O corpo afrodescendente e a escola: narrativas pessoais como possibilidades de superação do racismo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.19998Palavras-chave:
Corpo; Corpo. Escola. Racismo. Narrativas.; Escola; Racismo; Narrativas.Resumo
O presente estudo refere-se às relações do corpo afrodescendente com a escola, com o objetivo de compreender como a escola pode contribuir no processo de valorização dos diferentes corpos na intenção de combater o racismo. Sabe-se que o racismo no decorrer da história de formação do povo brasileiro deixou grandes sequelas sociais e com isso pretende-se além de denunciar, propor possibilidades de enfrentamento do mesmo. Como metodologia, a pesquisa optou por seguir a perspectiva da revisão narrativa, que busca referenciais para discorrer sobre uma temática e também da revisão autobiográfica, que valoriza histórias pessoais como parte importante do processo, como também a proposição de ressignificação destas narrativas. A pesquisa revelou que o corpo afrodescendente ainda passa por opressões dentro da escola, embora hoje, haja legislação específica e uma adaptação ainda incipiente das escolas para a diminuição destas sequelas. Por outro lado, a pesquisa incita que a valorização de narrativas pessoais certamente pode contribuir para a autoestima de pessoas negras e sua emancipação pessoal e social dentro e fora da escola. Narrativas próprias são importantes para a compreensão de narrativas maiores como as estruturas de poder, ficando evidenciado também que estas “pequenas” histórias são capazes de nos ensinar sobre como lidar com estas estruturas sociais.
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