Eletroestimulação no tratamento fisioterapêutico da bexiga neurogênica: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21414Palavras-chave:
Especialidade de fisioterapia; especialidade de fisioterapia; Estimulação elétrica nervosa transcutânea; estimulação elétrica nervosa transcutânea; bexiga urinária neurogênica.; Bexiga urinária neurogênica.Resumo
Disfunção do trato urinário inferior (DNTUI) ou também conhecida como Bexiga Neurogênica (BN), refere-se aos distúrbios miccionais ocasionados por afecções neurológicas no Sistema Nervoso Central ou Periférico, onde estes provocam alterações dos padrões miccionais dos pacientes, principalmente nas inervações vesico-esfincterianas, e nas fases de enchimento ou esvaziamento vesical. Dentre as intervenções fisioterapêuticas, a eletroestimulação apresenta-se como forma de tratamento viável, com bons resultados, fácil aplicação, baixo custo e inexistência de efeitos colaterais.Os objetivos desta revisão é investigar a eficácia da eletroestimulação em pacientes com bexiga neurogênica em variados distúrbios neurológicos. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas PubMed e SciELO. Foram selecionados 10 estudos para a realização dessa revisão. Os resultados demonstraram que a eletroestimulação no nervo tibial posterior foi utilizado em 70% dos estudos, aparecendo de forma majoritária enquanto o uso da eletroestimulação no nervo parassacral, foi citado em 30% dos artigos. A frequência mais utilizada foi de 20Hz e a largura de pulso variou entre 200 e 500 μs. Os resultados mostraram diminuição dos sintomas da bexiga neurogênica, regressão de perdas urinárias e impactaram no tempo de enchimento vesical. Portanto, foi demonstrado que os nervos tibial posterior e parassacral, por serem de fácil acesso, ajudam na execução do tratamento da bexiga neurogênica, tornando-o seguro e indolor.
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