Sustentabilidade e finanças: uma empresa sustentável apresenta melhor desempenho financeiro do que uma empresa não sustentável?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.19251Palavras-chave:
Desenvolvimento sustentável; Sustentabilidade; Finanças.Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar a rentabilidade de empresas sustentáveis e insustentáveis por meio da comparação do desempenho do ISE e do Ibovespa, que respectivamente, servirão como indicadores do desempenho médio dos segmentos citados, entre 2009 e 2018. O desenho metodológico é baseado em um modelo descritivo estudo do retorno médio das carteiras de ações do ISE e Ibovespa, no período de 2009 a 2018. Os procedimentos de análise consideraram medidas de retorno médio, desvio padrão e Índice de Sharpe. Com base nos resultados da amostra, o principal achado é que investir em empresas com base nas premissas do TBL é um pouco mais vantajoso do que investir em empresas neoclássicas, pois elas retornam ao investidor maiores retornos pelo mesmo montante de risco. Além disso, concluímos que desde o início de 2011 o desempenho do ISE superou o do Ibovespa, e nos anos seguintes seu desempenho foi consideravelmente superior ao anterior. A primeira implicação ou limitação está relacionada à possibilidade de isolar e analisar empresas que participam de ambos os índices, para melhor avaliar o desempenho de cada acompanhamento. Outra implicação é que não foram encontradas razões científicas para explicar porque o desempenho do ISE foi considerado consideravelmente superior ao do Ibovespa, o que pode abrir outro caminho para analisar esse fenômeno de acordo com a percepção de risco de empresas não sustentáveis. Este artigo oferece contribuições específicas em termos de desempenho na comparação do ISE e do Ibovespa. Além disso, nossos achados abrem a discussão sobre o desempenho da firma quando sustentável ou não sustentável, o que permite trazer aspectos teóricos relacionados à aceitação do risco.
Referências
Aktouf, O. (2004). Pós-globalização, Administração e Racionalidade Econômica. Atlas.
BM&F BOVESPA (2019a). BM&F Bovespa: A nova bolsa, http://www.bmfbovespa.com.br
BM&F BOVESPA (2019b). Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm
Borba, P. R. T. (2005). Relação entre desempenho social e corporativo e desempenho financeiro de empresas no Brasil, 135 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – FEA, Universidade de São Paulo.
Borba, P. R. T. et al. (2005). Crítica à Teoria dos Stakeholders como Função-Objetivo Corporativa. Caderno de Pesquisas em Administração, 12, (1), 33-42.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. (2019). Agenda 21. http://www.mma.gov.br
Brealey, R. A., & Myers, C. (2000). Principles of Corporate Finance. McGraw-Hill.
Brüseke, F. J. (1995). O problema do desenvolvimento sustentável. In: Cavalcanti, C. (Org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. Cortez.
Burrell, G., & Morgan, G. (2006). Sociological paradigms and organizational analysis. Ashgate Publishing.
Cooper, R. (2006). The design experience: The role of design and designers in the 21 century. Ashgate Publishing.
Demajorovic, J. (2003). Sociedade de risco e responsabilidade socioambiental: Perspectivas para a educação corporativa, Senac.
Deschatre, G. A., & Majer, A. (2006). Aprenda a investir com sucesso em ações: Análise técnica e fundamentalista, Ciência Moderna.
Dias, T., & Cario, S.A.F. (2014). A relação entre Estado e sociedade no século XXI: A perspectiva paraeconômica como estratégia neodesenvolvimentista. Desenvolvimento em Questão, 12, (27), 370-403.
Donaldson, T., & Preston, L.E. (1995). The stakeholder theory of the corporation: Concepts, evidence and implications. The Academy of Management Review, 20, (1), 65-91.
Dow Jones (2019). S&P Dow Jones, http://www.djaverages.com
Egri, C., & Pinfield, L. (2012). As organizações e a biosfera: Ecologia e Meio Ambiente. In: S. Clegg, C. Hardy and W. Nord (Org). Handbook de Estudos Organizacionais. Vol. 1, Atlas.
Freeman, E. R. (1998). A stakeholder theory of the modern corporation. In: L. P. Hatman. Perspective in Business Ethics, McGraw-Hill.
Hill, C. W. L., & Jones, T. M. (1992). Stakeholder-agency Theory. Journal of Management Studies, 9, (1), 131-154.
Hopwood, B., Mellor, M., & O’Brien, G. (2005), Sustainable development: mapping different approache. Sustainable Development, 13, (1), 38-52.
ISEB3 (2019) Sustentabilidade empresária ISE. http://iseb3.com.br
Machado, M. R., Machado, M. A. V., & Corrar, L. (2012), Desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo. Semead, FEA/USP, São Paulo.
Marcovitch, J. (2012.). Certificação e sustentabilidade ambiental: Uma análise crítica. http://www.usp.br/mudarfuturo/
May, P., Lustosa, M. C., & Vinha, V. (2003). Economia do meio ambiente: Teoria e prática. Campus.
Nordhaus, W. D. & Samuelson, P. A. (2012). Economia. McGraw-Hill.
Nogueira, C. M. S., & Gomes, A. C. C. (2012). Desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial sob a perspectiva do Retorno Ajustado ao Risco: sustentabilidade gera retorno? Revista Espaço Acadêmico, 11(121), 89-96.
Nunes, J.G., Teixeira, A., Nossa, V., & Galdi, F. (2012). Análise das variáveis que influenciam a adesão das empresas ao índice BM&F Bovespa de Sustentabilidade Empresarial. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 7, (4), 328-340.
Nunes, T. C. S., Nova, S. P. C. & Cornachione Junior, E. B. (2011). As empresas sustentáveis são realmente mais rentáveis? E o seu nível de risco é diferente das demais?, Semead, FEA/USP, São Paulo.
Ottman, J. (1998). Green marketing: Opportunity for innovation. LLC BookSurg.
Rezende, I., Nunes, J. G. & Portela, S. S. (2008). Um estudo sobre o desempenho financeiro do índice Bovespa de Sustentabilidade Empresarial. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 2, (1),71-93.
Rezende, I. et al. (2007). Um estudo sobre o desempenho financeiro do Índice BOVESPA de Sustentabilidade Empresarial, XXXI EnAnpad.
Rodrigues, M. C. P. (2005). Ação social das empresas privadas: Como avaliar resultados? Editora FGV.
Ross, S. A. (2015). Administração Financeira. AMGH.
Savitz, A. W. (2006). The Triple Bottom Line. Jossey-Bass.
Schnaiberg, A., & Gould, K. (1994). Environment and Society: The Enduring Conflict, St. Martin's Press.
Shankman, N. A. (1999). Reframing the debate between agency and stakeholders theory of the firm. Journal of Business Ethics, 21, (4), 319-334.
Sitarz, D. (1993). Agenda 21: The Earth summit strategy to save our planet. Boulder, Earthpress.
Smith, H. J. (2003). The shareholders vs. stakeholders debate, MIT Sloan Management Review, 44(4), 85-90.
Souza, F. S., Pereira, R. S., & Zucco, A. (2012). Análise do Índice de Sustentabilidade Empresarial: Um estudo exploratório comparativo com o IBOVESPA. XVI Engema. FEA-USP.
Teixera, E. A., Nossa, V., & Funchal, B. (2011). O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção de risco. Revista de Contabilidade Financeira, 22, (55), 29-44.
Varga, G. (2001). Índice de Sharpe e outros indicadores de performance aplicados a fundos de ações brasileiros. Revista de Administração Contemporânea, 5, (3), 215-245.
WCED, World Comission on Environment and Development. (1987). Our Common Future. Oxford University Press.
Wright, P., Kroll, M., & Parnell, J. (2000). Administração Estratégica. Atlas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Caroline de Santana Harfuch; Paulo Frederico Paganini Oliveira Junior; Marcelo Bernardino Araujo; Marcos de Oliveira Morais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.