Aproveitamento energético a partir da gaseificação de resíduos do cultivo de milho (Zea mays) após três anos em estoque
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22672Palavras-chave:
Biomassa; Syngas; Energia renovável; Processo termoquímico.Resumo
O consumo de combustíveis tem sido muito elevado durante as últimas décadas, como consequência ocasionou-se um grave problema ambiental: o efeito estufa. Vários estudos estão sendo realizados a fim de se encontrar soluções. Outra grande adversidade está na grande quantidade de resíduos gerados na agricultura, cuja disposição final em boa parte não é sustentável tampouco lucrativa. O milho está entre os cereais mais produzidos no planeta, gerando uma quantidade ainda maior de resíduos. A cada tonelada de grão de milho coletado são produzidos cerca 1,4 toneladas de resíduos. Só no Brasil são mais de 100 milhões de tonelada por ano. Neste trabalho, os resíduos da cadeia produtiva do milho, sendo esses a folha, a palha e o colmo, foram utilizados após três anos em estoque para realizar a caracterização in natura. Foi realizada uma pré-secagem para análises posterior. As biomassas ficaram em estoque durante três anos. Após o período foram efetuadas a gaseificação, processo esse de conversão de biomassa em gás com propriedades combustíveis, syngas, utilizando diferentes parâmetros de temperatura (700 °C, 800 °C, 900 °C) e tempo de residência (três, quatro e cinco minutos). Nos gases combustíveis produzidos foram analisados suas características individuais além de sua efetividade energética. O poder calorífico inferior do colmo, folha e palha são respectivamente 16,39 MJ.kg-1, 16,01 MJ.kg-1e 16,40 MJ.kg-1. Os maiores valores do poder calorífico inferior dos gases obtidos na análise do colmo, folha e palha foram respectivamente 4,99 MJ. Nm-3, 6,62 MJ.Nm-3, 4,97 MJ.Nm-3.
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