Perfil de colonização e a resistência microbiológica em pacientes de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no município de Anápolis - GO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23853

Palavras-chave:

Colonização; Bactérias multirresistentes; Antimicrobianos; Terapia intensiva.

Resumo

Uma das maiores preocupações mundiais da saúde na atualidade é a resistência microbiana aos antibióticos, que contribuem para o aumento da taxa de mortalidade, da permanência em instituição de saúde e favorecem o processo de colonização. Dessa forma, conceitua-se colonização como a presença de microrganismos na microbiota humana (intestino, boca, nariz e pele) que não causam doença, nem sintomas e podem desencadear os mais variados mecanismos de resistência, sejam intrínsecos ou extrínsecos. Alguns desses microrganismos são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo humano, porém o desequilíbrio dessa microbiota pode resultar em complicações como as infecções. Teve como objetivo avaliar o perfil microbiológico de microrganismos multirresistentes na colonização de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em hospital no município de Anápolis (GO). Este estudo foi uma pesquisa documental, retrospectiva, descritiva e transversal e a coleta de dados foi realizada a partir da análise de prontuários dos pacientes colonizados, identificando quando ocorreram as colonizações por tais microrganismos, entre os anos de 2017 e 2019. Como resultados observou-se um índice de colonização de 6% da amostra estudada, sendo que 67% desta teve como incidência a Klebsiella sp. Foram identificados vários fatores que contribuem para o desenvolvimento de colonização e de resistência bacteriana, dentre eles prevalência de idosos (74,28%), uso de dispositivos invasivos (100%), tempo de uso de antibiótico maior que 7 dias (42,4%) e tempo de internação maior que 48h (95,17%). Concluiu-se, então, que os pacientes do presente estudo foram submetidos a condições de risco, como retratadas pela literatura estudada, para colonização e resistência bacteriana. Além disso, a bactéria de maior prevalência na UTI estudada foi a Klebsiella sp, em consonâncias com os estudos analisados.

Referências

Arabancia F. et al (2000). Antimicrobial treatment failures in patients with community-acquired pneumonia: causes and prognostic implications. American Journal Of Respiratory And Critical Care Medicine, 162 (1), 154-60.

Araújo, P.L. et al (2018). Prevalence of health assistance infection in patients hospitalized in intensive therapy unit. Revista eletrônica trimestral de enfermaría, (52), 291-303.

Aycan, I.O. et al (2015). Colonização bacteriana por aumento da carga de trabalho da equipe de enfermagem em unidade de terapia intensive. Revista Brasileira deAnestesiologia, 65 (3), 180-185.

Dani, A. (2014). Colonization ad infection. Central European Journal Of Urology, 67, 86-87.

Figueiredo, E.A.P. et al (2007). Pseudomonas aeruginosa: freqüência de resistência a múltiplos fármacos e resistência cruzada entre antimicrobianos no Recife/PE. Revista Brasileira de Terapia intensiva, 19 (4), 421-427.

Francarolli I.F.L.; Oliveira A.S. & Marziale M.H.P. (2017). Colonização bacteriana e resistência antimicrobiana em trabalhadores de saúde: revisão integrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 30 (6), 651-657.

Furuno, J.P. et al (2004). Prediction rules to identify patients with methicillin-resistant Staphylococcus aureus and vancomycin-resistant enterococci upon hospital admission. American Journal of Infection Control, 32 (8), 436-440.

Grinbaum, R.S. et al (2013). Infecção ou colonização por micro-organismos resistentes: identificação de preditores. Acta Paulista de Enfermagem, 26 (2), 185-191.

Johnson, J. K. et al (2017). Carbapenem MICs in Escherichia coli and Klebsiella species producing extended-spectrum beta-lactamase in critical care patients from 2001 to 2009. American Society for Microbiology, 61 (4), 1-9.

Joo, E.J. et al (2011). Clinical preditos of Pseudomonas aeruginosa bacteremia among Gram-negative bacterial infections in non-neutropenic patients with solid tumor. Journal of Infection, 63 (3), 207-214.

Kabak, E. et al (2019). The utility of endotracheal aspirate bacteriology in identifying mechanically ventilated patients at risk for ventilator associated pneumonia: a single-center prospective observational study. BMC Infectious Diseases, 19 (756), 1-13.

Kantele, A. et al (2017). Patients hospitalized abroad as importers of multiresistant bacteria – a cross-sectional study. Clinical Microbiology and Infection, 23, 1-8.

Kim, Y.J. et al (2012). Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii: diversity of resistence mechanisms and risk factors for infection. Epidemiology and Infection, 140 (1), 137-145.

Lee, C.E.; Zembower T.R. & Fotis M.A. (2000). The Incidence of Antimicrobial Allergies in Hospitalized Patients Implications Regarding Prescribing Patterns and Emerging Bacterial Resistance. Archives of Internal Medicine, 160 (18), 2819-2822

Lee, S.O. et al (2004). Risk Factors for Acquisition of Imipenem-Resistant Acinetobacter baumannii: A Case-Control Study. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 48 (1), 224-228.

Lim J.U.; Hong S.W.& Ko J.H. (2019). Efficacy of inhaled ciprofloxacin agents for the treatment of bronchiectasis: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Therapeutic Advances in Respiratory Disease, 13, 1-11.

Moraes, G.M. et al (2013). Infecção ou colonização por micro-organismos resistentes: identificação de preditores. Acta Paulista de Enfermagem, 26 (2), 185-191.

Mota, F.S. et al (2018). Perfil e prevalência de resistência aos antimicrobianos de bactérias Gram-negativas isoladas de pacientes de uma unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 50 (3), 270-277.

Neves, F.C. et al (2016). Clinical and microbiological characteristics of OXA-23- and OXA-143-producing Acinetobacter baumannii in ICU patients at a teaching hospital, Brazil. Brazilian Journal of Infectious Diseases, 20 (6) 556-563.

Oliveira, A.C. et al (2012a). Colonization by resistant micro-organism and infection related to health care. Acta Paulista de Enfermagem. 25 (2), 183-189.

Oliveira, A.C. et al (2017b). Perfil dos microrganismos associados à colonização e infecção em Terapia Intensiva. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, 7 (2), 101-106.

Oliveira, A.C. et al (2010c). Resistência bacteriana e mortalidade em um centro de terapia intensiva. Latino Americano Enfermagem, 18 (6), 1-10.

Reis, A.C.C. et al (2016). Ciprofloxacin resistance pattern among bacteria isolated from patients with community-acquired urinary tract infection. Revista Do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 58 (53).

Rodrigues, T.S. et al (2018). Resistência bacteriana à antibióticos na Unidade de Terapia Intensiva: Revisão Integrativa. Revista Prevenção de Infecção e Saúde, 4 (7350) 1-17.

Safdar N. & Maki D.G. 2002. The commonality of risk factors for nosocomial colonization and infection with antimicrobial-resistant S. aureus, Enterococcus, Gram-Negative Bacilli, Clostridium difficile, and Candida. Annals of Internal Medicine, 136, 834-44.

Scarcella A.C.A.; Scarcella A.S.A. & Beretta L.R.Z. (2017). Infecção relacionada à assistência à saúde associada a Acinetobacter baumannii: revisão de literatura. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 49 (1), 18-21.

Schwaber, M.J. et al (2008). Predictors of Carbapenem-Resistant Klebsiella pneumoniae Acquisition among Hospitalized Adults and Effect of Acquisition on Mortality. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 52 (3), 1028-1033.

Silva C.D.R. & Silva J.M. (2015). Strategies for appropriate antibiotic use in intensive care unit. Einstein, 13 (3), 448 – 453.

Sousa A.B.A. & Ramalho F.L. (2020). Prevalence of nosocomial infections caused by Klebsiella pneumonie carbapenemase (KPC) in hospitalized patients. Brazilian Journal of health review, 3 (2), 1915-1932.

Tacconelli, E. et al (2004). Preventing the Influx of Vancomycin-Resistant Enterococci into Health Care Institutions, by Use of a Simple Validated Prediction Rule. Clinical Infectious Diseases, 39, (7), 964-970

Tamma, P.D. et al (2019). Association of 30-Day MortalityWith Oral Step-Down vs Continued Intravenous Therapy in Patients Hospitalized With Enterobacteriaceae Bacteremia. JAMA Internal Medicine, 179, (3), 316-323.

Veloso, J.O. et al (2019). Methicilin-resistant and vancomycin-intermediate Staphylococcus aureus colonizing patients and intensive care unit environment: virulent a profile and genetic variability. Journal of Pathology, Microbiology and Immunology, 127, 717-726.

Vieira, A.M. et al. Characteristics os deaths oh hospitalized patients in Intensive Care Unit of a tertiary hospital (2019). Journal of health e biological sciences, 7 (1), 26-31.

WHO – World Health Organization (2014). Antimicrobial resistance: global report on surveillance.

WHO – World Health Organization (2017). Global priority list of antibiotic-resistant bacteria to guide research, discovery, and development of new antibiotics

WHO – World Health Organization (2018). WHO Report on Surveillance of Antibiotic Consumption.

Downloads

Publicado

19/12/2021

Como Citar

GABRIEL, A. C. G. .; PINHEIRO, D. H. P. .; FERNANDES, L. M. S. .; WIND, M. M. .; FERREIRA, V. R. .; PEREIRA, M. S. Perfil de colonização e a resistência microbiológica em pacientes de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no município de Anápolis - GO . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e588101623853, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.23853. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23853. Acesso em: 4 out. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde