessoa, Universidade Federal do Maranhão

Coordenação do curso de Medicina

Campus Pinheiro

Universidade Federal do Maranhão

Referências

Agência Nacional de Saúde Suplementar (2017). Manual de diretrizes para o enfretamento da obesidade na saúde suplementar brasileira. Rio de Janeiro.

Amstrup, A. K., Sikjaer, T., Pedersen, S. B., Heickendorff, L., Mosekilde, L., & Rejnmark, L. (2016). Reduced fat mass and increased lean mass in response to 1 year of melatonin treatment in postmenopausal women: A randomized placebo‐controlled trial. Clinical Endocrinology, 84(3), 342-347.

Anvisa, Associação Nacional de Vigilância Sanitária. (2017). Dispõe sobre a comercialização e manipulação dos anorexígenos sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol.

Ard, J., Cannon, A., Lewis, C. E., Lofton, H., Vang Skjøth, T., Stevenin, B., & Pi‐Sunyer, X. (2016). Efficacy and safety of liraglutide 3.0 mg for weight management are similar across races: subgroup analysis across the SCALE and phase II randomized trials. Diabetes, Obesity nd Metabolism, 18(4), 430-435.

Arzola‐Paniagua, M. A., García‐Salgado López, E. R., Calvo‐Vargas, C. G., & Guevara‐Cruz, M. (2016). Efficacy of an orlistat‐resveratrol combination for weight loss in subjects with obesity: A randomized controlled trial. Obesity, 24(7), 1454-1463.

Costa, A. M. J, & Duarte, S. F. P. (2017). Principais medicamentos utilizados no tratamento da obesidade e vias de ação: uma revisão sistemática. Id On Line Revista de Psicologia, 11(35), 199-209.

Davies, M. J., Aronne, L. J., Caterson, I. D., Thomsen, A. B., Jacobsen, P. B., Marso, S. P., & Satiety and Clinical Adiposity–Liraglutide Evidence in individuals with and without diabetes (SCALE) study groups. (2018). Liraglutide and cardiovascular outcomes in adults with overweight or obesity: A post hoc analysis from SCALE randomized controlled trials. Diabetes, Obesity and Metabolism, 20(3), 734-739.

Gadde, K. M., Apolzan, J.W., Berthoud, H. R. (2018). pharmacotherapy for patients with obesity. Clinical chemistry, v. 64, n. 1, p. 118-129.

Grabarczyk, T. R. (2018). Observational comparative effectiveness of pharmaceutical treatments for obesity within the veterans health administration. Pharmacotherapy: The Journal of Human Pharmacology and Drug Therapy, 38(1), 19-28.

Hurren, K. M., & Dunham, M. W. (2017). Pharmacokinetic drug evaluation of extended release lorcaserin for the treatment of obesity. Expert opinion on drug metabolism & toxicology, 13(8), 891-896.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Prevalência da obesidade entre adultos no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=2101764. Acesso em: 15 fev. 2021.

Isaacs, D., Prasad-Reddy, L., & Srivastava, S. B. (2016). Role of glucagon-like peptide 1 receptor agonists in management of obesity. American journal of health-system pharmacy, 73(19), 1493-1507.

Lucchetta, R. C., Riveros, B. S., Pontarolo, R., Radominski, R. B., Otuki, M. F., Fernandez-Llimos, F., & Correr, C. J. (2017). Systematic review and meta-analysis of the efficacy and safety of amfepramone and mazindol as a monotherapy for the treatment of obese or overweight patients. Clinics, 72(5), 317-324.

Nuffer, W., Trujillo, J. M., & Megyeri, J. (2016). A comparison of new pharmacological agents for the treatment of obesity. Annals of Pharmacotherapy, 50(5), 376-388.

O'Neil, P. M., Aroda, V. R., Astrup, A., Kushner, R., Lau, D. C., Wadden, T. A., ... & Satiety and Clinical Adiposity–Liraglutide Evidence in individuals with and without diabetes (SCALE) study groups. (2017). Neuropsychiatric safety with liraglutide 3.0 mg for weight management: results from randomized controlled phase 2 and 3a trials. Diabetes, Obesity and Metabolism, 19(11), 1529-1536.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.

Radaelli, M., Pedroso, R. C., & Medeiros, L. F. (2016). Farmacoterapia da obesidade: Benefícios e Riscos. Saúde e Desenvolvimento Humano, 4(1), 101-115.

Shettar, V., Patel, S., & Kidambi, S. (2017). Epidemiology of obesity and pharmacologic treatment options. Nutrition in Clinical Practice, 32(4), 441-462.

Silva, F. I. L., Rodrigues, G., Bonelli, O. A. (2019). O risco do uso dos anorexígenos disponíveis no brasil para o tratamento da obesidade. Revista saberes, 9(1).

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2010). Obesidade e sobrepeso: tratamento farmacológico. Brasília: Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina.

Wadden, T. A., Tronieri, J. S., Sugimoto, D., Lund, M. T., Auerbach, P., Jensen, C., & Rubino, D. (2020). Liraglutide 3.0 mg and intensive behavioral therapy (IBT) for obesity in primary care: the SCALE IBT randomized controlled trial. Obesity, 28(3), 529-536.

Weghuber, D., Forslund, A., Ahlström, H., Alderborn, A., Bergström, K., Brunner, S., ... & Bergsten, P. (2020). A 6‐month randomized, double‐blind, placebo‐controlled trial of weekly exenatide in adolescents with obesity. Pediatric obesity, 15(7), e12624.

Downloads

Publicado

18/09/2021

Como Citar

UTTA, K. B. .; PESSOA, D. L. R. Farmacoterapia da obesidade: fármacos disponíveis no Brasil e perfis de eficácia e segurança. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 12, p. e218101218829, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i12.18829. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18829. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde