Presença de fármacos e hormônios na água: uma análise cienciométrica
DOI:
https://doi.org/10.17648/rsd-v7i6.240Palavras-chave:
Micropoluentes emergentes; Qualidade da água; Saneamento ambiental.Resumo
Dentre as formas de degradação das águas, nota-se um aumento do interesse acerca de certas substâncias, potencialmente tóxicas, como hormônios naturais e sintéticos, produtos de higiene pessoal, fármacos e pesticidas, denominadas micropoluentes. Neste contexto, esta pesquisa objetivou avaliar a evolução espaço-temporal dos trabalhos científicos que abordam a presença de fármacos e hormônios em efluentes de Estação de Tratamento de Esgotos e mananciais de abastecimento de água. Para isso, utilizou-se como amostra 317 artigos, selecionados no banco de dados Web of Science, publicados entre os anos de 1998 e 2016, a partir da técnica de amostragem probabilística aleatória simples por sorteio. Notou-se um aumento do número de publicações a partir do ano 2000 que, entretanto, não se manteve crescente até o ano de 2016. Dentre as revistas analisadas, aquelas da área ambiental apresentaram maior número de artigos relacionados aos micropoluentes emergentes, sendo que os Estados Unidos da América (EUA) correspondem ao país com maior número de publicações (28%). As substâncias farmacológicas mais citadas foram a carbamazepina e o paracetamol ou acetaminofeno, já aquelas com efeitos hormonais foram o bisfenol-A e o nonilfenol. As tecnologias que se destacaram na remoção de micropoluentes correspondem à oxidação, tratamento por membranas e ultravioleta. Ressalta-se que para monitorar a presença de fármacos e hormônios nos recursos hídricos mostram-se necessárias a formulação e a implantação de leis que visem estabelecer parâmetros destes poluentes, além de incentivar pesquisas para identificar os efeitos que estes causam nos ecossistemas aquáticos e na saúde humana.
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