O cotidiano dos técnicos de enfermagem na Estratégia Saúde da Família

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21095

Palavras-chave:

Atenção primária à saúde; Estratégia saúde da família; Técnicos de enfermagem; Papel do profissional de enfermagem; Pesquisa qualitativa; Atenção primária à saúde; Estratégia saúde da família; Técnicos de enfermagem; Papel do profissional de enfermagem; Pesquisa qualitativa.

Resumo

O objetivo do estudo é compreender o processo de trabalho dos técnicos de enfermagem que atuam nas equipes da Estratégia Saúde da Família. O estudo de caso é de abordagem qualitativa, fundamentado no interacionismo simbólico, realizado com oito técnicos de enfermagem da Estratégia Saúde da Família de um município brasileiro de médio porte. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados segundo a análise de conteúdo temática. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa. Os participantes identificam que a Estratégia Saúde da Família realiza basicamente ações curativas e pautam como atribuições cotidianas: pré-consulta, pós-consulta e procedimentos de enfermagem. As tecnologias relacionais foram apontadas como o principal instrumento de trabalho. Como finalidade do trabalho elencaram que é atender a demanda espontânea. Constata-se que o processo de trabalho dos técnicos de enfermagem está voltado predominantemente para ações curativas no plano individual, o que reforça o modelo de atenção centrado na doença. Sugere-se a realização de educação permanente para ressignificar o trabalho desses profissionais. Por fim, ressalta-se a necessidade de repensar a formação dos técnicos em enfermagem, de modo que eles desenvolvam competências esperadas para atuação nos serviços de atenção primária à saúde, que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção à saúde e para o estabelecimento de processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde.

Biografia do Autor

Vanessa Aparecida Júlio, Universidade Dom Alberto

Enfermeira, Pós graduanda Enfermagem/Oncologia. Universidade Dom Alberto, Santa Cruz do Sul, Brasil

Joseane da Silva, Secretaria Municipal de Saúde

Enfermeira, Secretaria Municipal de Saúde, Divinópolis, Brasil

Maria Marta Amancio Amorim, Universidade Aberta de Lisboa

Nutricionista UFV (1983), especialista em Microbiologia/SOBEU/FIOCRUZ (1986), especialista em Alimentação Coletiva/ASBRAN (2008), mestre em Ciência de Alimentos/UFMG (2002), doutora em Enfermagem/UFMG (2012), estágio doutoral em Psicologia Social na UAB/ Lisboa (2011/2012). Orientadora do Curso de Especialização à Distância da Estratégia Saúde da Família, da Faculdade de Medicina da UFMG. Pesquisadora do Centro Universitário Unifacvest e Centro de Estudos em Relações Interculturais da Universidade Aberta de Lisboa no campo das representações sociais . Possui experiência na área de ensino, pesquisa e extensão em temas que envolvem diagnóstico nutricional, intervenções educativas, prevenção e promoção da saúde de usuários da atenção primária à saúde, de clínicas escola, das instituições de longa permanência de idosos, das unidades de alimentação e nutrição e das escolas. Possui larga experiência profissional na gestão operacional, comercial e de garantia de qualidade em unidades de alimentação e nutrição e em restaurantes comerciais. 

Juliana Ferreira da Silva, Secretaria Municipal de Saúde

Enfermeira, Secretaria Municipal de Saúde, Congonhas, Brasil

Edna Mara Mendonça, Instituto René Rachou

Terapeuta ocupacional. Doutoranda  em Saúde Coletiva do Instituto René Rachou, Belo Horizonte, Brasil

Maria Helena Trindade Engela, Secretaria Municipal da Saúde

Enfermeira, Secretaria Municipal da Saúde, Onça do Pitangui, Brasil

Fernanda Moura Lanza, Universidade Federal de São João del Rei

Docente Universidade Federal de São João del Rei, Divinópolis, Brasil

Referências

Abreu, T. F. K., Amendola, F., & Trovo, M. M. (2017). Relational technologies as instruments of care in the Family Health Strategy. Rev. Bras. Enferm.,70(5), 981-987.

Blumer, H. (1969). Symbolic Interactionism: Perspective and Method. University of California Press.

Bomfim, E. S., Oliveira, B. G., Rosa, R. S., Almeida, M. V. G., Silva, S. S, & Araújo, I. G. (2017). Educação permanente no cotidiano das equipes de saúde da família: utopia, intenção ou realidade? J. Res. Fundam. Care Online, 9(2), 526-35.

Brasil. (2013). Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466/2012. Publicada no DOU nº 12, quinta-feira, 13 de junho de 2013. Seção 1, Página 59. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.

Brasil. (2016). Conselho Nacional de Saúde. Resolução 510/2016. Publicada no DOU nº 98, terça-feira, 24 de maio de 2016, seção 1, páginas 44, 45, 46. http://www.conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf.

Brasil. (2017). Ministério da Saúde. Portaria 2436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de atenção Básica. Diário Oficial da União, Brasília. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html.

Brasil. (2018). Conselho Nacional de Saúde. Resolução 580/2018. Publicada DOU nº 135, segunda-feira, 16 de julho de 2018, seção 1, página 55. Recuperado de http://www.conselho.saude.gov.br/resolucoes/2018/Reso580.pdf. Acesso em 20 out 2020.

Brito, G. E. G., Mendes, A. C. G., & Neto Santos, P. M. (2018). O objeto de trabalho na Estratégia Saúde da Família. Interface, 22(64): 77-86.

Cardoso, T. Z., Pereira, M. J. B., Campos, L. V. O., Matumoto, S., Mishima, S. M., & Fortuna, C. M. et al. (2011). Processo de trabalho de auxiliares e técnicos de enfermagem na atenção básica à saúde. Rev. bras. Enferm, 64(6), 1087-1093.

Coutinho, A. F., Medeiros, H. A., Andrade, L. D. F., & Ribeiro, L. C. S. (2019). Gestão em enfermagem de pessoal na estratégia saúde da família. J Nurs UFPE on line, 13(1), 137-47.

Evangelista, M. J. O., Guimarães, A. M. A. N., Dourado, E. M. R., Vale, F. L. B., Lins, M. Z. S., & Matos, M. A. B. et al. (2019). O Planejamento e a construção das Redes de Atenção à Saúde no DF, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, 24(6), 2115-2124.

Ferreira, A.S., & Abrahão, A.L. (2020). Comunicação como dispositivo de interação entre enfermeiros: controle socioclínica institucional na estratégia de saúde da família. Revista Brasileira de Pós Graduação, 16(35), 1-12.

Figueiredo, D. S., Heidmann, I. T. S. B., Fernandes, G. S. M., Arawaka, A. M., Oliveira, L. S., & Magagnin, A. B. (2019). Promoção da saúde articulada aos determinantes sociais: possibilidade para a equidade. J Nurs UFPE on line, 13(4), 943-951.

Garcia, G. P. A, & Marziale, M. H. P. (2018). Indicadores de esgotamento profissional em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Rev Bras Enferm, 71(suppl 5):2469-2478.

Kessler, M., Lima, S. B. S., Weiller, T. H., Lopes, L. F. D., Ferraz, L, & Eberhardt, T. D. et al. (2019). Longitudinalidade do cuidado na atenção primária: avaliação na perspectiva dos usuários. Acta paul. Enferm, 32(2), Epub June 10.

Lima, L., Pires, D. E. P., Forte, E. C. N., & Medeiros. F. (2014). Satisfação e insatisfação no trabalho de profissionais de saúde da atenção básica. Esc. Anna Nery, 18(1), 17-24.

Mendonça, E. M., & Lanza, F. M. (2020). Perpectivas da intersetorialiade no cotidiano da Atenção Primária à Saúde à Saúde no Brasil: uma reflexão teórica. Research, Society and Development, 9(1), e2549119834.

Minayo, M. C. S. (Org.) et al. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. (32a ed.). Vozes.

Morosini, M. V. G. C., & Fonseca, A. F. (2017). Revisão da Política Nacional de Atenção Básica numa hora dessas? Cd. Saúde Pública, 33(1), e00206316.

Paim, J. S. (2018). Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciênc. saúde coletiva, 23(6), 1723-1728.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica, UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstrea m/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Santos, D. S., Mishima, S. M., & Merhy, E. E. (2018). Processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: potencialidades da subjetividade do cuidado para reconfiguração do modelo de atenção. Ciênc. saúde coletiva, 23(3), 861-870.

Santos, L. C., Andrade, J., & Spiri, W. C. (2019). Dimensionamento de profissionais de enfermagem: implicações para o processo de trabalho na estratégia saúde da família. Esc. Anna Nery, 23(3).

Seixas, C. T., Merhy, E. E., Baduy, R. S., & Slomp Junior, H. (2016). Integrality in the health care perspective: na experience of the United Health System in Brazil. Salud Colectiva, 12(1), 113-123.

Stewart, M., Brown, J. B., McWilliam, C. L.,Freeman, T. R., & Weston, W. W. (2017). O primeiro componente: explorando a saúde, a doença e a experiência da doença. In: Stewart, M.; Brown, J. B., Weston, W. W,; McWhinney, I. R., McWilliam, C. L., Freeman, T. R. Medicina centrada na pessoa. (3a ed.).

Downloads

Publicado

10/10/2021

Como Citar

JÚLIO, V. A.; SILVA, J. da .; AMORIM, M. M. A. .; SILVA, J. F. da .; MENDONÇA, E. M.; ENGELA, M. H. T. .; LANZA, F. M. . O cotidiano dos técnicos de enfermagem na Estratégia Saúde da Família. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 13, p. e214101321095, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i13.21095. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/21095. Acesso em: 6 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde