Desafios biopsicossociais da equipe de enfermagem enfrentados no exercício da prática profissional: impacto da desvalorização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20523

Palavras-chave:

Papel do profissional de Enfermagem; Gestão da qualidade; Impactos na saúde.

Resumo

Introdução: o ambiente de trabalho configura um fator gerador de estresse físico e psíquico de modo a dificultar a realização de suas funções. A precarização do trabalhado associada à desvalorização do profissional de enfermagem predispõe às iatrogenias com os pacientes, bem como a desmotivação do trabalhador em decorrência da sobrecarga e da falta de reforço positivo contribuindo na determinação de melhores condições laborais e na qualidade de vida do trabalhador. Objetivo: identificar os desafios biopsicossociais da equipe de enfermagem enfrentados no exercício da prática profissional tendo em vista os impactos da desvalorização. Método: trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura realizado nas seguintes bases de dados online: LILACS, BDENF e SCIELO. A amostra foi composta por 15 artigos científicos publicados entre 2015 a 2020. A coleta de dados foi realizada durante o 2º semestre de 2020, entre os meses de setembro e outubro, pelo pesquisador responsável. Resultados: os achados do estudo indicaram que o desvio de atribuições aliado a questões de autonomia e identidade profissional geram sentimentos e vivências de desvalorização e desrespeito gerados por atitudes de outros profissionais, discriminação e assédio moral da própria equipe e usuários. A evocação do trabalho pode indicar tanto a condição para o alcance da autonomia, que surge como fruto do trabalho por parte do enfermeiro, quanto à constatação de que a carga de trabalho é intensa na profissão. Considerações finais: conclui-se que as más condições ambientais de trabalho, a insalubridade, os baixos insumos, remunerações insuficientes, a sobrecarga de trabalho e o absenteísmo por doenças osteomusculares são os principais achados que embasam estes desafios dentro da equipe de enfermagem.

Biografia do Autor

Sheilia Geralda Alves, Faculdade Santo Agostinho

Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano Santo Agostinho (FASA). Montes Claros, MG, Brasil.

Cláudio Luís de Souza Santos, Universidade Estadual de Montes Claros

Enfermeiro, Especialista em Saúde Mental pela Residência Multiprofissional da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros, MG, Brasil.

Carolina dos Reis Alves, Faculdade Santo Agostinho

Enfermeira, Doutora em Ciências da Saúde, Professora do Departamento de Enfermagem da Faculdade Santo Agostinho (FASA). Montes Claros, MG, Brasil.

Referências

Almeida, D. B., Silva, G. T. R., Queiros, P. J. P., Freitas, G. F., & Almeida, I. F. B. (2017). Lúcia Esther Duque Moliterno: conhecendo a história de vida de uma militante da enfermagem. Revista de Enfermagem UERJ, 25, e13345. http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2017.13345

Araújo-dos-Santos, T., Silva-Santos, H., Silva, M. N., Coelho, A. C. C., Pires, C. G. da S., & Melo, C. M. M. (2018). Precarização do trabalho de enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem nos hospitais públicos. Revista Escola Enfermagem da USP, 52, e03411. http://doi.org/10.1590/S1980-220X2017050503411

Brasil. Guia da Carreira. (2020). Quanto ganha um Enfermeiro? http://www.guiadacarreira.com.br/salarios/quanto-ganha-um-enfermeiro. Acesso em 11 de dezembro de 2020.

Carvalho, D. P., Rocha, L. P., Pinho, E. C., Tomaschewski-Barlem, J. G., Barlem, E. L. D., & Goulart, L. S. (2019). Cargas de trabalho e os desgastes a saúde dos trabalhadores da enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 72(6), 1435-1441. http://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0659

Costa, C. C. P., Souza, N. V. D. de O., Silva, P. A. dos S., Oliveira, E. B., & Vieira, M. L. C. (2015). O trabalho na central de material: repercussões para a saúde dos trabalhadores de enfermagem. Revista de Enfermagem UERJ, 23(4), 533-539. http://doi.org/10.12957/reuerj.2015.15934

Costa, E. C., & Sant’ana, F. R. dos S. (2017). Jornada de trabalho do profissional de enfermagem e fatores relacionados à insatisfação laboral. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 9(4), 1140-1145. http://www.acervosaude.com.br/doc/31_2017.pdf

Costa, R. K. de S., & Miranda, F. A. N. (2008). O enfermeiro e a estratégia saúde da família: contribuição para a mudança do modelo assistencial. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 9(2), 120-128. http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/5048/3707

Farias, B. H., Jacondino, M. B., Martins, C. L., Fernandes, H. N., Amestoy, S. C., & Thofhern, M. B. (2015). O fazer dos trabalhadores de enfermagem e as repercussões no cuidado aos usuários. Journal of Nursing and Health, 5(1), 14-26. https://doi.org/10.15210/jonah.v5i1.4696

Magrin, V. (2020). Dia Internacional da Enfermagem: conheça a história de profissionais da UFT que estão na linha de frente contra a Covid-19. http://ww2.uft.edu.br/index.php/ultimas-noticias/27161-dia-internacional-da-enfermagem-conheca-a-historia-de-profissionais-da-uft-que-estao-na-linha-de-frente-contra-a-covid-19. Acesso em 11 de dezembro de 2020.

Moreira, D. de A., Ferraz, C. M. L. C., Costa, I. P., Amaral, J. M., Lima, T. T., & Brito, M. J. M. (2020). Prática profissional do enfermeiro e influências sobre a sensibilidade moral. Revista Gaúcha de Enfermagem, 41, e20190080. http://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20190080

Nascimento, J. O. V., Santos, J., Meira, K. C., Pierin, A. M. G., & Souza-Talarico, J. N. (2019). Trabalho em turnos de profissionais de enfermagem e a pressão arterial, Burnout e transtornos mentais comuns. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 53, e03443. http://doi.org/10.1590/S1980-220X2018002103443

Pafaro, R. C., & Martino, M. M. F. (2004). Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Revista Escola Enfermagem da USP, 38(2), 152-160. http://doi.org/10.1590/S0080-62342004000200005

Pérez Júnior, E. F., & David, H. M. S. L. (2018). Trabalho de enfermagem e precarização: uma revisão integrativa. Enfermagem em Foco, 9(4), 71-76. http://doi.org/10.21675/2357-707X.2018.v9.n4.1325

Pinto, A. P. C. de M., Silva, M. da F., Azevedo, A. C. B., Rodrigues, C. C. F. M., Salvador, P. T. C. de O., & Santos, V. E. P. (2016). Estresse no cotidiano dos profissionais de enfermagem: reflexos da rotina laboral hospitalar. Revista de Enfermagem da UFSM, 6(4), 548-558. http://doi.org/10.5902/2179769221779

Puerto, J. C., Soler, L. M., Montesinos, M. J. L., Marcos, A. P., & Chorda, V. M. G. (2017). Uma nova contribuição para a classificação dos fatores estressores que afetam os profissionais de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 25, e2895. http://doi.org/10.1590/1518-8345.1240.2895

Rabelo, S. K., Lima, S. B. S., Santos, J. L. G., Costa, V. Z., Reisdorfer, E., & Santos, T. M., et al. (2020). Processo de trabalho do enfermeiro em um serviço hospitalar de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(5), e20180923. http://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0923

Ramos, F. R. S., Barth, P. O., Brehmer, L. C. de F., Dalmolin, G. de L., Vargas, M. A., & Schneider, D. G. (2020). Intensidade e frequência de distresse moral em enfermeiros brasileiros. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 54, e03578. http://doi.org/10.1590/S1980-220X2018020703578

Santos, E. I., Alves, Y. R., Gomes, A. M. T., Ramos, R. de S., Silva, A. C. S. S., & Santo, C. C. E. (2015). Representações sociais da autonomia profissional do enfermeiro para profissionais de saúde não enfermeiros. Revista de Enfermagem da UERJ, 23(4), 481-487. http://doi.org/10.12957/reuerj.2015.17944

Schaefer, R., Zoboli, E. L. C. P., & Vieira, M. (2018). Sofrimento moral em enfermeiros: descrição do risco para profissionais. Texto & Contexto - Enfermagem, 27(4), e4020017. http://doi.org/10.1590/0104-07072018004020017

Sena, A. F. de J., Lemes, A. G., Nascimento, V. F., & Rocha, E. M. (2015). Estresse e ansiedade em trabalhadores de enfermagem no âmbito hospitalar. Journal of Nursing and Health, 5(1), 27-37. http://doi.org/10.15210/jonah.v5i1.5089

Silva, J. C., Moraes, H., Araújo, F., Araújo, M. K., & Oliveira, M. R. (2020). Onde está a enfermagem? A (in)visibilidade desta categoria profissional nos meios de comunicação. Enfermagem em Foco, 11(2), 50-56. http://doi.org/10.21675/2357-707X.2020.v11.n2.2968

Silva, L. C. P., & Juliani, C. M. C. M. (2012). A interferência da jornada de trabalho na qualidade do serviço: contribuição à gestão de pessoas. Revista de Administração em Saúde, 14(54), 11-18. http://www.cqh.org.br/portal/pag/doc.php?p_ndoc=267

Souza, P., Cucolo, D. F., & Perroca, M. G. (2019). Carga de trabalho de enfermagem: influência das intervenções de cuidados indiretos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 53, e03440. http://doi.org/10.1590/S1980-220X2018006503440

Teodosio, S. S., & Padilha, M. I. (2016). ''Ser enfermeiro'': escolha profissional e a construção dos processos identitários (anos 1970). Revista Brasileira de Enfermagem, 69(3), 428-434. http://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690303i

Downloads

Publicado

24/09/2021

Como Citar

SILVA, P. L. N. da .; ALVES, S. G.; SANTOS, C. L. de S. .; ALVES, C. dos R. . Desafios biopsicossociais da equipe de enfermagem enfrentados no exercício da prática profissional: impacto da desvalorização. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 12, p. e379101220523, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i12.20523. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20523. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão