Atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem no contexto do HIV/AIDS no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22751

Palavras-chave:

Serviços de Enfermagem; HIV; Serviços de Saúde; Saúde Pública; Enfermagem.

Resumo

Objetivo: Descrever as ações desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem nos serviços de atendimento às pessoas vivendo com HIV. Metodologia: Estudo de campo transversal, quantitativo, baseado nas atribuições da equipe de enfermagem no Programa de Atenção ao HIV/aids do Brasil. Foram estudadas 12 cidades nas cinco regiões geográficas brasileiras. Realizou-se a coleta de dados com 54 gestores de unidades de saúde, por meio de questionário estandardizado. As variáveis analisadas foram as atividades e os profissionais responsáveis pela realização das ações de atenção às pessoas vivendo com HIV. Resultados: Das 54 instituições estudadas, 18,5% estão na região norte, 16,7% nordeste, 14,8% centro-oeste, 46,3% sudeste e 3,7% sul. Entre as atividades atribuídas à equipe de enfermagem, os enfermeiros foram mencionados como responsáveis pelas atividades de aconselhamento individual e coletivo (77,9 e 73,4%), oferta de exame anti-HIV (74,5%), consulta de enfermagem (95,1%), primeira consulta ao cliente com HIV (88,5%) e atendimento domiciliar (84,6%). Observou-se que os atendimentos psicológico e social foram apontados como atividade própria dos enfermeiros, apesar de serem da competência de outros profissionais; além de ações exclusivas do enfermeiro sendo atribuídas aos técnicos e auxiliares de enfermagem, como a consulta de enfermagem. Conclusão: A maior parte das ações realizadas nos serviços foi associada ao enfermeiro. Essa associação demonstra o reconhecimento da importância desse profissional pelos gestores, mas também pouca clareza sobre as atribuições da equipe de enfermagem revelando uma fragilidade gerencial das equipes de saúde.

Referências

Abrão, F. M. S., Angelim, R.C. M., Cardoso, M. D., Queiroz, S. B. A., Freitas, R. M. M., & Oliveira, D. C. (2014) Características estruturais e organizacionais de serviços de assistência especializada em HIV/aids na cidade de Recife, Brasil. Rev baiana saúde pública; 38(1),140-154.

Alonso, C. M. C., Beguin, P. D., & Duarte, F. J. C. M. (2018). Trabalho dos agentes comunitários de saúde na Estratégia Saúde da Família: metassíntese. Revista de Saúde Pública, 52(14),1-13.

Brasil. (1986). Lei 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde (1999a). Coordenação Nacional de DST e aids. Política Nacional de DST/aids: princípios e diretrizes. Brasília

Brasil. Ministério da Saúde (1999b). Coordenação Nacional de DST/ aids. A Resposta Brasileira ao HIV/ aids: Experiências Exemplares. Brasília

Brasil. Ministério da Saúde. (2008a). Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Contribuição dos centros de testagem e aconselhamento para universalizar o diagnóstico e garantir a equidade no acesso aos serviços. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde (2008b). Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de prevenção das DST/HIV/AIDS em comunidades populares. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Portaria Conjunta número 1 de 16 de janeiro de 2013. Altera na Tabela de Serviço Especializado no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o Serviço 106 - Serviço de Atenção a DST/HIV/Aids, e institui o Regulamento de Serviços de Atenção às DST/HIV/Aids, que define suas modalidades, classificação, organização das estruturas e o funcionamento. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde. (2017a). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Caderno de Boas Práticas em HIV/aids na Atenção Básica. Brasília. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2014/caderno-de-boas-praticas-em-hivaids-na-atencao-basica.

Brasil. Ministério da Saúde. (2017b). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico HIV Aids 2017. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde. (2017c). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Diretrizes para organização do CTA no âmbito da Prevenção Combinada e nas Redes de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. (2017d). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde. (2018). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças. Brasília.

Brasil. Ministério da Saúde. (2020, dez) Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/aids, número especial, dez 2020.

Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, Coordenação do Programa Estadual DST/Aids-SP, Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. (2009). Recomendações para o funcionamento dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do estado de São Paulo. Rev Saúde Pública, 43(2), 383-386.

Ferreira Neto, J. L., Oliveira, G. L, Viana, N. O, & Duarte, L. G. M. F (2016). Integralidade, condições de oferta de serviços e processo de trabalho de Equipes de Saúde da Família em Belo Horizonte. Saúde Debate, 40(111),179-92.

Formozo, G. A., & Oliveira, D. C. (2010) Representações sociais do cuidado prestado aos pacientes soropositivos ao HIV. Rev Bras Enferm. 2010; 6(3), 230-7.

Gomes, A. M. T, Thiengo, P. C. S., Anunciação, C. T, Oliveira, D. C, & Kestenberg, C. C. F. (2011). Representações sociais das atividades da enfermagem junto aos pacientes soropositivos: caracterizando ações e atores sociais. Rev Eletr Enf, 13(1):16-23.

Goulart E. P., Moura, A. T. M. S., Rafael, R. M. R., Edmundo, K. M. B., & Penna, L. H. G. (2021). Visita domiciliar pela Estratégia Saúde da Família: limites e possibilidades no contexto da violência urbana no Rio de Janeiro. Rev Bras Med Fam Comunidade,16(43), 2651

Guilherme, J. A., Yamaguchi, M. U. & Massuda, E. M. (2019). Satisfação dos portadores de HIV/AIDS com o serviço de assistência especializada. Revista Mineira de Enfermagem, 23(e-1213).

Kebian, L. V. A, & Acioli, S. (2014). A visita domiciliar de enfermeiros e agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família. Revista Eletrônica de Enfermagem, 16(1),161-9.

Macedo, S. M; Sena, M. C. S & Miranda, K. C. L. (2013). Consulta de enfermagem ao paciente com HIV: perspectivas e desafios sob a ótica de enfermeiros. Rev Bras Enferm; 66(2), 196-201.

Nemes, M. I. B., Caraciolo, J. M. M., Santos, M. A., Alves, A. M., Yokaichiya, C. M., Prado, R. R, Vale, F. C, & Basso, C. R. (2011). Avaliação da qualidade dos serviços ambulatoriais do SUS que assistem adultos vivendo com HIV/Aids no Brasil. (Relatório da Aplicação de 2010 e Comparação com o resultado de 2007). Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. São Paulo.

Oliveira, D. C., Gomes, A. M. T., Marques, S. C., Penna, L. H. G., Sá, C. P., Wolter, R. M. C. P, & Strasburg, A. (2009). As Transformações do Cuidado de Saúde e Enfermagem em Tempos de AIDS: estrutura ambulatorial, representações sociais e memórias de enfermeiros e profissionais de saúde no Brasil. Projeto de Pesquisa. Rio de Janeiro.

Oliveira, S. K. P., Queiroz, A. P. O., Matos, D. P. M., Moura, A.F., & Lima, F. E. T., (2012). Temas abordados na consulta de enfermagem: revisão integrativa da literatura. Rev. Bras. Enferm., 65(1), 155-161.

Pereira, F. W., Fonseca, A. D., Oliveira, D. C., Fernandes, G. F. M & Marques, S. C. (2015). Transformação das práticas profissionais de cuidado diante da AIDS: representações sociais dos profissionais de saúde. Rev enferm UERJ, 23(4), 455-460.

Ribeiro, E.D.S., Cavalcante, L. P. A., Durans, K. C. N., Leite, A. M., Miranda, A. M. C., Barbosa, E. M. R., Sousa, H. F., & Batista, M. C. A. (2021) Diagnósticos e intervenções de Enfermagem acerca da qualidade de vida da pessoa que vive com HIV: revisão integrativa. Research, Society and Development, 10(10). https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18935/16852

Shimizu, H. E. (2021) Representações sociais acerca do HIV/AIDS e a gestão de riscos em tempos de cronificação da doença. Research, Society and Development, 10(10). e257101018357.https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18357/16800

Soranz, D., Pinto, L. F, & Penna, G. O. (2016). Eixos e a Reforma dos Cuidados em Atenção Primária em Saúde (RCAPS) na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 21(5), 1327-38.

Teixeira, E & Oliveira, D. C. (2014) Representações sociais de educação em saúde em tempos de AIDS. Rev Bras Enferm, 67(5), 810-817.

Villarinho, M. V., Padilha, M. I., Berardinelli, L. M. M., Borenstein, M. S., Meirelles, B. H. & SAndrade, S. R. (2013). Políticas públicas de saúde face a epidemia da aids e a assistência as pessoas com a doença. Rev Bras Enferm; 66(2), 271-277.

Downloads

Publicado

01/12/2021

Como Citar

OLIVEIRA, D. C. de .; MARQUES, S. C. .; SPINDOLA, T. .; TEIXEIRA, E.; CECILIO, H. P. M. .; MACHADO, Y. Y. .; DOMINGUES, J. P. .; STEFAISK , R. L. M. .; SOUZA, C. L. A. de .; SENA, H. F. de .; SILVA, K. P. da .; CASTRO, S. da S. . Atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem no contexto do HIV/AIDS no Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e471101522751, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.22751. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22751. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde