Prática do Direito Sistêmico: Importância no contexto judicial brasileiro e influência na Justiça Restaurativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.20527

Palavras-chave:

Constelações Familiares; Práticas colaborativas; Educação para a paz.

Resumo

Este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de apresentar um breve histórico da prática do Direito Sistêmico no Brasil enquanto ferramenta na aplicação de uma dinâmica de Justiça Restaurativa, evidenciando sua importância no contexto jurídico brasileiro atual. O estudo é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento que investiga a atuação de 7 (sete) magistrados no Brasil acerca da prática do Direito Sistêmico. Apresenta a importância dessa prática, haja vista sua criação\adaptação por um juiz brasileiro, Dr. Sami Storch a partir das Constelações Familiares, procedimento terapêutico criado por Bert Hellinger. Ao longo da reflexão teórica, se propõe pensar no contraste entre Justiça Restaurativa e Justiça Retributiva, trazendo as ferramentas que podem ser utilizadas para o exercício da primeira, quais sejam: mediações, círculos da paz ou restaurativos, práticas participativas, direito sistêmico com o protagonismo deste último. Apoiado na Declaração da ONU - Organização das Nações Unidas – ONU – o texto mostra a regulamentação das práticas de Justiça Restaurativa no mundo, por meio de três resoluções nos anos de 1999, 2000 e 2002, cujos documentos servem de referência para o trabalho da Justiça Restaurativa nos países signatários do órgão. No Brasil, a Justiça Restaurativa tem seu marco legal com a Carta de Brasília, a qual manteve as características contidas na Resolução 2002/12 da ONU. Conclui-se que os princípios do Direito Sistêmico, portanto, constituem-se como prática da justiça restaurativa, sendo estas duas abordagens complementares. Ainda estamos longe de uma implantação generalizada, pois abordar o Direito Sistêmico compete aplicar a prática da ciência jurídica frente a este viés terapêutico, onde se vislumbra utilizá-lo para tratar questões geradoras de conflitos, principalmente durante a formação do bacharel em Direito.

Referências

Arruda Junior. A. F. de (2017). O Direito Sistêmico. https://www.oabmt.org.br/artigo/350/o-direito-sistemico.

Brasil. (2017). Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf.

Brasil. (2020). Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Brasília, disponível em Justiça Restaurativa: o que é e como funciona - Portal CNJ.

Brasil. (2015) Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 mar: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm.

Brasil. (2021). Ministério da Justiça e Segurança Pública. Brasília. www.gov.br.

Ecosoc. (2002) Conselho Social e Econômico. Resolução 2002/12 da ONU - Princípios básicos para utilização de Programas de Justiça Restaurativa em Matéria Criminal.

Fernandes E. C. G. & Andrade. Y. M. M de (2018). O início da aplicação do Direito Sistêmico. Anais do Congresso Catarinense de Direito Processual Civil. 298-310. www.univali.br/eventos.

Fernandes, C. T.; Hir, J.C.A. (2020). Círculos da Paz e Freireanos: Conexões emergentes. Revista Educação, Psicologia e Interfaces. 4 (4).

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Artmed.

Gil, A. C. (2008) Métodos e técnicas de pesquisa social / Antonio Carlos Gil. – 6ed. - São Paulo: Atlas.

Grecco, A. et al. (2014). Justiça Restaurativa em Ação. Práticas e Reflexões. Dasheditora. 1ed. São Paulo.

Hellinger B. (2006). A simetria oculta do amor: porque o amor faz os relacionamentos darem certo. Revisão técnica de Esther Frankel, Milton Corrêa e Mimansa Farny. 6ed. São Paulo: Cultrix.

Hellinger, B. (2019). Meu trabalho, minha vida: a autobiografia do criador da Constelação Familiar. Editora Pensamento-Cultrix. 1ed. São Paulo.

IIPR - Instituto Internacional de Práticas Restaurativas (2020) - Definindo o termo “restaurativo” de Ted Wachtel, Presidente e Fundador do IIRP. Disponível em: https://www.iirp.edu/pdf/Defining-Restorative-Portuguese.pdf. Acesso em: 13 novembro de 2020.

Leite, F. (2017). Manual de Gestão para Alternativas Penais: Práticas de Justiça Restaurativa. Governo do Brasil. Ministério da Justiça e Cidadania.

Minayo, M. C. S. (2009). (Org.) Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 28 ed. Vozes.

ONU (1999) Organização das Nações Unidas. Declaração sobre uma Cultura de Paz. 107ª sessão plenária 13 de setembro.

Possato A. Constelação Sistêmica: Tudo sobre Constelação Familiar Sistêmica e Constelação Estrutural. Blog. https://constelacaosistemica.wordpress.com/.

Pranis, K. (2010). Processos circulares de construção de paz. (Tradução: Tônia Van Acker) São Paulo: Palas Athena.

Pranis, K. (2021). Aula 08. Pressupostos dos Círculos de Construção de Paz. [AULA 8] Os Pressupostos dos Círculos de Construção de Paz - YouTube.

Sheldrake, R. (1996). A Presença do Passado: Ressonância Mórfica, Instituto Piaget: Lisboa.

Storch, S. (2021) Aula 09. Olhar Sistêmico nas Práticas Restaurativas. [AULA 9] Olhar Sistêmico nas Práticas Restaurativas - YouTube.

Storch, S. (2021). Direito Sistêmico. Home – Direito Sistêmico (direitosistemico.com.br).

Zehr, H. (2008). Trocando as lentes: Justiça Restaurativa para o nosso tempo. (Tradução: Tônia Van Acker) São Paulo: Palas Athena.

Downloads

Publicado

15/10/2021

Como Citar

BUSATTO, L. C. .; FERNANDES, C. T.; TESSARI, R. M. Prática do Direito Sistêmico: Importância no contexto judicial brasileiro e influência na Justiça Restaurativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 13, p. e328101320527, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i13.20527. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20527. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão