Conhecimento de acadêmicos de Medicina e recém-formados sobre intubação orotraqueal: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22299Palavras-chave:
Intubação; Educação Médica; Competência Clínica; Medicina.Resumo
A Intubação Orotraqueal (IOT) é um procedimento indicado quando há necessidade do controle definitivo da via aérea. Como a IOT é realizada em situações de emergência, como em paradas cardíacas, existem poucas contraindicações ao procedimento, sendo uma das principais a transecção parcial de traqueia. A chance de sucesso na realização da IOT por estudantes de medicina aumenta em 9% a cada tentativa (OR 1.09; IC 95% 1.04 – 1.14) sendo necessárias no mínimo 17 tentativas de IOT para ter 90% de sucesso no procedimento. Dessa forma, o objetivo deste estudo transversal é avaliar o conhecimento de estudantes de medicina sobre intubação orotraqueal. Observou-se que mais do que 90% dos respondentes referiram ter conhecimento do por que é realizada IOT, contudo apenas 67,1% e 53,2% sabem as indicações e as contraindicações para realização de IOT, respectivamente. 92,4% dos participantes referiram ter conhecimento da classificação de Mallampati, contudo 82,3% relataram saber reconhecer uma via aérea difícil de intubar. Verificou-se que médicos recém-formados ou estudantes no internato referem ter mais conhecimento sobre o motivo que leva a realização da IOT (p=0,04), materiais necessários na IOT (p=0,04), classificação de Mallampati (p<0,01) e reconhecimento de via aérea difícil de intubar (p=0,04) na comparação com acadêmicos cursando ciclo básico ou clínico. Embora seja um estudo limitado por sua metodologia transversal, pode-se observar algumas lacunas no conhecimento, por exemplo apenas 59,5% dos participantes referiram saber as complicações que podem ser causadas pela IOT.
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