A assistência integral à saúde dos adolescentes privados de liberdade no Brasil: avanços e limites

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.20030

Palavras-chave:

Direito à saúde; Políticas públicas de saúde; Adolescente institucionalizado; Saúde integral do Adolescente.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi refletir sobre as condições e os desafios enfrentados para a concretização do direito à saúde dos adolescentes em privação de liberdade no Brasil, a partir da criação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em conflito com a Lei, criada em 2004 e reformulada e ampliada em 2014. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental de cunho exploratório sobre o direito e o acesso à atenção integral à saúde dos adolescentes em conflito com a lei em privação de liberdade. Os documentos e artigos evocados no texto, demonstram um histórico de negação ao direito à saúde para os adolescentes institucionalizados. Concluiu-se que passadas quase duas décadas desde a criação da referida política, as dificuldades para garantir o direito à saúde dos adolescentes em conflito com a lei ainda persistem em, praticamente, todo o território nacional, seja pelos próprios desafios, subjetividades e complexidades que envolvem o trabalho socioeducativo, seja pelos interesses e prioridades políticas. Por fim, cabe ressaltar que a legislação, por si só, não garante direitos, é imperativo o comprometimento político e ético da sociedade para consolidar a socioeducação enquanto política pública educativa, inclusiva e restaurativa.

Biografia do Autor

Marcos Augusto Moraes Arcoverde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Curso de Enfermagem

Programa de Pós-graduação Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira.

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Publicado

08/09/2021

Como Citar

RISSATO, D.; ARCOVERDE, M. A. M. .; ALVES, M. S. A assistência integral à saúde dos adolescentes privados de liberdade no Brasil: avanços e limites. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, p. e529101120030, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.20030. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20030. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais