Perfil epidemiológico da mortalidade por câncer gástrico no Estado do Piauí
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21143Palavras-chave:
Epidemiologia; Mortalidade; Câncer gástrico.Resumo
Objetivou-se com o estudo caracterizar o perfil epidemiológico da mortalidade por câncer gástrico no estado do Piauí no período de 2008 a 2018. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, descritivo e transversal desenvolvido por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Realizou-se a análise dos dados mediante estatística descritiva simples a partir dos dados fornecidas pelo SIM. Verificou-se a ocorrência de 1.491 mortes pela neoplasia estudada. A capital Teresina apresentou também maior número de óbitos (n=436). Dos indivíduos acometidos pelo câncer gástrico e que vieram a óbito, observou-se que 62,24% correspondiam ao sexo masculino. As informações relacionadas à raça/cor sugeriram extensa predominância da cor parda com 63,98%. Referente à escolaridade, 32,46% dos indivíduos não possuíam qualquer grau de instrução. Comprovou-se um elevado número de óbitos por câncer gástrico em indivíduos com mais de 60 anos (70,42%). Acerca do local de ocorrência dos óbitos, 57,20% das pessoas morreram em âmbito hospitalar. Conclui-se que o perfil da mortalidade pela neoplasia estudada no estado do Piauí segue, em muitas variáveis, uma tendência nacional. Os achados desta pesquisa convergem com os dados presentes na literatura sobre a temática: o câncer gástrico permanece sendo uma patologia desafiadora com rápida progressão, acomete majoritariamente indivíduos do sexo masculino e pessoas com 60 anos ou mais. Mostra-se relevante o desenvolvimento de estratégias para melhorias da assistência e acesso aos serviços de saúde, com diminuição do tempo de espera para procedimentos, exames especializados e oferta do melhor tratamento para o estágio do câncer e condições clínicas do paciente.
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