Análise espacial das amputações de membros em um estado do Nordeste
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20520Palavras-chave:
Amputação; Determinantes sociais da saúde; Diabetes Mellitus; Epidemiologia; Análise espacial; Doença crônica.Resumo
Este estudo objetiva analisar a autocorrelação espacial das amputações de membros e as taxas de incidência de amputação entre os municípios de Alagoas. Estudo ecológico com dados do Departamento de Informática do SUS, as unidades de análise foram os municípios e a taxa de amputação. Foram incluídos casos de amputação de membros registrados entre 2007-2018. A taxa de incidência foi suavizada pelo método bayesiano local e empregou-se o índice de Moran para análise de dependência espacial no TerraView e mapas temáticos editados no QGis. Correlação de Spearman e modelo de regressão simples comparou as taxas com indicadores socioeconômicos regionais. Notificados 9345 registros de amputação no Estado. A estimativa bayesiana suavizou áreas e discriminou heterogeneidade com mais municípios de taxas elevadas e áreas de transição epidemiológica. A análise espacial de Moran exibiu quadriênio (2007-2010) valor do índice global 0.133385, (2011-2014) 0.215665, (2015-2018) 0.276478 prenunciando a evidência de autocorrelação espacial positiva. A análise de regressão univariada mostrou a taxa de incidência de amputação relacionada com indicadores que refletem situação de vida vulnerável da população, a taxa de desemprego (11,4%), renda per capita (8,5%) e taxa de analfabetismo masculino (12,9%) percentuais de explicação. A distribuição espacial das amputações demonstrou um padrão de distribuição não homogêneo com aglomerações nas regiões do agreste e leste alagoano. Elas são as que mais sentem impacto das desigualdades na distribuição de renda, condições de educação e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. O entendimento do crescimento geográfico das DCNT revela-as como um ponto crítico na saúde pública.
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