Exposição a agrotóxicos e desenvolvimento de cânceres hematológicos: um estudo caso-controle
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22160Palavras-chave:
Exposição ocupacional; Neoplasias hematológicas; Pesticidas; Toxicologia.; ToxicologiaResumo
Objetivou-se neste estudo analisar a associação entre a exposição crônica a agrotóxicos e o desenvolvimento de cânceres hematológicos em uma região de intensa atividade agrícola. Este é um estudo caso-controle de base hospitalar. Aspectos socioeconômicos, demográficos, ocupacionais e relacionados à saúde dos pacientes foram investigados. A razão de chances (OR) univariada dos casos foi verificada por meio de análise de regressão logística. Na análise multivariada, as variáveis relevantes no modelo foram mantidas (p = 0,05). Houve predomínio do sexo masculino nos grupos caso (54,0%) e controle (53,0%). A média de idade foi de 58,8 ± 14,5 anos no grupo caso e 55,6 ± 12,9 anos no grupo controle. Verificou-se que 38,7% dos casos eram agricultores, e que o contato por mais de cinco anos com agrotóxicos aumenta em 2,19 vezes as chances de desenvolver câncer hematológico (OR = 2,19; IC95% 1,19 - 4,06). Verificou-se também que quanto maior a renda familiar, menores são as chances de surgimento dessas neoplasias (OR = 0,26; IC95% 0,11 - 0,65). Além disso, os pacientes que não tinham histórico familiar de câncer tiveram 96% menos probabilidade (OR = 0,04; IC95% 0,02 - 0,08) de desenvolver a doença. A exposição crônica a agrotóxicos, o histórico familiar de câncer e o nível socioeconômico estão associados a maiores chances de desenvolver neoplasias hematológicas. Os trabalhadores rurais expostos a essas substâncias por períodos superiores a cinco anos são mais vulneráveis.
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