Indicadores preditivos dos volumes das secreções para a decanulação de pacientes em unidade de terapia intensiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21517

Palavras-chave:

Traqueostomia; Taxa secretória; Transtornos de deglutição; Fonoaudiologia.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi o de estabelecer indicadores preditivos dos volumes das secreções para a decanulação de pacientes em unidade de terapia intensiva. Para mensurar a secreção foram elaboradas réguas adesivas para os vacuômetros e padronização para a aspiração com a medida de 10ml de soro fisiológico a 0,9% estilado durante o processo de aspiração e mais 10ml para a limpeza do sistema de aspiração, perfazendo um total de 20ml que foram deduzidos dos totais coletados na aspiração, tais critérios foram usados da mesma maneira em toda a amostra. Dos 52 (59,77%) pacientes com taxa de secreção de 0 a 20ml, apresentaram aspecto da secreção fluído, coloração clara e ausência de secreção na região da traqueostomia. Os parâmetros clínicos fonoaudiológicos evidenciaram: fonação e tempo de trânsito oral adequado e condições de manter o cuff desinsuflado. Tais resultados foram significativos para a decanulação (p = 0,000). Para 19 (21,84%) pacientes com taxa de secreção entre 30 e 40ml, apresentaram aspecto de secreção espessa, coloração amarelada e presença de secreção na região da traqueostomia. Os parâmetros clínicos fonoaudiológicos evidenciaram: qualidade vocal disfônica, voz molhada, tempo de trânsito oral lento e dificuldade para manter o cuff desinsuflado. Tais resultados foram preponderantes para a não decanulação com significância (p = 0,000) para todos os critérios. A análise dos volumes das secreções aspiradas, bem como o seu aspecto e coloração, evidenciaram ser um significativo indicador no processo de decanulação, à medida que quantifica e oferece padrões mensuráveis.

Referências

Albuquerque, C. Ventilação mecânica e disfagia. In: Davi CM. Ventilação mecânica: da fisiologia à prática clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.

Azevedo, L. C., Park, M., Salluh, J. I., Rea-Neto, A., Souza-Dantas, V. C. et al. The ERICC (Epidemiology of Respiratory Insufficiency in Critical Care) investigators. Clinical outcomes of patients requiring ventilatory support in Brazilian intensive care units: a multicenter, prospective, cohort study. Crit Care. 2013; 17(2):R63.

Beccaria, L. M., Pereira, R. A. M., Contrin, L. M., Lobo, S. M. A., Trajano, D. H. L. Eventos adversos na assistência de enfermagem em uma unidade de terápia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. São Paulo. 2009; 21(3): 276-82.

Clini, E. M., et al. Functional recovery following physical training in tracheotomized and chroni- cally ventilated patients.Respir Care. 2011; 56(3):306-13.

Côrte M. M. D., Vicente L. C. C., Friche A. A. L. Decanulação: indicadores sociodemográficos, clínicos e fonoaudiológicos preditivos de sucesso. Audiol Commun Res. 2019; 24:e2103.

Costa, C. C., Favero, T. C., Rosa, F. B., Steidl, E. M. S., Mancopes, R. Decanulação: atuação fonoaudiológica e fisioterapêutica. Distúrbios Comun. São Paulo, março, 2016,28(1): 93-101.

Cunha, M., Barosa, J., Margalho, P., Tomé, P., Laíns, J. Protocolo de Encerramento de Traqueotomia em Internamento em Reabilitação. Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação. 2012; vol. 22, n. 2, ano 20, p. 28-35.

Dantas, M. O. R. L., Auler Jr, J. O. C., Andrade, C. R. F. Avaliação da deglutição de idosos com indicação de revascularização miocárdica. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2010 out-dez;22(4):385-90.

David, C. M. N., Godwasser, R. Vias aéreas artificiais: intubação e traqueostomia. In: David CMN. Ventilação mecânica: da fisiologia à prática clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.

De Mestral, C., Iqbal, S., Fong, N., LeBlanc, J., et al., Impact of a specialized multidisciplinary tracheostomy team on tracheostomy care in critically ill patients. Can J Surg. 2011.Jun; 54(3):167-72.

Dias, C. M., Siqueira, T. M., Faccio, T. R., Gontijo, L. C., Salge, J. A. S. B., Volpe, M. S. Efetividade e segurança da técnica de higiene brônquica: hiperinsuflação manual com compressão torácica. Rev. Bras. Intensiva. 2011; 23(2):190-198.

Ferreira, V. M., Silva, B. C. M., Miranda, L. C., Reis, H. F. C. Perfil da utilização dos parâmetros de desmame: um estudo de revisão. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012.

Frengley, J. D., Sansone, G. R., Shakya, K., Kaner, R. J. Prolonged Mechanical Ventilation in 540 Seriously Ill Older Adults: Effects of Increasing Age on Clinical Outcomes and Survival. Journal The American Geriatrics Society, Vol. 62, n. 1, January, 2014. 62:1–9.

Furkim, A. M., Barata, L., Duarte, S. T., Nascimento Junior, J. R. Gerenciamento fonoaudiológico da disfagia no paciente crítico na unidade de terapia intensiva. In: Furkim A M, Rodrigues KA. Disfagias nas unidades de terapias intensiva. São Paulo: Editora Roca; 2014. p. 111-126.

Garrubba, M., Turner, T., Grieveson, C. Multidisciplinary care for tracheostomy patients: a systematic review. Garrubba et al. Critical Care Vol 13 No 6 - Nov 2009, p. 1-6.

Garuti, G., Reverberi, C., Briganti, A., Massobrio, M., Lombardi, F., Lusuardi, M. Swallowing disorders in tracheostomised patients: a multidisciplinary / multiprofessional approach in decannulation protocols. Garuti et al. Multidisciplinary Respiratory Medicine 2014, 9:36.

Ibrahim, S. G., Silva, J. M., Borge, L. G. A., Savi, A., et al. Utilização de equipamentos de ventilação não invasiva na traqueostomia: uma alternativa para alta da UTI. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24 (2): 167-172.

Jung, Yooun-joong et al. The effect of systematic approach to tracheostomy care in patients transferred from the surgical intensive care unit to general ward. Acute and Critical Care, 30 nov. 2018. Disponível em: 22 set. 2019.

Kutsukutsa, J., Kuupiel, D., Monori-Kiss, A., Del Rey-Puech, P., Mashamba-Thompson, T. P. Tracheostomy decannulation methods and procedures for assessing readiness for decannulation in adults: a systematic scoping review. Int J Evid Based Healthc. 2019 May 31. doi: 10.1097/XEB.0000000000000166. Epub ahead of print. PMID: 31162271.

Lemos, M. M., Bandeira, C. O. P., Marques, V. D., Teixeira, J. J. V., Carvalho, M. D. B. Laringotraqueoscopia flexível na decanulação de pacientes traqueostomizados: otimização de segurança para o paciente. Saúde e Pesqui. 2019 maio-ago; 12(2): 377-383 - e-ISSN 2176-9206-9206.

Mallmann, L. P. Manejo do paciente traqueostomizado e decanulação – o papel do intensivista além da UTI. Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico. ISSN: 2446-6778 Nº 2, volume 5, artigo nº 09, Julho/Dezembro 2019. D.O.I: http://dx.doi.org/10.20951/2446-6778/v5n2a9

Mandaville, A., Ray, A., Robertson, H., Foster, C., Jesser, C. A retrospective review of swallow dysfunction in patients with severe traumatic brain injury. Dysphagia 2014, [Epub ahead of print].

Mangilli, L. D., Moraes, D. P., Medeiros, G. C. Protocolo de avaliação fonoaudiológica preliminar. In: Andrade CRF, Limongi SCO (Org). Disfagia: prática baseada em evidências. São Paulo: Sarvier; 2012. p. 45-61.

Medeiros, G. C., Sassi, F. C., Silva, C. L., Andrade, C. R. F. Criteria for tracheostomy decannulation: literature review. CoDAS 2019;31(6):e20180228 DOI: 10.1590/2317-1782/20192018228.

Melgaço, S. A., Vicente, L. C. C., Gama, A. C. C. Análise do tempo de decanulação e liberação de via oral em pacientes com câncer de boca. CoDAS 2021;33(4):e20190236 DOI: 10.1590/2317-1782/20202019236.

Nelson, J. E., Cox, C. E., Hope, A. A., Carson, S.S. Chonic critical illness. Am J Respir Crit Care Med. 2010; 182 (4): 446-54.

Padovani, A. R., Moraes, D. P., Sassi, F. C., Andrade, C. R. F. Avaliação clínica da deglutição em unidade de terapia intensiva. CoDAS. São Paulo, 2013; 25(1) p.1-7.

Penitenti, R. M., et al. Controle da pressão do cuff na unidade terapia intensiva: efeitos do treinamento. Rev Bras Ter Intensiva. 2010; 22(2):192-195.

Presto, B., Damázio, L. Fisioterapia na UTI. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 185-195.

Santana, L., Fernandes, A., Brasileiro, Â. G., Abreu, A. C. Critérios para avaliação clínica fonoaudiológica do paciente traqueostomizado no leito hospitalar e internamento domiciliar. Rev. CEFAC. 2014 Mar-Abr; 16(2):524-536.

Simão, M. A., Alacid, C. A. N., Rodrigues, K. A., Albuquerque, C., Furkim, A. M. Incidence of tracheal aspiration in tracheotomized patients in use of mechanical ventilation. Arq Gastroenterol v. 46 – no.4 – out./dez. 2009, p. 311-314.

Vianna, A., Palazzo, R. F., Aragon, C. Traqueostomia: uma revisão atualizada. Pulmão RJ 2011; 20(3):39-42.

Zanata, I. L., Santos, R. S., Marques, J. M., Hirata, G. C., Santos, D. A. Avaliação fonoaudiológica para decanulação traqueal em pacientes acometidos por traumatismo cranioencefálico. Rev. CoDAS, 2016;28(6):710-716.

Downloads

Publicado

21/10/2021

Como Citar

SANTOS JUNIOR, C. L. G. dos .; GONÇALVES, C. G. de O. .; MARQUES, J. M. .; FONSECA, V. R. de C. D. .; MACEDO FILHO, E. D. de . Indicadores preditivos dos volumes das secreções para a decanulação de pacientes em unidade de terapia intensiva . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 13, p. e559101321517, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i13.21517. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/21517. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde