Quantificação de lactose em leite UHT por cromatografia líquida de alta eficiência e crioscopia (depressão do ponto de congelamento)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23224Palavras-chave:
Leite; β-galactosidase; Zero Lactose; Má digestão de lactose.Resumo
Devido ao grande número de pessoas com má digestão de lactose, as indústrias de laticínios aumentaram a produção e a diversidade de alimentos com baixo teor de lactose e sem lactose. Consequentemente, a necessidade de controlar o processo de hidrólise da lactose também aumentou. Este estudo teve como objetivo correlacionar depressão de ponto de congelamento (crioscopia) e concentração de lactose, quantificada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), em leite UHT. Para isso, amostras de leite UHT foram submetidas a sete tratamentos de hidrólise da lactose, utilizando a enzima lactase, resultando em diferentes concentrações de lactose. As amostras foram submetidas a análises de CLAE e determinação de ponto de congelamento, utilizando um crioscópio. Os resultados foram plotados em um gráfico e uma regressão linear foi realizada. Houve uma forte correlação entre concentração de lactose e ponto de congelamento (R = 0,9973) e o coeficiente de determinação (R2) foi de 0,9946, o que significa que 99,46% da variabilidade dos dados de resposta são explicados pelo modelo da regressão linear. Portanto, os resultados apontam para a viabilidade de estimar a concentração de lactose no leite durante o processo de hidrólise para produção de leite com baixo teor de lactose, por meio da crioscopia, uma análise rápida, com menor custo em relação à análise de CLAE e que já se encontra entre as análises comumente realizadas em indústrias de laticínios.
Referências
Association of Official Analytical Chemists. (2003). Taurine in powdered milk and powdered infant formulae method, method nº 997.05. In W. Horowitz (Ed.). Official methods of analysis of AOAC International (17th ed.).
Brasil. (2017). Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Resolução da diretoria colegiada – RDS nº 135, de 8 de fevereiro de 2017. Altera a Portaria SVS/MS nº 29, de 13 de janeiro de 1998, que aprova o regulamento técnico referente a alimentos para fins especiais, para dispor sobre os alimentos para dietas com restrição de lactose. Diário Oficial da União nº 29, February, 9, 2017.
Brasil. (2018). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Instrução Normativa nº 76, de 26 de novembro de 2018. Ficam aprovados os Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A, na forma desta Instrução Normativa e do Anexo Único. Diário Oficial da União nº 230, section 1, page 9, November, 30, 2018.
Cataldi, T. R. I., Angelotti, M. & Bianco, G. (2003). Determination of mono- and disaccharides in milk and milk products by high-performance anion-exchange chromatography with pulsed amperometric detection. Analytica Chimica Acta, 485, 43-49. 10.1016/S0003-2670(03)00405-7
Chávez-Servín, J. L., Castellote, A. I. & López-Sabater, M. C. (2004). Analysis of mono- and disaccharides in milk-based formulae by high-performance liquid chromatography with refractive index detection. Journal of Chromatography A, 1043, 211-215. 10.1016/j.chroma.2004.06.002
Churakova, E., Peri, K., Vis, J. S., Smith, D. W., Beam, J. M., Vijverberg, M. P., Stor, M. C. & Winter, R. T. (2019). Accurate analysis of residual lactose in low-lactose milk: Comparing a variety of analytical techniques. International Dairy Journal, 96, 126-131. https://doi.org/10.1016/j.idairyj.2019.02.020
Costa, A., Visentin, G., Marchi, M., Cassandro, M. & Penasa, M. (2019a). Genetic relationships of lactose and freezing point with minerals and coagulation traits predicted from milk mid-infrared spectra in Holstein cows. Journal of Dairy Science, 102, 7217-7225. 10.3168/jds.2018-15378
Costa, A., Lopez-Villalobos, N., Visentin, G., Marchi, M., Cassandro, M. & Penasa, M. (2019b). Heritability and repeatability of milk lactose and its relationships with traditional milk traits, somatic cell score and freezing point in Holstein cows. Animal, 13, 909-916. 10.1017/S1751731118002094
European Food Safety Authority. (2010). Scientific Opinion on lactose thresholds in lactose intolerance and galactosaemia. EFSA Journal, 8 (9):1777. 10.2903/j.efsa.2010.1777
Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2020). Milk facts. http://www.fao.org/resources/infographics/infographics-details/en/c/273893/.
Fox, P. F. (2011). Milk | Bovine Milk. In Fuquay, J. W (Ed.). Encyclopedia of Dairy Sciences (p. 478-483). Academic Press. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-374407-4.00312-5
Hanuš, O., Tomáška, M., Hofericová, M., Vyletělová-Klimešová, M., Klapáčová, L., Jedelská, R. & Kološta, M. (2015). Relationship between freezing point and raw ewes’ milk components as a possible tool for estimation of milk adulteration with added water. Journal of Food and Nutrition Research, 54, 281-288.
Ingram, C. J. E., Mulcare, C. A., Itan, Y., Thomas, M. G. & Swallow, D. M. (2009). Lactose digestion and the evolutionary genetics of lactase persistence. Human Genetics, 124, 579-591. 10.1007/s00439-008-0593-6
Lule, V. K., Garg, S., Tomar, S. K., Khedkar, C. D. & Nalage, D. N. (2016). Food Intolerance: Lactose Intolerance. In Caballero, B., Finglas, P. M & Toldrá, F. (Eds.). Encyclopedia of Food and Health (p. 43-48). 10.1016/B978-0-12-384947-2.00312-3.
Mangan, D., McCleary, B. V., Culleton, H., Cornaggia, C., Ivory, R., McKie, V. A., Delaney, E. & Kargelis, T. (2018). A novel enzymatic method for the measurement of lactose in lactose-free products. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 99, 947-956. 10.1002/jsfa.9317.
Mckinley, M. C. (2005). The nutrition and health benefits of yoghurt. International Journal of Dairy Technology, 58, 1-12. 10.1111/j.1471-0307.2005.00180.x.
National Center of Public Health Protection. (2006). Food based dietary guidelines for adults in Bulgaria. http://ncpha.government.bg/files/hranene-en.pdf.
Neves, L. N. O. & Oliveira, M. A. L. (2020). Quantification of lactose and lactulose in hydrolysed-lactose UHT milk using capillary zone electrophoresis. International Dairy Journal, 106, 104710. 10.1016/j.idairyj.2020.104710
Ordóñez, J. A. (2005). Tecnologia de Alimentos: Alimentos de origem animal, 2. Artmed.
Silva, L. C. A., Lafetá, J. A. Q., Jr., Leite, M. O., Fontes, E. A. F. & Coimbra, J. S. R. (2020). Comparative appraisal of HPLC, Chloramine-T and Lane-Eynon methods for quantification of carbohydrates in concentrated dairy products. International Journal of Dairy Technology, 73, 795-800. 10.1111/1471-0307.12710
Tomar, B. S. (2014). Lactose Intolerance and Other Disaccharidase Deficiency. The Indian Journal of Pediatrics, 81, 876-880. 10.1007/s12098-0146-2
Trevisan, A. P. (2008). Influências de diferentes concentrações de enzimas lactase e temperaturas sobre a hidrólise da lactose em leite pasteurizado [Master’s dissertation, Federal University of Santa Maria]. Manancial - Repositório Digital da UFSM. https://repositorio.ufsm.br/handle/1/5654
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cleiver Júnio Martins Costa; Camila Alves Moreira; Ricardo Corrêa de Santana; Amado Jésus Silva; Juliana Karla de Souza Teixeira Almeida; Milla Gabriela dos Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.