Composição e qualidade microbiológica do leite cru refrigerado em tanques comunitários
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19574Palavras-chave:
Legislação; Mesófilos; Sólidos totais; Temperatura.Resumo
O leite é rico em nutrientes, porém vários fatores do sistema de produção interferem em sua qualidade. Objetivou-se analisar a composição e qualidade microbiológica do leite cru armazenado em tanques comunitários no município de Aricanduva MG. Foram coletadas amostras em duplicatas de oito tanques comunitários em diferentes propriedades. As análises de composição e temperatura do leite foram realizadas através do analisador de leite digital. A contagem total de microrganismos aeróbios mesófilos foi realizada no Laboratório de Ciência e Tecnologia de Produtos de Origem Animal do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina MG. Os dados obtidos foram contrastados aos valores estabelecidos pela Instrução Normativa (IN) n° 76, por meio dos testes t de Student e Wilcoxon ao nível de 5% de significância. Os teores médios de gordura (3,55 g/100g), proteína (3,00 g/100g), lactose (4,45 g/100g) e sólidos totais (11,76 g/100g) encontraram-se dentro dos padrões mínimos exigidos. O teor de sólidos desengordurados (8,21 g/100g) foi o fator limitante ao atendimento à IN76, com valor médio menor que o estabelecido (8,40 g/100g). A temperatura do leite foi maior que o padrão exigido pela legislação e a contagem de microrganismos mesófilos não diferiu da legislação. Conclui-se que a composição do leite cru armazenado em tanques comunitários no município de Aricanduva MG, comparada à IN 76, não atendeu a legislação em todos os parâmetros avaliados e a sua qualidade microbiológica estava comprometida, uma vez que as temperaturas estavam acima do valor preconizado pela legislação.
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