Efeito da associação da acupuntura com fitoterápico no tratamento da dor e qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos: revisão da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21122Palavras-chave:
Fibromialgia; Fitoterapia; Acupuntura; Tratamento.Resumo
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, de etiologia desconhecida, manifestada no sistema musculoesquelético, podendo apresentar sintomas em outros sistemas. Com definição controvérsia, principalmente, pela ausência de substrato anatômico na sua fisiopatologia e por sintomas facilmente confundidos com a depressão e síndrome da fadiga crônica, o diagnóstico se torna difícil. Com isso, o objetivo do presente estudo foi de realizar uma revisão literária para determinar o efeito da associação da acupuntura com fitoterápicos como técnica a ser utilizada para alívio da dor e melhora da qualidade de vida em indivíduos com fibromialgia. Para tanto, foram realizados uma revisão bibliográfica acerca do assunto nas bases de dados Google acadêmico e PubMed entre os anos de 1956 até 2021. A medicina alternativa e complementar tem sido muito solicitada nos últimos anos, especialmente por pacientes fibromiálgicos, na qual a terapia convencional isolada tem mostrado benefícios limitados e que necessita de um tratamento multidisciplinar. Dentre as técnicas alternativas a acupuntura, que é uma técnica milenar baseada na estimulação de pontos específicos do corpo objetivando efeito terapêutico ou homeostático, através de uma terapia reflexa na qual o estímulo nociceptivo dado ao ponto desencadeia respostas em outras áreas do organismo, atua na redução de forma eficaz da dor, o que permite melhorar a qualidade de vida dos pacientes fibromiálgico. Os resultados encontrados demonstraram que os medicamentos fitoterápicos, que são produtos industrializados obtidos a partir das plantas medicinais, apresentam grande potencial terapêutico no tratamento da dor e com essa perspectiva diversos estudos vêm sendo conduzidos na busca de novas alternativas de tratamento de pacientes com essas patologias.
Referências
Albrecht, P. J., & Rice, F. L. (2016a). Fibromyalgia syndrome pathology and environmental influences on afflictions with medically unexplained symptoms. Reviews on environmental health, 31(2), 281-294.
Albrecht, D. S., MacKie, P. J., Kareken, D. A., Hutchins, G. D., Chumin, E. J., Christian, B. T., & Yoder, K. K. (2016b). Função diferencial da dopamina na fibromialgia. Imagem cerebral e comportamento, 10 (3), 829-839.
Braz, A. D. S., Paula, A. P. D., Diniz, M. D. F. F. M., & Almeida, R. N. D. (2011). Uso da terapia não farmacológica, medicina alternativa e complementar na fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, 51, 275-282.
Collins. Síndrome de la fibrositis (reumatismo extra-articular). Holander - Artritis y estados afins, (1956), pp.642-56.
Costa, S. M. L., e Silva, M. P. M. P., Pinto, L. P., & Sousa, D. L. R. (2020). Aspectos clínicos e principais formas de tratamento para Fibromialgia-Revisão de Literatura. Research, Society and Development, 9(11), e729119495-e729119495.
Nascimento, S. S., Serafini, M. R., de Santana, J. M., & Junior, L. J. Q. (2013). Utilização de plantas medicinais no tratamento da fibromialgia: uma prospecção tecnológica. Revista GEINTEC-Gestão, Inovação e Tecnologias, 3(1), 068-075.
Dursun, M., Besiroglu, H., Tellioglu, E., Saglam, Y., & Ortac, M. (2019). Associação entre disfunção sexual, deficiência do sono e depressão em mulheres com fibromialgia. Sexualidade e deficiência, 1-9.
Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas.
Ferreira, A. J. O. (2015). Fibromialgia: conceito e abordagem clínica (Doctoral dissertation).
Gavi, M. B. R. D. O., Coser, P. H. P., Macedo, D. C. F., Oliveira, C. G. T. D., & Silva, L. C. G. D. (2018). O uso do Mini-Exame do estado Mental colabora no tratamento da fibromialgia.Ciências & Cognição, 23 (1), 108-116.
Häuser, W., Sarzi-Puttini, P., & Fitzcharles, MA (2019). Síndrome de fibromialgia: diagnóstico insuficiente, excessivo e incorreto. Clin Exp Rheumatol , 37 (Suplemento 116), 90-7.
Heymann, R. E., Paiva, E. D. S., Martinez, J. E., Pollak, D. F., Provenza, J. R., Lage, L. V., & Cristo, V. V. (2006). Fibromialgia e síndrome miofascial. In Fibromialgia e síndrome miofascial (pp. 144-144).
Heymann, R. E., Paiva, E. D. S., Helfenstein Junior, M., Pollak, D. F., Martinez, J. E., Provenza, J. R., & Fonseca, M. C. M. (2010). Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Revista brasileira de reumatologia, 50(1), 56-66.
Heymann, R. E., Paiva, E. S., Martinez, J. E., Helfenstein Jr, M., Rezende, M. C., Provenza, J. R., & Souza, E. J. (2017). Novas diretrizes para o diagnóstico da fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, 57, s467-s476.
Jahromi, B., Pirvulescu, I., Candido, K. D., & Knezevic, N. N. (2021). Herbal Medicine for Pain Management: Efficacy and Drug Interactions. Pharmaceutics, 13 (2), 251.
Lorenzi, H., & Matos, F. J. (2002). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas.
Maciocia, G. (1996). Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas. In Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas (pp. xxx-658).
Magalhães, F. G. S., & Rocha, T. B. X. (2007). O papel da acupuntura no tratamento da fibromialgia: uma revisão. INMES–Instituto Norte Mineiro de Estudos Sistêmicos/UNISAÚDE.
Martinez, J. E. (1997). Fibromialgia: o que é, como diagnosticar e como acompanhar? Acta Fisiátrica, 4(2), 99-102.
Mataín Jimenez, T. M., Fernández‐Sola, C., Hernández‐Padilla, J. M., Correa Casado, M., Antequera Raynal, L. H., & Granero‐Molina, J. (2017). Perceptions about the sexuality of women with fibromyalgia syndrome: A phenomenological study. Journal of Advanced Nursing,73(7), 1646-1656. https://doi.org/10.1111/jan.13262
Merchant, R. E., & Andre, C. A. (2001). A review of recent clinical trials of the nutritional supplement Chlorella pyrenoidosa in the treatment of fibromyalgia, hypertension, and ulcerative colitis. Alternative therapies in health and medicine, 7(3), 79-92.
Martins, R. C. C., & Silveira, N. C. (2018). Eficácia da acupuntura para o tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática. Psicologia e Saúde em debate, 4(1), 85-105.
Malpezzi-Marinho, E. L, Molska, G. R, Freire, L. I, Silva, C. I, Tamura, E. K, Berro, L. F, & Marinho, E. A. V. (2019). Efeitos do extrato hidroalcoólico de Solidago chilensis Meyen na nocicepção e hipernocicepção em roedores. Medicina complementar e alternativa BMC, 19 (1), 1-9.
Neuprez, A., & Crielaard, J. M. (2017). Fibromialgia: estado do problema em 2017. Revue medicale de Liege, 72 (6), 288-294.
Oliveira, A. I. S. de (2016). Avaliação da mobilidade da coluna cervical e do segmento vertebral C1/C2 com o flexion rotation test em pacientes com migrânea episódica e crônica. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 62p.
Pernambuco, A. P., Faria, P. C., Silva, L. R. T. D., Fonseca, A. C. S., Silva, R. V., & Meireles, C. (2014). Fibromialgia: diagnóstico, fisiopatologia e tratamentos. Conexão ciência (Online), 9(1), 01-19.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.
Pereira, H. S. D. S., Nunes, M. D. S., Ribeiro, C. J. N., & Ribeiro, M. D. C. D. O. (2021). Efeitos da acupuntura na fibromialgia: revisão integrativa. BrJP, 4, 68-71.
Provenza, J. R., Pollak, D. F., Martinez, J. E., Paiva, E. S., Helfenstein, M., Heymann, R., & Souza, E. J. R. (2004). Fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, 44(6), 443-449.
Riberto, M., & Pato, T. R. (2004). Fisiopatologia da fibromialgia. Acta fisiátrica, 11(2), 78-81.
Roque, N. F., Vilegas, W., Gianella, T. L., Knudsen, F. D. S., Rondella, G. P., Torres, L. Μ., & Oliveira, F. (1988). Compostas medicinais do Brasil. 2. Estudo químico de Solidago microglossa, Mikania triangularis, M. diversifolia, M. smilacina, M. microlepsis e Wedelia paludosa. Acta Amazonica, 18, 473-476.
Rebelatto, Terezinha (2010). Eficácia da Acupuntura no Tratamento da Fibromialgia. Monografia de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Acupuntura. EBRAMEC - Escola Brasileira de Medicina Chinesa. São Paulo.
Scognamillo-Szabó, M. V. R., & Bechara, G. H. (2010). Acupuntura: histórico, bases teóricas e sua aplicação em Medicina Veterinária. Ciência Rural, 40(2), 461-470.
Shakiba, M., Moazen-Zadeh, E., Noorbala, A. A., Jafarinia, M., Divsalar, P., Kashani, L., & Akhondzadeh, S. (2018). Saffron (Crocus sativus) versus duloxetine for treatment of patients with fibromyalgia: A randomized double-blind clinical trial. Avicenna journal of phytomedicine, 8(6), 513.
Stival, R. S. M., Cavalheiro, P. R., Stasiak, C., Galdino, D. T., Hoekstra, B. E., & Schafranski, M. D. (2014). Acupuntura na fibromialgia: um estudo randomizado e controlado abordando a resposta imediata à dor. Revista Brasileira de Reumatologia (Edição em Inglês), 54 (6), 431-436.
Szezerbaty, S. K. F., Zicarelli, C. A. M., de Lima, L. O., Perrucini, P. D. O., Fernandes, K. B. P., & Poli-Frederico, R. C. (2021). O polimorfismo de nucleotídeo único COMT rs4680, etnia e idade estão associadas à fibromialgia em mulheres. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, 10 (7).
Skrabek, R. Q., Galimova, L., Ethans, K., & Perry, D. (2008). Nabilone para o tratamento da dor na fibromialgia. The Journal of Pain, 9 (2), 164-173.
Stockman, R. (1904). As causas, patologia e tratamento do reumatismo crônico. Edinburgh Medical Journal, 15 (3), 223.
Torquato, A. C., Dias, F. A., Wachholz, L. B., & Nesello, L. Â. N. (2019). Comparação entre os resultados obtidos por diferentes métodos de avaliação da composição corporal em mulheres com síndrome de fibromialgia. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, 13(77), 103-110.
Torres, L. M., Akisue, M. K., & Roque, N. F. (1987). Quercitrina em Solidago microglossa DC, a arnica do Brasil. Rev. Farm. Bioquím. Univ. S. Paulo, 23, 33-40.
Uğurlu, F. G., Sezer, N., Aktekin, L., Fidan, F., Tok, F., & Akkuş, S. (2017). The effects of acupuncture versus sham acupuncture in the treatment of fibromyalgia: a randomized controlled clinical trial. Acta reumatologica portuguesa, (1).
Vilaça, M. M. O., dos Santos Lima, K. B., Alencar, E. V. M., da Conceição Machado, K., & da Conceição Machado, K. (2020). Novos medicamentos para tratamento de fibromialgia. Research, Society and Development, 9 (3), e24932308-e24932308.
Vas, J., Santos-Rey, K., Navarro-Pablo, R., Modesto, M., Aguilar, I., Campos, M. Á., & Rivas-Ruiz, F. (2016). Acupuncture for fibromyalgia in primary care: a randomised controlled trial. Acupuncture in medicine, 34(4), 257-266.
Wu, Y. L., Chang, L. Y., Lee, H. C., Fang, S. C., & Tsai, P. S. (2017). Sleep disturbances in fibromyalgia: A meta-analysis of case-control studies.Journal of psychosomatic research,96(1), 89-97. https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2017.03.011
Wolfe, F., Smythe, H. A., Yunus, M. B., Bennett, R. M., Bombardier, C., Goldenberg, D. L., & Sheon, R. P. (1990). The American College of Rheumatology 1990 criteria for the classification of fibromyalgia. Arthritis & Rheumatism: Official Journal of the American College of Rheumatology, 33(2), 160-172.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Gabriel Maciel da Silva; Giovana Soler dos Santos; Ana Luiza Rezende Nabhan; Giuliana Zardeto; Ezilda Jacomassi; Daniela de Cassia Faglioni Boleta-Ceranto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.