Variação espacial e sazonal das assembleias do zooplâncton em duas estruturas de controle de marés no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20062Palavras-chave:
Copépodos; Espigão costeiro; Comunidades aquáticas; Plâncton marinho.Resumo
O zooplâncton é um grupo de organismos que podem ajudar a entender a qualidade dos ecossistemas aquáticos, pois são responsáveis por transformar a matéria energética, dessa forma disponibilizar para outras elos, tornando-os importantes na trofodinâmica aquática. Este estudo analisou variações espaciais e temporais nas comunidades zooplanctônicas encontradas em duas estruturas de controle de marés na Ilha do Maranhão, nordeste do Brasil. A amostragem ocorreu durante os meses de setembro de 2017 a julho de 2018. Os parâmetros abióticos (temperatura, salinidade e transparência) e as amostras de plâncton foram registradas mensalmente durante todo o período do estudo em cada local de amostragem. Os resultados encontrados para os parâmetros abióticos mostraram um padrão bem definido, com uma divisão clara entre os períodos seco e chuvoso. A comunidade zooplanctônica da estrutura de controle de marés de São Luís foi representada por 40 táxons, e de São José de Ribamar por 21 táxons, representados principalmente por copépodes, ictioplâncton, foraminíferos, poliquetas e moluscos. A análise dos índices ecológicos de riqueza, equitabilidade e diversidade mostrou que houve uma diferença na distribuição dos organismos entre as áreas de estudo. Identificamos uma influência importante dos parâmetros físico-químicos sobre as comunidades zooplanctônicas de São Luís e São José de Ribamar, de acordo com as análises estatísticas utilizadas neste estudo.
Referências
Amaral, P. T., Amaral, W. J. A., Ortiz, D. O., Agostini, V. O & Muxagata, E. (2017). The mesozooplankton of the Patos Lagoon Estuary, Brazil: trends in community structure and secondary production. Marine Biology Research, 13, 48-61. Doi: https://doi.org/10.1080/17451000.2016.1248850
Azevedo, A. C. G., Feitosa, F. A. N. & Koening, M. L. (2008). Distribuição espacial e temporal da biomassa fitoplanctônica e variáveis ambientais no Golfão Maranhense, Brasil. Acta Botânica Brasilica, 22(3), 870-877. Doi: https://doi.org/10.1590/S0102-33062008000300022
Barra, O. A. O. L., Arruda, A. G. F., Vasconcelos, F. P., Casemiro, M. B. & Amaral, D. N. (2018). Aspectos legais de proteção à zona costeira no Brasil e seus desdobramentos no litoral do estado do Ceará. Estudios Socioterritoriales, 23, 83-100.
Bernardes, V. P., Sousa, N. A., Teles, J. N. & Fransozo, A. (2016). Abundância e distribuição ecológica do caranguejo aranha endêmico Leurocyclus tuberculosus (H. Milne Edwards; Lucas, 1834) (Crustacea: Decapoda: Majoidea) em diferentes profundidades no litoral norte paulista. Ciência et Praxis, 9(17), 7-16.
Boltovskoy, D. (1999). South Atlantic Zooplankton. 1ºed. Leinden, The Netherlands: Backhuys Publishers, 1491p.
Bonecker, S. L. C. (2006). Atlas de zooplâncton da região central da Zona Econômica Exclusiva Brasileira. Rio de Janeiro, Museu nacional, 232p.
Bradford, J. M., Markhaseva, E. L., Rocha, C. E. F. & Abiahy, B. (1999). COPEPODA. In: BOLTOVSKOY, D. (Ed.). South Atlantic Zooplankton. 860-1098 p.
Dajoz, R. (1983). Ecologia geral. Petrópolis, Vozes, 472p.
El-Robrini, M., Marques, J. V., Silva, M. A. M. A., El-Robrini, M. H., Feitosa, A. C., Tarouco, J. E. F., Santos, J. H. S. & Viana, J. R. (2015). Erosão e progradação do litoral brasileiro/Maranhão. Brasil, Ministério do Meio Ambiente, 44p.
Fontes, K. A. A., Lisboa, A. T. & Castro, R. S. (2016). Macroalgas aderidas em pneumatóforos de Avicennia germinans (l.) Stearn na praia de Boa Viagem, São José de Ribamar – Maranhão. Acta tecnológica, 11(1), 425-1856.
Hirose, G. L., Souza, L. S., Silva, S. L. R., Alves, D. F. R. & Negreiros-Fransozo, M. L. (2015). Population structure of the red mangrove crab, Goniopsis cruentata (Decapoda: Grapsidae) under different fishery impacts: Implications for resource management. Revista de Biologia Tropical, 63(2), 443-457.
Kvilea, K.; Langangena, Ø.; Prokopchukb, I.; Stensetha, N. C. & Stigea, L. C. (2016). Disentangling the mechanisms behind climate effects on zooplankton. Proceedings of the National Academy of Sciences, 113(7), 1841–1846. Doi: https://doi.org/10.1073/pnas.1525130113
Leite, N. R., Pereira, L. C. C. & Costa, R. M. (2009). Distribuição temporal do mesozooplâncton no furo Muriá, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, 4(2), 149-164.
Mackas, D. L., Greve, W., Edwards, M., Chiba, S., Tadokoro, K., Eloire, D., Mazzocchi, M.G., Batten, S., Richardson, A. J., Johnson, C., Head, E., Conversi, A. & Peluso, T. (2012). Changing zooplankton seasonality in a changing ocean: Comparing time series of zooplankton phenology. Progress in Oceanography, 97, 100, 31–62. Doi: https://doi.org/10.1016/j.pocean.2011.11.005
Marcus, A. (2004). An overview of the impacts of eutrophication and chemical pollutants on copepods of the coastal zone. Zoological Studies, 43(2), 211-217.
Margalef, R. (1958). Temporal succession and spatial heterogeneity in phytoplankton. In BUZZATI-TRAVERSO, A. A. Perspectives in marine biology. Berkeley, University of California, 621p.
Margalef, R. (1995). Ecologia. Barcelona, Omega. 951p.
Masullo, Y. A. G. (2016). Evolução do processo de urbanização e alterações ambientais na praia de São Marcos, São Luís – MA. Espaço & Geografia, 19(2), 561-595.
Moraes, D. T., Coelho Júnior, C., Cruz, R. C. G. & Lopes, S. G. B. C. (2015). Ocorrência e recrutamento larval de Teredinidae (Mollusca, Bivalvia) na região do Sistema Costeiro Cananéia-Iguape, São Paulo, Brasil. Iheringia, 105(1), 28-34. Doi: https://doi.org/10.1590/1678-4766201510512834
Neumann-Leitão, S., Gusmão, L. M. O., Vieira, D. A. N. & Paranhos, J. D. N. (1995). Zooplânctons da área estuarina do Rio Formoso – PE (Brasil). Trabalhos Oceanográficos, 23(1), 55-64. Doi: https://doi.org/10.5914/tropocean.v23i1.2677
Nunes, Y. B. S., Diniz, T. S., Figueiredo, M. B., Lima, K. L. & Silva, C. M. (2020). Distribuição das comunidades zooplanctônicas ao longo do litoral norte do Maranhão, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6, 18416-18423. Doi: https://doi.org/10.34117/bjdv6n4-131
Nunes, Y. B. S., Silva, L. R., Mendes, E. S., Araújo, N. B. & Figueiredo, M. B. (2018). Composição e abundância de resíduos sólidos em praias urbanas da região metropolitana da Ilha de São Luís (MA), Brasil. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, 11(1), 1-12. Doi: https://doi.org/10.18817/repesca.v11i1.1482
Paula, D. P. (2015). Erosão costeira e estruturas de proteção no litoral da região metropolitana de Fortaleza (Ceará, Brasil): um contributo para artificialização do litoral. Revista eletrônica PRODEMA, 9(1), 73-86. Doi: http://www.revistarede.ufc.br/rede/article/view/306
Pielou, E. C. (1966). The measure of diversity in different types of biological collections. Journal of theoretical Biology, 13, 131-144.
Porto Neto, F. F., Neumann-Leitão, S., Gusmão, L. M. O., Vieira, D. A. N., Silva, A. P. & Silva, T. A. (1999). Variação sazonal e nictemeral do zooplâncton no canal de Santa Cruz, Itamaracá, PE, Brasil. Trabalho Oceanográfico, 27, 43-58.
Resgalla Júnior, C. (2011). The holoplankton of the Santa Catarina coast, southern Brazil. Annals of the Brazilian Academy of Sciences, 83(2), 575-588. Doi: https://doi.org/10.1590/S0001-37652011000200017
Richardson, A. J. (2008). In hot water: zooplankton and climate change. – ICES. Journal of Marine Science, 65(3), 279–295. Doi: https://doi.org/10.1093/icesjms/fsn028
Santos, A. S. S., Sousa, P. H. C., Melo, N. F. A. C., Castro, K. F. C., Pereira, J. A. R. & Santos, M. L. S. (2020). Distribuição espaçotemporal dos parâmetros abióticos e bióticos em um estuário Amazônico (Brasil). Arquivos de Ciências do Mar, 53(1), 82 – 97. Doi: http://dx.doi.org/10.32360/acmar.v53i1.41888
Shannon, C. E. W. (1963). The Mathematical Theory of Communication. Urbana, University Illinois Press, 132p.
Silva-Falcão, E. C., Severi, W. & Rocha, A. A. F. (2007). Dinâmica espacial e temporal de zoeas de Brachyura (Crustacea, Decapoda) no estuário do Rio Jaguaribe, Itamaracá, Pernambuco, Brasil. Iheringia, 97(4), 434-440. Doi: https://doi.org/10.1590/S0073-47212007000400012
Souza, C. A. (2019). Impactos do represamento sobre a diversidade zooplanctônica e implicações para o biomonitoramento. [Tese de Doutorado]: Universidade de Brasília, Planaltina (DF), 125f.
Souza, C. R. G. (2009). A Erosão Costeira e os Desafios da Gestão Costeira no Brasil. Revista da Gestão Costeira Integrada, 9(1), 17-37.
Vieira, F. S. & Dantas, M. A. T. (2015). O protista foraminífero, bioindicador ambiental: uma abordagem para o ensino de ciências e biologia. Revista Eletrônica de Biologia, 8(1), 267-282.
Webber, M., Edwards-Myers, E., Campbell, C. & Webber, D. (2005). Phytoplankton and zooplankton as indicators of water quality in Discovery Bay, Jamaica. Hydrobiologia, 545, 177–193. Doi: https://doi.org/10.1007/s10750-005-2676-x
Ziober, B. R. & Zanirato, S. H. (2014). Ações para a salvaguarda da biodiversidade na construção da usina Hidrelétrica Itaipu Binacional. Ambiente & Sociedade, 17(1), 59-78.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Yago Bruno Silveira Nunes; Ladilson Rodrigues Silva; Amanda Lorena Lima Oliveira; Marina Bezerra Figueiredo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.