A influência da exposição a Agrotóxicos para o desenvolvimento da depressão: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23166Palavras-chave:
Defensivos agrícolas; Agrotóxico; Depressão; Psicopatologia.Resumo
O crescimento da população mundial tem aumentado a demanda por alimentos e exigido a produção alimentícia em grande escala através do emprego de inúmeras práticas agrícolas, como o uso de agrotóxicos na lavoura visando eliminar pragas e garantir a produtividade. Entretanto, as consequências do uso desses produtos e suas repercussões à saúde humana tem sido alvo de discussão no meio acadêmico. Objetivo: identificar os impactos dos agrotóxicos à saúde mental. Metodologia: trata-se de um estudo com abordagem descritivo-analítico-reflexiva. Foram selecionados estudos publicados entre os anos de 2011 e 2020, selecionados através dos bancos de dados: National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library (SciELO). Foram empregados os descritores em língua inglesa e português: Agrotóxico OR Agrochemicals AND Depressão OR Depression AND “Água Potável” OR “Drinking Water” AND/OR Alimentos OR Food. Critérios de inclusão: artigos científicos com Qualis Capes em Saúde Coletiva acima de B3; trabalhos de conclusão de curso a nível de mestrado e doutorado. Resultados: Foram selecionados onze estudos que apontaram uma relação de causa-efeito entre a exposição humana aos agrotóxicos e os prejuízos à saúde mental, como: depressão, declínio cognitivo, ansiedade, fadiga, desequilíbrio emocional. Conclusão: Estudos apontam que o uso de defensivos agrícolas tem afetado a saúde humana. Evidencia-se a importância da conscientização do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e descarte correto das embalagens destes produtos. Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas que apontem estratégias agrícolas mais sustentáveis em substituição aos pesticidas químicos, como o uso de biopesticidas.
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