Análise de discrepância nas prescrições dos pacientes admitidos no Centro Cirúrgico de um Hospital Público de Urgência
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i17.24205Palavras-chave:
Reconciliação de Medicamentos; Centro Cirúrgico; Polimedicação; Segurança do paciente.Resumo
A reconciliação medicamentosa tem forte impacto na prevenção de eventos adversos e equívocos relacionados aos medicamentos. O objetivo do estudo foi observar a ocorrência de divergências na farmacoterapia de pacientes cirúrgicos. Considerou-se pacientes polimedicados, aqueles que utilizavam três ou mais medicamentos. As fontes utilizadas foram o próprio paciente, seu acompanhante, os medicamentos em uso domiciliar levados ao hospital e a consulta ao prontuário. As discrepâncias eram consideradas como qualquer mudança não intencional entre os fármacos usados previamente a admissão e os medicamentos prescritos após a intervenção cirúrgica, podendo ser: omissão de medicamentos, diferenciação nas doses, divergências na frequência/horário de administração, interação medicamentosa e duplicidade terapêutica. Os dados coletados foram tabulados e estudados. Durante o trabalho, 422 pacientes deram entrada no internamento pós-cirúrgico. O maior motivo de internação foi amputação de membro inferior ou superior (41,3%); a média de fármacos usadas no domicílio foi 4,7. Um total de 444 discrepâncias foi levantado e a média por paciente foi de 5,5. As mais relevantes foram interação, equivalendo a 53,4% (n=237) de todas as discrepâncias identificadas, depois foi a omissão sendo 25,7% (n=114). Das 106 intervenções somente 15 foram aceitas. As discrepâncias encontradas indicam alto risco para segurança desses pacientes, sendo preciso um processo eficaz de reconhecimento da terapia domiciliar quando o indivíduo é admitido na internação. Dessa forma, medidas que garantam a segurança do paciente na admissão hospitalar e atenuem os equívocos de medicamentos devem ser praticadas.
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