Tecendo sobre o vestibular seriado: desafios e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23284Palavras-chave:
Vestibular seriado; Ensino superior; Desigualdades.Resumo
O Brasil possui diferenças significativas em relação às desigualdades educacionais. Somente 18,1% dos jovens cursam o ensino superior e a maioria dos estudantes que ingressam em um curso de graduação pertence a famílias de renda acima de 5 salários-mínimos. Mesmo com tendo políticas de cotas, percebemos que as desigualdades de acesso e permanência no ensino superior não foram superadas. O método de acesso ao ensino superior é reconhecido como um dos instrumentos que favorecem a desigualdade, na medida em que estudantes pobres e ricos são avaliados a partir dos mesmos critérios, mas possuem oportunidades de acesso ao conhecimento que são distintas e desiguais. O objetivo geral do presente estudo foi discutir os efeitos do vestibular seriado na democratização do ingresso ao ensino superior. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura. Os resultados indicam que métodos de vestibular seriado existem em algumas instituições de ensino superior no Brasil desde a década de 1980 e contribuem com o aumento das desigualdades socioeducacionais. Experiências de ingresso automático no ensino superior, como no caso da Argentina, contribuem com o aumento do número de estudantes de classes menos favorecidas ingressantes em cursos de graduação, embora não assegure a permanência. Conclui-se que a proposta de vestibular seriado efetiva um projeto de aumento das desigualdades e exclusão dos estudantes mais pobres do ensino superior.
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