O olhar do estudante médico em relação ao parto humanizado em maternidade mageense: aprendizado e Merleau-Ponty
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.2393Palavras-chave:
Educação médica; Merleau-Ponty; Percepção; Educação Médica Continuada.Resumo
O objetivo do estudo foi captar a percepção dos estudantes de medicina em relação ao parto em unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde com foco na humanização de sua práxis na cidade de Magé/Rio de Janeiro, onde é incipiente a implementação da Política Nacional de Humanização. O referencial filosófico teve embasamento em Maurice Merleau-Ponty. Foi estudo qualitativo em que, por meio de entrevista apoiada na fenomenologia com dezoito estudantes de medicina, em sala apropriada durante o horário do estágio não curricular dos mesmos, foram transcritos seus relatos e assim, se fez possível a reflexão da vivência dos mesmos em relação ao aprendizado do parto normal ou cesáreo. Após a aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa específico (parecer número 2.872.462), realizou-se a entrevista fenomenológica. Os estudantes colocaram a qualidade de aprendizado do parto normal no referido estabelecimento de saúde como satisfatória, entretanto, apontaram a dificuldade de se colocar, em prática, a humanização, diante da alta demanda de atendimentos na instituição de saúde em estudo. A análise da percepção do outrem reencontra a dificuldade que o mundo cultural suscita, conforme Merleau-Ponty, e assim se observa, por vezes, um lapso na formação de parte dos entrevistados, no tocante à construção da empatia, como elemento do humanizar. Depreende-se que a melhora do ensino médico prático em Obstetrícia deve envolver, não somente conhecimento teórico, como também a compreensão do contexto sociocultural das gestantes e aspectos de gestão de recursos e política, capazes de impactar o cuidado integral da gestante e formação do médico. A fenomenologia em Merleau- Ponty, ao suscitar a consciência que não se dissocia do corpo e o olhar sob diferentes ângulos de cada participante, que se fizeram singulares, leva à conclusão da complexidade do aprendizado prático na medicina humana, não podendo a prática em obstetrícia destoar da humanização.
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